quarta-feira, 30 de junho de 2010

Golden Share para Totós


Imaginemos que eu tenho uma empresa, qualquer empresa, não interessa de quê. Imaginemos que detenho 99% das acções dessa mesma empresa, ou para não haver qualquer dúvida, 99% da empresa é minha. Imaginemos que o Estado, essa grande porca gigante que a tudo se impõe, detém os restantes 1% e que, por qualquer motivo, tem a tal Golden Share. Imaginemos que me fazem uma proposta irrecusável de compra da minha empresa, assim tipo quase o valor total da minha empresa mas por apenas parte dela, e eu quero vendê-la. Afinal ela é minha, tenho esse direito. Imaginemos que vem depois o Estado e, com o seu 1% de posse da empresa, utiliza a Golden Share e não me deixa vendê-la e, de repente, quem tem 1% da dita empresa manda mais do que quem tem 99% da mesma. Pois, acho que já deu para perceber.

Hoje 74% do capital (representado) da PT quis vender parte da sua empresa - a Vivo. E a Telefónica, que detém uns 10% da PT, nem foi autorizada a votar, senão esse valor seria superior, perto dos 80% talvez (como disse o outro engenheiro é só fazer as contas). E o Estado, que detém apenas 500 acções, valor irrisório no universo das 1400 milhões de acções da PT, chegou e disse: Não!

Eu, se fosse accionista da PT, não estava muito feliz hoje. E com razão.

Depois da vitória de ontem...

...hoje Espanha também ganhou a Portugal. Mas o "árbito" anulou o golo.

terça-feira, 29 de junho de 2010

Um mail que me mandaram:


Sócrates: Jesus, estou totalmente arrependido e gostaria de redimir meus pecados.
Jesus: Esta bem. Que tens feito?

Sócrates: Depois de estes meus anos de governo estou deixando o povo arruinado e na miséria...
Jesus: Dê graças ao Pai!

Sócrates: Traí o povo que me deu os seus votos!
Jesus: Dê graças ao Pai!

Sócrates: Economizei verbas da Saúde, da Educação, da Segurança, etc. etc., as quais foram encher os bolsos de alguns.
Jesus: Dê graças ao Pai!

Sócrates: Comprei carros topo de gama para a Assembleia, para os magistrados e tantos outros.
Jesus: Dê graças ao Pai!

Sócrates: Protegi as roubalheiras do Vara, do Godinho, do Rendeiro, do Jardim, do Oliveira Costa e tantos outros.
Jesus: Dê graças ao Pai!

Sócrates: Permiti que alarves como o Mexia, Pedro Soares, Zeinal, Coelho, e mais uma mão cheia deles fossem agraciados com chorudos prémios com verbas tiradas do bolso do contribuinte.
Jesus: Dê graças ao Pai!

Sócrates: Pus à cabeça dos Ministérios autênticos alarves que só fizeram burricadas na Educação, na Saúde, na Segurança, etc..
Jesus: Dê graças ao Pai!

Sócrates: Mancomunei-me com Presidente do Supremo Tribunal de Justiça, com o Procurador Geral da República e outros tantos biltres da sua igualha, para que dessem cobertura às minhas manigâncias.
Jesus: Dê graças ao Pai!

Sócrates: Meti-me naquela alhada dos exames feitos ao Domingo, nas casas lá na Parvónia, no Freeport, nas sucatas, no TGV, na nova ponte, e em outras tantas que não vale a pena enumerar...
Jesus: Dê graças ao Pai!

Sócrates: Dei apoio ao Hugo Chavez, o maior bandido da América Latina.
Jesus: Dê graças ao Pai!

Sócrates: Mas, Jesus, estou realmente arrependido e a única coisa que Vós tendes para me dizer é: "Dê graças ao Pai"?

Jesus: Sim, agradece ao Pai por eu estar aqui pregado na cruz, porque senão desceria dela para te encher de porrada, seu ignorante, analfabeto, deslumbrado, traidor, ladrão sem vergonha, mentiroso, golpista, corrupto, aproveitador.... Vai trabalhar, vagabundo!!!!!


Créditos: Cartoon de Pedro K. no jornal “Meia Hora” de 25/7/2008

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Hoje Portugal joga...


...é um bom dia para recebermos más notícias. E se Portugal ganhar ao Brasil até é um óptimo dia para despedir alguém. Da última vez que a selecção jogou soubemos que somos o 9º país mais pobre dos 27. Mas ganhámos 7-0 à Coreia do Norte e o resto é conversa.

Pelo facebook



Acabei de descobrir um grupo - não interessa qual - cuja descrição é a seguinte: "Para todos aqueles que anseiam por uma Sociedade Cristã austera e hierárquica profundamente sacral anti-liberal e anti-igualitária e desejam lutar para isso."



"Whatahell"?




segunda-feira, 21 de junho de 2010

Saramago


Está a estrear agora o Ensaio sobre a Cegueira na TVI. Recomendo a quem ainda não viu.

A minha homenagem ao Prémio Nobel da Literatura é esta.

Só esta.

Está feita.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

É nestas alturas que a religião me faz mais comichão



Lembro-me de quase no final do ano passado estar em casa de um amigo, com mais outros tantos, e de se ter começado a falar na origem da vida. Lembro-me de se estar a falar na evolução e de se ter começado a falar na bíblia e lembro-me de algo que me marcou profundamente nessa noite. Um dos intervenientes dessa discussão acabou por dizer que acreditava que nós descendiamos de Adão e Eva - os primeiros seres humanos criados por Deus. Assim, sem tirar nem pôr. Tal e qual como vem na bíblia. Era nisso que ele acreditava e muitas descobertas (que se podem provar e verificar) dos últimos séculos feitas por algumas das mentes mais brilhantes que já pisaram a Terra eram puras fantasias de loucos comparadas com o que vinha escrito na bíblia. Pode parecer a gozar mas ele levava a bíblia à letra. Aparentemente acreditar que o homem vem da terra e a mulher da costela do homem faz muito mais sentido do que acreditar que nós somos primos dos macacos (apesar de hoje em dia se saber que nós partilhamos quase 99% do nosso ADN com os chimpanzés).

Eu sei que nos EUA há movimentos religiosos mais para o fanáticos que tentam proibir a Teoria da Evolução de ser ensinada nos estabelecimentos de ensino. Já vi alguns documentários sobre isso mas estamos a falar dos EUA, damos sempre um desconto às populações semi-analfabetas do interior americano. Mas quase nunca se ouve falar da Europa. A Europa do séc. XXI não é assim. Essa noite marcou-me bastante, pois foi a primeira vez que ouvi alguém que conheço a dizer tal coisa da boca para fora. E se isso já era grave, mais grave ficou no segundo seguinte quando outra pessoa concordou. Contudo não fui o único a ficar indignado com o que ouvia e um dos que ficou mais indignado até é católico e dos praticantes. “Estamos no séc. XXI, não podes levar a bíblia à letra!”, dizia ele.

Estou a contar este pequeno episódio porque, bastante recentemente, outra pessoa me disse que começa a achar que o Darwin até tinha razão. Começa mas ainda não tem a certeza (acho). Começa mas até agora também levava a bíblia à letra e a bíblia fala da história do Adão e da Eva. A bíblia não fala em Evolução, não fala num planeta com 4,5 mil milhões de anos, não fala, sequer, nos dinossauros. A bíblia fala na tal história da areia e da costela e fala num planeta com alguns milhares de anos só. A bíblia é um livro de fé. Não é um livro de ciência ou razão. Aparentemente e em pleno século XXI há bem mais católicos do que os que eu pensava que se esquecem disso.

A evolução das espécies por selecção natural é um facto comprovado por sucessivos avanços e descobertas em diversas áreas da ciência e essas descobertas vão desde a anatomia e da paleontologia, até à embriologia ou até ao nível celular e molecular. Podia começar a explicar um a um, mas nunca mais saía daqui e o post já vai para o longo. Posso apenas afirmar que nem o próprio Charles Darwin tinha noção do quão estava certa a sua teoria, pois no século XIX havia coisas que ele pura e simplesmente ainda não podia explicar. Não acreditar nisto é como estar um dia de Sol e não acreditar que está Sol, só porque não. O Sol não vai desaparecer só porque nós dizemos que ele não está lá, apesar de todas as outras pessoas o conseguirem ver. E como diz o título do post, é nestas alturas que a religião me faz mais comichão.

O fanatismo existe e não é só entre os muçulmanos. O fanatismo existe e não se revela apenas no bombista que se suicida no meio de um autocarro. Uma professora disse-me recentemente que a diferença entre o cientista e o religioso é que o primeiro precisa de ver para acreditar e o segundo acredita para ver. Acho que esta lógica consegue explicar o que vai na mente dos católicos que levam à bíblia à letra, pois se eles acreditam para ver, também basta não acreditarem para não verem. Por mais que se explique que 1+2=3, de todas as maneiras possíveis e mesmo trocando a ordem do 1 do 2, basta não querer acreditar que então não vemos o 3, mesmo que seja um facto. É quase como se fossemos uns cavalos com palas nos olhos e isso também é uma forma de fanatismo. E pensar que isto ainda existe em pleno séc. XXI não pode deixar de assustar.

"Hoje, quase meio século depois da publicação da Encíclica (Humani generis, de Pio XII, que considerava o evolucionismo uma hipótese séria), novos conhecimentos dão-nos conta que a teoria da evolução não é apenas uma mera hipótese. De facto, é notável que esta teoria tem sido progressivamente aceite por investigadores, depois de uma série de descobertas em vários campos do conhecimento. A convergência, não procurada ou fabricada, dos resultados desse trabalho que foi conduzido independentemente é, em si mesmo, um argumento significativamente a favor desta teoria."

Papa João Paulo II, 1996

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Das duas... uma

A constituição parece, segundo a opinião de alguns ministros, desajustada da realidade.

Ora, sendo assim, das duas uma:

Ou bem que a ajustamos à realidade e a tornamos mais funcional e liberal;

Ou bem que não a queremos ajustar e cumprimos a que temos.

Agora, termos umas leis para um governo e umas pessoas, e outras para outros governos e pessoas, é que não.

sábado, 12 de junho de 2010

Os 10 Mandamentos (dos anti-semitas)


I. Nós, os 'tolerantes', achamos que todos os Estados devem agir como se estivessem rodeados pela Bélgica e Luxemburgo. Israel vive rodeado por inimigos que querem colocar os judeus na ponta do apocalipse, mas, mesmo assim, Telavive deve tratar o Hamas e o Hezbollah da mesma forma que a Suíça trata o Liechtenstein.

II. Nós, os donos da 'tolerância', decretámos que a guerra é um instrumento ilegal, logo, não podemos aceitar que um Estado tenha a distinta lata de vencer todas as guerras em que se vê envolvido. Um Estado que derrota os inimigos é o demónio em forma de soberania. Se Israel tivesse perdido as suas guerras, nós já teríamos peninha dos israelitas. Nós gostamos de coitadinhos.

III. Nós, os habitantes desse sofá preguiçoso protegido pelos americanos, também gostamos de malta com pouca pontaria. Com o intuito deliberado de matar civis inocentes, o Hamas dispara centenas de rockets contra território israelita. Mas isto não é grave, porque estes rockets nunca atingem os alvos. O que não podemos aceitar é o facto de Israel conseguir abater alvos militares nas contra-respostas. Nós não gostamos de gente com pontaria.

IV. Nós, os fazedores de OPA hostis à 'virtude', também censuramos o facto de o exército israelita não se esconder atrás de escudos humanos. A guerra tem de ser humanizada.

V. Nós, os agentes pedagógicos da Humanidade, não toleramos o orgulho patriota de Israel. Vivemos no primado da culpa ocidental, logo, não podemos dar uma nota moral positiva a um Estado ocidental (Israel) que não sente culpa pelo seu passado.

VI. Nós, os profetas da 'democracia' global e abstracta, não achamos piada à democracia concreta dos israelitas. Israel é a negação da utopia do mundo pós-Estado.

VII. Nós, os arautos da 'tolerância' multicultural, consideramos que Israel é a negação dos ventos da História. Na época em que os impérios ocidentais recuaram, os israelitas avançaram e ocuparam um espaço que pertence por direito aos muçulmanos bonzinhos.

VIII. Nós, os viúvos do marxismo e da social-democracia, não podemos tolerar que um Estado sem petróleo tenha sucesso económico numa região cheia de Estados que fracassaram apesar de possuírem reservas faraónicas do ouro negro. Israel prova que o sucesso económico é a consequência da cultura de um povo. E isso é inadmissível.

IX. (mandamento suspenso até à retirada de Obama): Israel é um compincha da América, logo, deve ser odiado. O tandem antiamericanismo/anti-semitismo é a base ideológica da nossa 'tolerância' europeia.

X. (mandamento secreto): o anti-semitismo faz parte do nosso livro de autoajuda: "quer sentir-se bem? Então, odeie Israel com toda a força. Vai ver que se sentirá virtuoso". O ódio anti-Israel é o fármaco que nos dá a sensação de superioridade moral.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Qual o nosso papel?


Depois destes três anos de curso, de muitas equações e ainda mais gráficos, uma pergunta permaneceu a ecoar na minha mente...

Qual o nosso papel, enquanto jovens, enquanto economistas, enquanto cidadãos?!
Sinto-me então lisonjeada por poder fazer parte de tão interventivo blogue, o sensitivo deveria ser um exemplo para muitos mais jovens se começarem a interessar pela política e começarem a ser mais activos. Temos uma voz activa.

quando me perguntarem, o que alguma vez fizeste para mudar eu posso dizer, juntamente com uma série de amigos, dei voz à inquietação de muitos jovens..

Caríssimos, estamos de parabéns.

A nós, não nos calam. E viva a liberdade de opinião.

Pelo facebook / Causas de sempre

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Coisas

Porque é que o presidente da república, o primeiro-ministro e até a bolsa de valores têm de prestar vassalagem à selecção de futebol e ninguém se insurge?

Porque é que (quase) toda a gente se insurge contra os feriados católicos?

Porque é que toda a gente que se insurge contra os feriados católicos não o faz também para o natal? E a páscoa? Já agora, se a lógica é não sermos obrigados a comemorar os feriados dos outros, eu se não se importarem gostava de riscar também uns da minha lista. Será que posso?

Porque é que (quase) ninguém fala mal do Obama nem bem de Israel?

Como é que há gente perfeita (Obama) se Deus não existe?

Como é que Deus existe e o Bush foi presidente?

Porque é que ninguém fala mal da América do Obama mas toda a gente falava mal da América do Bush?

Porque é que o Obama é perfeito e eu não?

Porque é que o Bush é mau e os palestinianos não?

Porque é que o Bush é pior que o Sócrates?

A pergunta anterior tinha rasteira. É que eu já sabia que vocês iam dizer que o Sócrates nunca declarou nenhuma guerra contra o Iraque. Então agora tenho de perguntar se o perigo de irmos à falência (e sabe-se lá o que é que pode acontecer a seguir, mas ide ver exemplos anteriores) -mas uma daquelas de que ninguém nos safa tão depressa que isto não vai ser como aquelas últimas vezes em que o fmi cá teve de férias, não pensem que me enganam - não compensa um bocadinho?

Coisas pah. Coisas que me afligem. De várias maneiras.

terça-feira, 8 de junho de 2010

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Diz que é "fixe" ser contra Israel


Dizem que sim, que é, por isso eu não sou fixe. Nunca o fui e não, que eu saiba, não tenho raízes judias na minha família. Nunca percebi o anti-semitismo que ainda graça por alguns sectores do mundo ocidental e acredito que muito do que os judeus viveram ao longo dos últimos séculos se deve apenas à inveja. A questão dos últimos dias é muito simples: existe um embargo à Faixa de Gaza e Israel avisou que não permitiria qualquer violação a esse embargo. Queriam que eles fizessem o quê? Para muitos europeus a resposta será: nada e que fossem para negociações! As negociações são muito bonitas mas sejamos honestos: Israel vive rodeado de vizinhos e movimentos terroristas que berram constantemente que o seu objectivo é riscá-los do mapa. Acham mesmo que alguma negociação com estes indivíduos é séria? Claro que os hipócritas do costume esquecem-se destes pormenores...

...a defesa do Estado de Israel não tem nada de anti-islâmico. Tem apenas com a defesa, em geral, da liberdade, democracia e respeito pela vida humana - conceitos de facto inexistentes em vários países do mundo, mas em 100% dos países islâmicos. Em Israel há liberdade, democracia e respeito pela vida humana. Aprendi, mesmo antes do 25 de Abril, que liberdade, democracia e respeito pela vida humana não se trocam por nenhum outro valor ou "causa".

A questão da Faixa de Gaza é ainda mais fácil de explicar, com estes números:

Nº de civis mortos em Israel por atentados bombistas (portanto, sem contar com rockets, buldozzers e naifas) por "activistas islâmicos" desde 1993: 785.

Nº de civis israelitas mortos por "activistas islâmicos" desde 2007 (ano do início do bloqueio israelo-egípcio à Faixa de Gaza): 3.

Dito isto, ponham-se lá aos gritos no Parlamento a pedir condenações do Estado de Israel, vós, senhores deputados e outros "activistas" de esquerda que nunca pronunciaram uma sílaba ou escreveram uma palavra em memória dos milhares de civis israelitas assassinados por inocentes "activistas" da mártir Faixa de Gaza.


Como lembrou Ehud Barak, ministro da Defesa israelita: “Temos de nos lembrar de que não estamos na América do Norte nem na Europa Ocidental, vivemos no Médio Oriente, num lugar onde não há misericórdia para o fraco e onde não há uma segunda oportunidade para quem não se defenda a si mesmo.”

segunda-feira, 31 de maio de 2010

As presidenciais

Já lá vão uns mesinhos, mas logo no início deste ano escrevi isto. Os acontecimentos dos últimos meses vieram a revelar-se quase tudo o que se esperava. Ontem o PS deu, quase por unanimidade, o seu aval ao “querido líder” José Sócrates para tornar oficial o apoio ao candidato poeta. Por outro lado, a demora nesse apoio revela o quanto essa mesma unanimidade é fraca. É mais do que óbvio que o Manuel Alegre não é mesmo desejado por muitos socialistas para ser Presidente da Republica mas também o PS tinha que dar o seu apoio ao Manuel Alegre porque sim. E porque sim é mesmo a melhor explicação a dar, mesmo que muitos não quisessem, isto já estava decidido há muito tempo e não dava para fazer “a coisa” de outra maneira. Alegre impôs-se ao PS como Sampaio o fez há 15 anos.

Temos então um candidato da esquerda com o apoio do PS, do BE e dos renovadores comunistas contra um candidato da direita com o apoio do PSD e do CDS. Pensar também que poderá surgir outro candidato da área da direita com o apoio dos católicos conservadores é uma ideia de delirantes como o Santana Lopes. E não deverá acontecer porque não (hoje estou numa de reduzir as justificações ao nível das de uma criança). Dúvidas houvesse, Bagão Félix já disse que não estava para isso. Tudo como havia previsto, portanto.

Tudo não. Em Janeiro não havia o factor Nobre. Não fazia parte da equação e é daquelas coisas inesperadas que vão tornando isto engraçado. Devido a Fernando Nobre, o PC está a aproveitar para fazer birra por ter sido marginalizado por Alegre e está numa de estragar a unanimidade da esquerda que se previa. Deverão mesmo avançar com um candidato próprio mas o tempo dirá se desistem antes do acto eleitoral, como Jerónimo fez a Sampaio há precisamente 15 anos, quando este se impôs.

E Nobre é, até ver, a pedra no sapato tanto de Cavaco, como de Alegre. Nobre é mesmo independente, mais do que Alegre era em 2005. Não tem apoio de nenhum partido, nunca pertenceu sequer a nenhum e no ano passado conseguiu ser mandatário do BE para as Europeias e do António Capucho (PSD) para a autarquia de Cascais. Está mais conotado com a esquerda mas também é simpatizante da causa monárquica. E Nobre consegue, assim, ser o candidato com um perfil mais semelhante a um Rei que se perfila para o próximo acto eleitoral. Basta começar a falar com algumas pessoas e vemos que vai buscar simpatizantes à direita e à esquerda. Nobre é bom para quem não quer Cavaco e também é bom para quem não quer Alegre. E só a título de curiosidade é o candidato com mais apoiantes no facebook. Poderá ser o vencedor das próximas eleições? Não acredito muito nisso, mas desde já uma previsão: se por acaso conseguir ser o segundo mais votado e conseguir ir a uma segunda volta, será quase de certeza vencedor. Pelo menos já conseguiu a proeza de tornar estas eleições mais interessantes e sempre a dignifica um pouco mais, ao ser alternativa à luta da esquerda vs. direita. Para um monárquico como eu, é impensável o mais alto representante da Nação estar refém dessa luta e do sistema partidário.

Ler e dar a ler

http://econfaculty.gmu.edu/wew/articles/10/MinimumWageCrueltyUpdate.htm

domingo, 30 de maio de 2010

Dos melhores posts sobre o histerismo e a palhaçada gerados pelo não veto

A direita conservadora portuguesa sempre gostou muito de Cavaco. Por sua vez, a direita portuguesa mais liberal nunca morreu de amores por ele. Agora parece que os conservadores (?) estão descontentes com o Presidente da República. Parece, mas não é bem assim. São meros amuos de circunstância. O engraçado em tudo isto é ver a direita mais liberal a ter de vir a terreiro defender Cavaco.

No meu caso, não pretendo defender ou atacar Cavaco, serve apenas para escrever o óbvio. Uma das coisas mais irritantes da política portuguesa é a constante procura pela pura perda de tempo. Neste caso, o que o PR fez foi remar contra a maré, ou seja, não perder tempo. Só não percebo o descontentamento da tal direita conservadora. Queriam que o Presidente fizesse o quê? Arrastar um processo que estava mais do que decidido?

Não me peçam para ser contra o casamento homossexual. Nem sou contra nem deixo de ser. Cada um escolhe o seu caminho e quem sou eu para criticar opções de vida. Da mesma forma que se amanhã um qualquer partido ou grupo vier defender a bigamia continuarei indiferente. Reconheço a todos o direito a escolher o seu caminho. Não imponho as minhas convicções a ninguém.

São inúmeras as razões para não apoiar Cavaco agora esta do casamento homossexual? Tenham juízo. Só falta ver a direita conservadora e democrata-cristã de braço dado com Fernando Nobre. Era de ir às lágrimas de tanto rir. Sobretudo imaginar uma arruada nos Aliados ou no Chiado e eles misturados com os soaristas e alguns bloquistas.


Sim, de facto, era engraçado. Fernando Moreira de Sá para o Albergue Espanhol.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Ouvi dizer no corredor...

... Que se passa qualquer coisa com o país. Tamos em risco de falência ou assim. A pergunta que eu quero fazer não é se alguém confirma, é quem é que tá a governar o país. É que tentaram-me convencer que era o Sócrates, mas eu não acredito que depois de ter havido pessoas a avisar sobre a possibilidade desta situação durante 8 anos ele ainda seja governo.

Não é pois não?

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Não se pode dar a independência ao País de Gales e à Escócia?


Não dêem esta ideia ao Sócrates!


O labour perdeu 91 deputados. Os tories ganharam 97 e, com 307 deputados, ficaram a 19 da maioria absoluta. Em termos de votação, a vantagem de 3% do labour nas últimas eleições passou para uma vantagem de 7% dos conservadores nas de ontem.

Novidade da última noite? Apesar do entusiasmo dos últimos dias, os liberias perderam 5 deputados.

Novidade mais engraçada? Apesar da derrota, Gordon Brown ainda quer ver se consegue continuar a governar o Reino Unido e está disposto a negociar com os liberais (ainda não deve ter reparado que os liberais não lhe chegam para ter maioria na câmara dos comuns).

O mais engraçado de tudo? No Reino Unido, quando não se consegue maioria absoluta, é o (ainda) chefe de estado que tem primazia para tentar formar um governo de coligação, mesmo que tenha perdido - como foi o caso.

Perigo desta ideia tão engraçada? Imaginemos que também era assim em Portugal. Imaginemos que tínhamos amanhã eleições e que o Passos Coelho ganhava mas não conseguia maioria absoluta no parlamento. Imaginemos que, em teoria, era o Sócrates que afinal ia ser convidado a continuar a governar. Ainda bem que, por cá, estamos só mesmo a imaginar.

Congratulations David!

sábado, 24 de abril de 2010

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Passa Coelho|

Em Portugal, tal como nos EUA era preciso (em Portugal, ainda é) alguém que salvasse (salve) a política da descrença e da ridicularização extrema. Era mesmo preciso um Obama português! Um Obama que dissesse que é preciso mudar, mas dizê-lo daquela maneira que só ele sabe! Porque: sim, podemos! Claramente não se adequa a um slogan vencedor! Talvez mais a um slogan sindicalista daquela malta que tem sempre razão!

Passos Coelho lançou um livro no inicio deste ano de nome Mudar. O teor do mesmo, desconheço mas o nome precede-o! Já se nota uma mudança no PSD, e nota-se uma certa ansiedade já no discurso (ou na falta de discurso) do nosso PM! Até porque ambos têm cursos em universidades conceituadíssimas, e nota-se um certo despique até neste aspecto! Por estas razões e outras de próximos episódios: Passa Coelho que a malta está contigo!

Aquele abraço

terça-feira, 13 de abril de 2010

"É uma questão de princípio"

"O Estado coloca-se na posição de ser árbitro e jogador ao mesmo tempo e ninguém acredita que o árbitro, que é jogador ao mesmo tempo, seja justo e imparcial."

É substituir Estado por Cavaco, Sampaio, Soares, ou até um hipotético Alegre, e o Passos Coelho em vez de estar a falar na vantagem do Estado não estar nos negócios, estava a falar na vantagem de se ter um Rei como Chefe de Estado. Uma e outra ideia são simples. E uma "questão de princípio".

quarta-feira, 7 de abril de 2010

A minha fé

... Está em Mira Amaral e João Salgueiro, um declarado e o outro suposto (creio eu) apoiantes de Pedro Passos Coelho.

Mas, acima de tudo, eu voto na primeira pessoa que repetir este post para a televisão, ipsis verbis:

Qual é a percentagem de actividade da EDP no mercado monopolista? 100%? 90%? 80%?

Relativamente ao ano de 1990, em que sectores é que a EDP deixou de ser monopolista?

Qual é a percentagem de actividade da EDP fora de Portugal?

Se o Mexia ganhasse menos, a EDP deixaria de ser um monopólio? O que indigna mais, o salário do Mexia ou o monopólio da EDP? Dito de outra forma, cortar no salário do CEO de uma empresa monopolista resolve o problema do monopólio? O problema é o monopólio ou a inveja?

A CP é um monopólio … que dá prejuízo. Nunca vi ninguém discutir o salário do CEO da CP com base nisso. Será que um salário de 100 mil numa empresa monopolista que dá prejuízo indigna menos que um salário de 2 milhões numa (supostamente) monopolista que dá lucro? Portanto, a mensagem que queremos dar aos CEOs da empresas é: ganhem pouco e não se chateiem com essa coisa dos lucros.

O CEO de uma empresa monopolista deve ser premiado se for incompetente a explorar a posição de monopólio?

A EDP é então um monopólio, certo? Quer dizer que pode vender electricidade ao preço que quer, certo? Sendo assim qual o papel da ERSE?"

sábado, 27 de março de 2010

Divisão, qual divisão?

Afinal a anterior direcção, quando escorraçou o Pedro Passos Coelho, não estava a escorraçar 33% dos militantes do PSD mas sim 63% dos mesmos. 63% dos votos nas eleições mais concorridas de sempre. Não há dúvida que é hora de virar a página.