quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Uma boa notícia

Antes que se dê início ao tradicional chorrilho de comentários saloios e nacional-cretinistas sobre o facto do blogue estar em inglês e não português, note-se que o seu principal público-alvo não é o português - é um projecto que parte de um conjunto de economistas e historiadores portugueses com uma perspectiva internacional, que visa dar a conhecer (e discutir) o que se faz cá dentro ao resto do mundo. Sem mais palavras, apresento um promissor blogue que nem hesito em recomendar: The Portuguese Economy.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Percebo a "mudança" do Passos Coelho e a "união" do Aguiar-Branco...


...ainda não percebi a "ruptura" do Rangel. É que dos 3 parece ser o que vai romper menos com o que quer que seja. Acho.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Constâncio em Frankfurt

Vítor Constâncio já tem prontas todas as comunicações que fará, enquanto vice-presidente do BCE.



Retirado do 31 da Sarrafada.

Sem querer retirar o (não grande) mérito ao nosso banqueiro central, há que ter em consideração que as nomeações para os altos cargos do BCE são acima de tudo estratégicas, tal como sublinha um artigo no Público de hoje. Até podíamos ter uma batata a presidir ao Banco de Portugal, que ela provavelmente teria sido seleccionada para a vice-presidência do BCE. Os belgas já ocupam a presidência do Conselho Europeu e os luxemburgueses detêm a presidência do influente Eurogrupo. Ambos os cargos foram empossados ou renovados recentemente, daí que vários organismos já previssem a ascensão de uma "pomba" de um terceiro país à vice-presidência do BCE. Mais - tal como os belgas agora protestam, a promoção de Constância aparenta ser parte de um ainda maior jogo de cadeiras, o resultado de um acordo entre a França e a Alemanha, os grandes senhores que marionetam o BCE, e que instalará um alemão na presidência, após 8 anos de presidência francesa.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Estou a ouvir o Paulo Rangel...

...e só consigo pensar que neste momento o Aguiar-Branco tornou-se na vítima mais recente dos "barões" do PSD.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Abusos

Chamar ao primeiro-ministro, ao presidente do supremo-tribunal e ao procurador geral da republica "estado de direito" é, talvez, um pouco abusivo. Ainda faltam alguns dias para o carnaval...

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Resposta a um post ali de baixo da colega lapiseira.

Dado que ninguém te chegou a responder a isto (e duvidando que queiras mesmo resposta mas só para explicar o ponto de vista do FMI [e o das agências de rating - essas coisas governadas por porcos capitalistas]):

1) Mantendo o plano de gastos a que costumamos chamar orçamento (se bem que no meu, cá de casa, paramos quando as despesas estão a 90% das receitas, enquanto que no nosso, cá do país, paramos quando as despesas estão a 108,3% das receitas e continuamos durante vários anos a fazer o mesmo), é necessário aumentar as receitas de alguma maneira.

2) As receitas podem aumentar de duas maneiras. Ou se aumentam os impostos ou se aumenta a base tributável (ou seja, os particulares geram mais receitas [esses porcos capitalistas teriam de ter lucros desmedidos, dos quais o estado iria buscar uma maior parte, e sustentariam os devaneios dos do costume]).

3) Aumentar os impostos é a maneira mais fácil. Dizem-se uns quantos sound bytes e a coisa passa porque a esquerda modernaça quando vai ao bairro e ao chiado ainda vê uns quantos a andarem de porshe e ferrari. Isso e porque ainda há aquela loja da louis vuitton na avenida da liberdade e mais umas coisas do género. Porcos Capitalistas.

4) Tentar aumentar as receitas é a maneira mais difícil. Normalmente acontece se estivermos em expansão ou se... Reduzirmos os custos. Como não podemos baixar os impostos e como, tendo em conta o ponto de vista do FMI, não convinha muito aumentá-los (só para não perdermos mais daquela coisa chamada competitividade, vá, não sejamos mauzinhos), a lógica adoptada é a de que se devem diminuir os custos.

4) Em termos de percentagem das receitas os salários são dos custos mais altos para os empresários portugueses.

5) FMI conclui gentilmente que se deviam baixar salários, esperando assim aumentar a nossa competitividade e resolver algum do problema do défice (ainda que não o da dívida pública).

Gostava só de dizer que não é preciso preocuparem-se. Eu, conhecendo os portugueses, enquanto não vir os da minha idade deixarem de ter 2 e 3 telemóveis e os pais destes deixarem de ter 2 e 3 carros, não me assusto. Ainda no outro dia a minha mãe me contava a história de uma família em grandes dificuldades: deixaram de ter 3 empregadas em casa para terem só uma 2 vezes por semana. O Senhor família continua a andar de Mercedes.

É Portugal pessoal. 'tá tudo bem man.

Passo a explicar

O problema disto tudo é que ainda há quem acredite no que certas pessoas dizem. Não fazem as contas, não se informam, limitam-se a acreditar.
Isto mostra o estado a que chegou a educação em Portugal. Podiam haver mais uns a questionar o óbvio para além dos suspeitos do costume.
O facto de termos deixado chegar a educação a este ponto mostra o estado a que chegaram as instituições que lideram este país. Têm de estar muito pior, muito mais corroídas por dentro. Uma dessas instituições está directamente associada à justiça. E isso explica o estado a que chegou a justiça.

O problema disto tudo é que não chega dizer os problemas, carece-se de soluções.
O problema disto tudo é que quando alguns hereges avançam com as soluções necessárias, difíceis, são todos destituídos ao estatuto de Medina Carreira.

No fundo no fundo o problema disto tudo é o Medina Carreira, o Mário Crespo e mais alguns como nós, que não nos conformamos com isto tudo.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Mário Crespo, grave demais para passar ao lado


Terça-feira dia 26 de Janeiro. Dia de Orçamento. O Primeiro-ministro José Sócrates, o Ministro de Estado Pedro Silva Pereira, o Ministro de Assuntos Parlamentares, Jorge Lacão e um executivo de televisão encontraram-se à hora do almoço no restaurante de um hotel em Lisboa. Fui o epicentro da parte mais colérica de uma conversa claramente ouvida nas mesas em redor. Sem fazerem recato, fui publicamente referenciado como sendo mentalmente débil (“um louco”) a necessitar de (“ir para o manicómio”). Fui descrito como “um profissional impreparado”. Que injustiça. Eu, que dei aulas na Independente. A defunta alma mater de tanto saber em Portugal. Definiram-me como “um problema” que teria que ter “solução”. Houve, no restaurante, quem ficasse incomodado com a conversa e me tivesse feito chegar um registo. É fidedigno. Confirmei-o. Uma das minhas fontes para o aval da legitimidade do episódio comentou (por escrito): “(…) o PM tem qualidades e defeitos, entre os quais se inclui uma certa dificuldade para conviver com o jornalismo livre (…)”.

Nota: Este artigo deveria ter sido publicado hoje no JN. Foi censurado por graça divina.
Nota2: Mário Crespo já abandounou a sua colaboração com o referido jornal.