Lá vou eu bater na mesma tecla. O Zé Sócrates veio este fim-de-semana todo orgulhoso anunciar - no Expresso - uma redução de 58% no deficit da administração central e uma redução de 31% no deficit do Estado no mês de Janeiro, em comparação com Janeiro do ano passado. Boa Zé! Porreiro páh! Mas espera aí, tu não és assim para o incompetente? Aqui há gato... Ora vamos lá dissecar o bicho.
As receitas (leia-se os impostos) aumentaram 15,1% e com os cortes nos salários da função pública é normal que o deficit diminua. Nada de extraordinário. O que é extraordinário é que mesmo com os cortes na função pública a despesa efectiva do Estado aumentou 0,9% e a despesa primária (que não conta com o efeito dos encargos com juros) aumentou 0,4%. Comparando com 2009, ano em que se aumentaram os salários da função pública, a despesa efectiva aumentou 14,6%. Ah ok, afinal está tudo bem, de repente pensei que o Zé Sócrates se tinha mesmo tornado competente.
Bem já vimos que sem o forte aumento dos impostos nenhum daqueles valores bonitos tinha aparecido no Expresso. Mas lembro-me que o PSD deixou passar um Orçamento de Estado com aumento de impostos, se a despesa fosse cortada a sério não foi? Bem já vimos que a despesa em vez de diminuir até continua a aumentar. Mas a coisa não fica por aqui. Ao mesmo tempo que os nossos impostos aumentam o Estado continua a avançar com o TGV, como soubemos todos recentemente. (Espera aí outra das condições para deixar passar o OE não era travar este projecto também?) O troço Caia-Poceirão vai custar (por agora) 2,1 mil milhões de euros ao Estado (sem contar o IVA!). Mais 430 milhões do que o anunciado há um mês pelo ministro das Obras Públicas, mais 740 milhões se tivermos em conta o contrato de concessão assinado em Maio. Por amor de Deus! Isto é absolutamente surreal! Parece um filme de terror que nunca mais acaba!
E ficamos por aqui? Não, nem pensar. O Estado prepara-se para ir salvar a Refer - que tem 500 milhões de euros de dívida de curto prazo - depois de ter falhado, pela primeira vez, uma operação de colocação de dívida de uma empresa pública, por falta de procura. Ontem, a propósito desta operação, o José Gomes Ferreira, na SIC, dizia que isto era incrível e que as pessoas precisavam "de saber isto lá em casa". Eu acrescento deprimente e que, àquela hora, as pessoas lá em casa estavam a ver o benfas.
E o Zé Sócrates? Que faz? Lá monta o seu circo, diz que não percebe "por que é que alguém mostra azedume quando os números são bons" (já vimos que não é bem assim) e, cúmulo dos cúmulos, faz uma festa enorme (mas enorme mesmo) por Portugal ter conquistado o 1º lugar em 3 dos 20 parâmetros de governação electrónica avaliados pela Comissão Europeia. "Foi 100, 100, 100, não há ali nenhum 99, nenhum 98." A sério, vão ver a carinha de felicidade dele, vale a pena. Agora sim, graças a estes 3 primeiros lugares, a dívida e os juros vão diminuir (das situações descritas em cima facilmente se perceber por que é que os mercados não conseguem confiar neste governo, não é só por má-fé).
E pronto é isto. A palhaçada continua, o governo continua, como sempre, incompetente e a atirar-nos areia para os olhos e já se percebeu que o acordo assinado entre PS e PSD para este deixar passar o Orçamento de Estado não está, sequer, a ser cumprido (cortes na despesa inexistentes + TGV). Fica o apelo para PSD e CDS reconsiderarem a sua decisão quanto à moção de censura.
As receitas (leia-se os impostos) aumentaram 15,1% e com os cortes nos salários da função pública é normal que o deficit diminua. Nada de extraordinário. O que é extraordinário é que mesmo com os cortes na função pública a despesa efectiva do Estado aumentou 0,9% e a despesa primária (que não conta com o efeito dos encargos com juros) aumentou 0,4%. Comparando com 2009, ano em que se aumentaram os salários da função pública, a despesa efectiva aumentou 14,6%. Ah ok, afinal está tudo bem, de repente pensei que o Zé Sócrates se tinha mesmo tornado competente.
Bem já vimos que sem o forte aumento dos impostos nenhum daqueles valores bonitos tinha aparecido no Expresso. Mas lembro-me que o PSD deixou passar um Orçamento de Estado com aumento de impostos, se a despesa fosse cortada a sério não foi? Bem já vimos que a despesa em vez de diminuir até continua a aumentar. Mas a coisa não fica por aqui. Ao mesmo tempo que os nossos impostos aumentam o Estado continua a avançar com o TGV, como soubemos todos recentemente. (Espera aí outra das condições para deixar passar o OE não era travar este projecto também?) O troço Caia-Poceirão vai custar (por agora) 2,1 mil milhões de euros ao Estado (sem contar o IVA!). Mais 430 milhões do que o anunciado há um mês pelo ministro das Obras Públicas, mais 740 milhões se tivermos em conta o contrato de concessão assinado em Maio. Por amor de Deus! Isto é absolutamente surreal! Parece um filme de terror que nunca mais acaba!
E ficamos por aqui? Não, nem pensar. O Estado prepara-se para ir salvar a Refer - que tem 500 milhões de euros de dívida de curto prazo - depois de ter falhado, pela primeira vez, uma operação de colocação de dívida de uma empresa pública, por falta de procura. Ontem, a propósito desta operação, o José Gomes Ferreira, na SIC, dizia que isto era incrível e que as pessoas precisavam "de saber isto lá em casa". Eu acrescento deprimente e que, àquela hora, as pessoas lá em casa estavam a ver o benfas.
E o Zé Sócrates? Que faz? Lá monta o seu circo, diz que não percebe "por que é que alguém mostra azedume quando os números são bons" (já vimos que não é bem assim) e, cúmulo dos cúmulos, faz uma festa enorme (mas enorme mesmo) por Portugal ter conquistado o 1º lugar em 3 dos 20 parâmetros de governação electrónica avaliados pela Comissão Europeia. "Foi 100, 100, 100, não há ali nenhum 99, nenhum 98." A sério, vão ver a carinha de felicidade dele, vale a pena. Agora sim, graças a estes 3 primeiros lugares, a dívida e os juros vão diminuir (das situações descritas em cima facilmente se perceber por que é que os mercados não conseguem confiar neste governo, não é só por má-fé).
E pronto é isto. A palhaçada continua, o governo continua, como sempre, incompetente e a atirar-nos areia para os olhos e já se percebeu que o acordo assinado entre PS e PSD para este deixar passar o Orçamento de Estado não está, sequer, a ser cumprido (cortes na despesa inexistentes + TGV). Fica o apelo para PSD e CDS reconsiderarem a sua decisão quanto à moção de censura.
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