domingo, 12 de julho de 2009

Pré-Férias


Há 6 meses ninguém poderia adivinhar como andaria hoje o PS. Mas desde as Europeias, aquilo lá pelo Rato anda mesmo uma alegria pegada. Já tive oportunidade de o constatar num comentário meu aqui. Nessa altura os ratinhos já andavam todos desnorteados com o Mário Lino a dizer que já não tinha idade para ser ministro, com o António Costa a afastar-se do governo, ao qual já pertenceu, afirmando que o Ministério das Obras Públicas estava cheio de “nódoas” e com o Manuel Pinho a resolver antecipar as suas férias com uns belos “corninhos”. O Sócrates não devia ver a hora das férias chegar, para ver se todos se acalmavam um pouco.

Mas a julgar pelos acontecimentos mais recentes, acho que o Pinto de Sousa vai ter pouca sorte e o seu maior problema não será o PSD, mas sim o próprio PS. Primeiro veio a proibição de candidaturas conjuntas (o que acho muito bem), que tem feito correr já alguma tinta. A nossa “querida” Ana Gomes, respondendo ao repto de Manuel Alegre, disse que não recebia lições de moral do poeta socialista e a “coitada” da Elisa Ferreira, começa a ouvir vozes a favor da substituição da sua candidatura à Câmara do Porto. Depois, para os portugueses em geral e os lisboetas em particular, terem a certeza do afastamento do António Costa (nº2 do PS) em relação a este governo, o próprio, não satisfeito com o primeiro ataque ao Ministério das Obras Públicas, voltou, ontem, a atacar o dito Ministério mais o Ministério da Administração Interna (se as eleições ainda estivessem muito longe, ele tinha tempo para ir atacando aos poucos todos os Ministérios e, se calhar, jurar a pés juntos que nunca fez parte deste governo). Por fim e quando parecia que os socialistas andavam a fazer as pazes com o Manuel Alegre, eis que, também ontem, o poeta socialista voltou a fazer-se ouvir e pediu que se mudem urgentemente as políticas e as pessoas do PS. O José Lello claro que não podia perder uma oportunidade para voltar a entrar em conflito com o poeta Alegre (deve ser o seu amor de estimação).

O Pinto de Sousa nem deve estar a acreditar no que se anda a passar! Teve que voltar a defender a candidatura da Elisa Ferreira, apesar das sondagens desastrosas, pois foi uma escolha pessoal (e agora o mal já está feito, era um bocado mau mudar a menos de 3 meses), preferiu realçar o que o une ao Manuel Alegre (a vontade que o PS vença), esquecendo as críticas que lhe eram dirigidas e quanto ao ataque do António Costa nem um piu!

Contudo e por incrível que pareça, o PS lá se vai aguentando nas sondagens, numas à frente, noutras atrás, mas sempre em empate técnico. E o PSD continua a não captar eleitorado. Continua na casa dos trinta e picos por cento (sensivelmente o mesmo das europeias) e o eleitorado que fugiu do PS foi quase todo para a esquerda. A culpa do “estado a que isto chegou” não é só dos governos, é também das oposições. Para mim, não é compreensível que com quatro anos e meio deste governo e com as palhaçadas que se têm sucedido, o PSD não consiga estar claramente à frente do PS nas sondagens (ou que não consiga vencer claramente o PS nas europeias, beneficiando antes do péssimo resultado que esse partido teve). O eleitorado que fugiu do PS foi o que se situa mais à esquerda, não o que se situa mais ao centro (e que o PSD deveria conseguir captar). Esse mais ao centro continua a preferir o PS e não olha ainda para o PSD como uma real alternativa de governo. Goste-se ou não da Dra. Manuela Ferreira Leite, se o PSD perder em Setembro, ou mesmo que ganhe por uma margem pequena (não podemos nunca ficar contentes se quase 60% do parlamento estiver à esquerda), a culpa será só sua (partido). Se os portugueses quiserem mesmo uma mudança, a escolha não pode ser só entre quem lá está e quem já lá esteve. Pena o partido não ter percebido isso. Mas ainda faltam 2 meses e meio, não é muito, mas em política pode mudar muita coisa.

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