domingo, 29 de novembro de 2009
Alegorando a situação que por aí se passa
Continuemos a injectar dinheiro nas economias criando liquidez como temos feito e não se venham depois queixar que o vizinho maldizente aqui presente não avisou.
Não, este post não é apenas para o Dubai...
Lá por fora

Venho actualizar este meu post quando já passou quase uma semana desde a consulta popular. Ao longo desta semana fomos brindados com reacções para todos os gostos sendo que a grande maioria foram, como era de esperar, de grande indignação e, verdade seja dita, de grande hipocrisia. Muitos dos que mais indignados ficaram com os resultados, ficariam, de certeza, coradíssimos de vergonha com o resultado se um referendo igual fosse feito nos seus respectivos países. A Suíça transformou-se num bode expiatório dos políticos que insistem em tapar os olhos e em fugir à questão e alguns chegaram mesmo ao ponto de criticar aquele país por fazer tanto uso das consultas populares. A democracia consegue ser mesmo uma chatice quando sai dos gabinetes.
sexta-feira, 27 de novembro de 2009
terça-feira, 24 de novembro de 2009
25 de Novembro sempre!...


Para assinalar a data, o 31 da Armada fez um apanhado de vídeos relativos ao período que vai do 25 de Abril de '74 ao 25 de Novembro de '75. Há lá coisinhas engraçadas. "Hoje é dia de recordar o PREC."
Porreiro páh

(pessoa X) - Eu não fui votar...
(Eu) - Porquê? Gostas do Sócrates?!?
(pessoa X) - Não, não gosto. Mas não deu para ir.
(Eu) - Mas porquê?
(pessoa X) - Estava a dormir...
Pode parecer a gozar mas asseguro que é verídico. Sobre aquilo que o país precisa para ganhar juízo...também não sei.
sexta-feira, 20 de novembro de 2009
Caso estranho
Mas, a título pessoal, posson dizer-vos que tenho a certeza que, ou José António Saraiva se estava a desviar da verdade, ou então o acessor que lhe telefonou fez "bluff".
Caso estranho, não é?
E olhem que estou longe de ser um apoiante do outrora muito razoável Primeiro-Ministro José Sócrates.
segunda-feira, 16 de novembro de 2009
Manuela Moura Guedes fez uma questão pertinente
sábado, 14 de novembro de 2009
Era giro que alguém me explicasse isto
O Exmo. Sr. primeiro-ministro é, ao que parece, apanhado em meia dúzia de escutas em posições menos confortáveis com aquilo que pode ser considerado como a mulher de um eleitor, que é a senhora "Honestidade e Integridade". Mas isto resolve-se. Por amor de deus, todos nós nos lembramos da trabalheira que foi destituir aquele gajo do PSD lá por aquelas embrulhadas em que ele se meteu a criticar a comunicação social e a dizer que batiam nele como num bebé numa incubadora. Isso não se faz a um engenheiro. É preciso é beber-se meia dúzia de minis. Como ainda não nacionalizámos a fábrica da cerveja a opção é por aumentar uns salários, construir umas estradas, umas linhas de comboio, um aeroporto, e 'tá feito...
Se o tipo volta a ser apanhado... Olha, já passou uma, também não é agora que nos vamos chatear não é? Aliás, oh amigo, se calhar da próxima o amigo avisa e evitamos esta maçada de suspender o acto e tal... Eu chego mais tarde, já ninguém se lembra e a coisa resolve-se sem chatearmos ninguém. Não se preocupe, eu deixo-lhe as minis no frigorífico, para estarem bem fresquinhas quando o amigo chegar.
A sério país. Do que precisas tu para ganhares juízo?
Adenda: Parece que o João Miranda se lembrou da mesma metáfora que eu...
terça-feira, 10 de novembro de 2009
Em tempos de crise, voltemo-nos para a poesia
notícias do meu país
e o vento cala a desgraça
o vento nada me diz.
(...)
Levam sonhos deixam mágoas
ai rios do meu país
minha pátria à flor das águas
para onde vais? Ninguém diz.
(...)
Pergunto à gente que passa
por que vai de olhos no chão.
Silêncio -- é tudo o que tem
quem vive na servidão.
(...)
Vi minha pátria na margem
dos rios que vão pró mar
como quem ama a viagem
mas tem sempre de ficar.
"
Excertos da Trova do vento que passa, de Manuel Alegre. Negritos meus.
segunda-feira, 9 de novembro de 2009
Foi há 20 anos

Foi há exactamente 20 anos que o muro de Berlim caiu. Foi há 20 anos que o longo pesadelo da Europa chegou finalmente ao fim. O tempo do terror, das perseguições, dos tanques, do comunismo, da guerra-fria estava a acabar. Começava uma época de esperança, Democracia e Liberdade para toda a Europa. E abriam-se também as portas para uma verdadeira União Europeia. Uma União que ainda se está a construir, mas que já vai muito para lá dos 12 países aquando da queda do muro. Foi há 20 anos...foi há apenas 20 anos! Aquela imagem ainda era apenas um sonho quando muitos de nós nascemos. Nunca é demais relembrar que o comunismo matou muito mais pessoas do que todos os regimes fascistas. Nunca é demais relembrar pois, não só matou mais, como muitas vezes parece que até é desculpável para alguns sectores da nossa sociedade. Nunca é demais relembrar quando ainda se têm que ler coisas como esta.
sexta-feira, 6 de novembro de 2009
SCP
Como o casamento homossexual por exemplo!
quarta-feira, 4 de novembro de 2009
Coisinhas engraçadas
Ainda a propósito do PSD
Ultimamente esse grupo tem estado no poder, mas não esqueçamos o que ele fez quando o poder lhe foi arredio. Derrubou Santana Lopes. Menorizou Marques Mendes. Entrou em guerra com Luís Filipe Menezes. Sem que a vontade expressa pelos militantes do Partido lhes merecesse o mínimo respeito. Na realidade, comportam-se como se o partido fossem eles, e usam o seu estatuto social e comunicacional para submeter o PSD a uma inaceitável chantagem: ou o Partido alinha com a sua estratégia, ou eles afundam o Partido.
Há quem receie a ruptura entre esse grupo, muito impropriamente apelidado de “elites”, e a massa do partido. Pessoalmente não desejo rupturas, mas também não as temo: da última vez que o PSD perdeu a paciência com as suas auto-proclamadas “elites”, em 1978, mais de metade do grupo parlamentar saiu em oposição a Francisco Sá Carneiro. No ano seguinte a AD foi vitoriosa. Uma lição a reter para quem acha que pode continuar a fazer o mal e a caramunha."
Da autoria de Vasco Campilho. Artigo completo aqui.
segunda-feira, 2 de novembro de 2009
Coisas que não devem passar despercebidas II

Pergunto-me se em Portugal será sequer possível ver um dia um Primeiro-Ministro em funções ou um ex-Presidente da República a sentarem-se no banco para serem julgados, ou se o apenas filho de um também ex-Presidente da República poderá sequer ser condenado por algum crime cometido. Gostava que não parecesse que só o Isaltino é que teve "azar".
Também achei que devia responder ao post de baixo
No final de 2008, o orçamento suplementar tapou com mil milhões as dívidas do Estado aos fornecedores. A própria conta corrente do Estado à indústria farmacêutica cresceu 7,4% face ao ano passado, pressionada também pelos benefícios concedidos à família em tempo de crise. Hoje, a Saúde custa nove mil milhões de euros e é - a par da Segurança Social - a maior dor de cabeça do Estado-providência. Também aqui, no programa, nada de substancialmente novo.
(...) Que TGV? Em que fases? Que aeroporto? Em que condições? Galp, TAP, ANA: são privatizações para avançar? E o BPN? Entra nestas contas? Qual é a solução do governo para uma operação que já custa 3,5 mil milhões? A dificuldade do Estado congregar receitas - extraordinárias ou fiscais - é paralela ao problema de controlo da despesa. No programa há considerações genéricas sobre a consolidação orçamental e a consciência de que os 5,9% de défice inscritos nas previsões são poeira no horizonte. Em 2010 o consumo pode subir. O desemprego e as prestações sociais também. Em 2010 a dívida pública, a receita fiscal, o ritmo das exportações são demasiado imponderáveis para que qualquer programa de governo se arrisque a traçar caminho com base nelas.
(...) O problema existe: menos 9% em receita fiscal - números do final do 3º trimestre - mostram que a renovada eficiência na cobrança esbarrou no paredão da crise. À procura de soluções, o governo nomeou um especialista em direito do ambiente - Sérgio Vasques, o novo secretário de Estado dos Assuntos Fiscais - num ano de transição para a chamada "economia verde". Pode ser que daí venha alguma novidade, mesmo que o problema seja mais estrutural que quaisquer benefícios ambientais.
E lembrar só que a dívida do país é o sítio por onde se começa a definir a dívida das empresas e que temos problemas imensos de competitividade, etc... Quase pedia a um economista para me fazer um post sobre isso. Mas devem estar todos ocupados... Alguém conhece algum especialista em direito do ambiente que me fizesse esse post?
Coisas que não devem passar despercebidas

O resto da notícia aqui. Espero que os senhores da imagem comecem a fazer algo para que daqui a uns meses Portugal não veja o seu rating cortado.
sábado, 31 de outubro de 2009
O dia depois de amanhã

Este post era para ser um comentário ao post de baixo do Formiga mas já estava a ficar algo para o longo. Vamos então lá dissecar o “bicho” Marcelo e a aparente vaga de fundo.
Para começar Marcelo será (provavelmente) outro erro de casting se vier a ser líder do PSD. É melhor do que Manuela Ferreira Leite? Provavelmente sim. Vence Sócrates? Provavelmente não. O PSD ainda não percebeu que não voltará a vencer eleições enquanto for mais do mesmo. Enquanto continuar a apresentar as caras de sempre, as ideias de sempre. O PSD (ou os seus “barões”) ainda não percebeu que tem mesmo (mesmo) de mudar. Outra coisa que os “barões” do PSD ainda não perceberam é que enquanto estiverem mais empenhados em derrotar Passos Coelho a todo o custo do que em defrontar Sócrates, só ajudam o Passos Coelho e sim, quero dizer com isto que não me admirava muito se Passos Coelho derrotasse Marcelo Rebelo de Sousa em directas (a probabilidade de vitória do primeiro será tanto maior quanto mais desesperadas andarem as diferentes facções a encontrar alguém só com o único propósito de o derrotar).
Marcelo, Rangel, Ferreira Leite, Aguiar-Branco e mais uns quantos, qualquer um serve, qualquer um tem que avançar, para Passos Coelho não ganhar. É preferível que Sócrates ganhe mais uma eleição do que ter lá o Passos Coelho (para eles, para mim não). Sinceramente não percebo este medo todo pelo Passos Coelho. Ainda há uns 2 anos ninguém sabia quem ele era e, verdade seja dita, ele nem sequer teve ainda a oportunidade de mostrar o que vale, enquanto deputado, ministro ou presidente do partido (ao contrário de outros que a tiveram, só fizeram porcaria e já provaram que não são a solução para o PSD). Esta azáfama toda dos “barões” faz-me lembrar a que tiveram contra o Santana Lopes. Mas essa até a consigo perceber um pouco. O “menino-guerreiro” já lá tinha passado, eles não gostaram nem um pouco e havia que impedir que retornasse a todo o custo. Deu mau resultado, mas até consigo perceber. Agora com o Passos Coelho não consigo mesmo. Não o podem propriamente acusar de ter feito um mau trabalho. A única explicação que encontro é de que Passos Coelho é mesmo uma mudança e é isso que os assusta. Uma mudança irá implicar o fim do seu “reinado” pelo partido. É feio de se dizer mas é a verdade nua e crua. Estão mais preocupados com os seus pequenos e grandes tachos do que em derrotar os socialistas (aos quais vão entregando vitórias de mão beijada - incluo nestas vitórias as autárquicas).
Há poucos dias o Henrique Burnay, para o 31 da Armada, recordava a Marcelo Rebelo de Sousa uma grande lição de vida: “…além de não se voltar a um lugar onde se foi feliz, sobretudo não se costuma regressar a um lugar onde se foi infeliz.” Marcelo já se terá esquecido de como foi ou então pensará que desta vez será diferente, mas é mais provável que seja diferente para pior do que para melhor. Além do mais Marcelo devia decidir-se pelo que quer. Ou quer ser Presidente da República ou do PSD e concorrer para 1º Ministro. Ou quer mesmo e avança ou então retira-se e não anda aqui ora a dizer que sim, ora a dizer que não, a ver no que é que isto dá. Agora esta política de que "o que vier à rede é peixe" pode dar mau resultado. Mas isto é apenas a minha opinião e, no fundo, posso estar completamente enganado.
p.s. (De notar que reconhecer que o partido daqui a 5 anos estará nas mãos do Passos Coelho é reconhecer, desde já, que não há grande esperança que o Marcelo derrote o Sócrates. Para mim isso é motivo mais do que suficiente para se partir para outra.)
p.s.2 De notar que muitos dos que mais defenderam que Manuela devia cumprir o mandato até ao fim (completamente de acordo), são os que mais andam a mandar nomes de hipotéticos candidatos para o ar. Seria interessante que os interessados avançassem por si, mas mais uma vez querem ir buscar um nome da "velha guarda" para fazer o "trabalho sujo".
p.s.3 Depois de voltar a ouvir Marcelo fico com a sensação que ele quer mesmo voltar a ser presidente do PSD. Só não quer é ter que ir a votos contra alguém. A unanimidade do partido só se conseguirá pelas bases, em directas. E só será verdadeira se houver mais do que um candidato por onde se escolher. Aparentemente Marcelo não quer isso.
sexta-feira, 30 de outubro de 2009
O dia de amanhã
Se não ganhar Pedro Passos Coelho será o líder seguinte. Venha quem vier contra ele. E estará legitimado pelas bases para fazer o que bem entender, como bem entender. O PSD estará unido à volta dele, unicamente porque qualquer um que esteja contra terá já sido derrotado vezes sem conta. Bastará colá-lo a Marcelo, a Ferreira Leite, a Santana...
É nestas alturas que eu gostava que alguém me viesse garantir sobre o seu carácter idóneo e sobre as virtudes do seu projecto para o país. Hoje gostava que alguém me convencesse de que Pedro Passos Coelho é D. Sebastião, finalmente retornado.
Isto porque, daqui a 5 anos, ele vai ter o PSD na mão, para reconstruir a seu bel-prazer. E eu acho que já chega de socialismo neste país.
P.S. O facebook passará a significar alguma coisa para mim no dia em que se conseguir fazer uma petição gigante para que Portugal deixe de ser, constitucionalmente, um país a caminho do Socialismo.
segunda-feira, 26 de outubro de 2009
quinta-feira, 22 de outubro de 2009
quarta-feira, 21 de outubro de 2009
Se calhar até há alguma asfixia democrática...

Portugal desceu do 16º para o 30º lugar no ranking mundial da liberdade de imprensa dos Repórteres Sem Fronteiras. Ide ver.
terça-feira, 20 de outubro de 2009
segunda-feira, 12 de outubro de 2009
Coisas que me chateiam e coisas que me chateiam mesmo muito
É a CDU que ganha. O PCP. Na maioria dos casos com maioria absoluta. Há concelhos em que o PS+CDU = 80% dos votos. 80.
Estava eu deitado no chão a carpir mágoas quando me vêm dizer que há candidatos à liderança do PSD. O Coelho. E o Menezes. E talvez o Rangel. E o Marcel também já tinha dito talvez. E ainda há que considerar o Aguiar Branco e o Morais Sarmento e mais não sei quem.
Eu sabia que era isto que vinha aí. Sabia que toda a gente se preparava para tentar açambarcar o lugar de Ferreira Leite, sabia que ela era uma figura transitória, mas este país em geral (o meu distrito em particular fica sempre mais ou menos como está, nada a fazer) podia neste momento ter um governo decente se algum destes tão bons senhores (ok, justiça seja feita, alguns até se tinham candidatado - aliás, alguns até lá passaram e... ah, esperem... Perderam) se tivesse candidatado a tempo e horas.
A sério. Eu por mim a Ferreira Leite fica lá mais quatro anos. Só muda antes das eleições. E a regra devia ser que nenhum destes senhores, com excepção do Rangel (estava na lista da senhora) e do Passos Coelho (foi candidato derrotado), se poderia candidatar.
Com esta oposição aposto o meu dinheiro em como Sócrates fica lá mais quatro anos. Ou ganha a seguir com maioria absoluta. Outra vez.
Coisas que me chateiam. Coisas que me chateiam mesmo, mesmo, mesmo muito.
domingo, 11 de outubro de 2009
Veto de gaveta
Pois é, temos agora uma generalização desse conceito para o n=27 da União Europeia. O Presidente Vaclav Klaus decidiu aplicá-lo ao Tratado de Lisboa, numa derradeira cruzada pelo prolongamento da vida defunta do "remendo de Nice", já várias vezes ressuscitado pelos erros e hesitações na construção de um novo tratado.
Seria bom que alguém lhe explicasse que de pouco valerá o seu país a amizade de circunstância com o provável futuro Prime Minister David Cameron (ainda não perdi a esperança de que perca as eleições). É que toda essa máquina de Bruxelas é controlada por franceses, alemães e mais alguns vizinhos e amigos. Além de que os ingleses mantêm uma longa tradição diplomática de não se imiscuir na defesa dos interesses particulares de quaisquer outros estados da UE, menos ainda dos mais pequenos.
E não poderá esconder-se eternamente atrás do recurso de fiscalização sucessiva de constitucionalidade que o primeiro ministro checo evoca, em jeito de desculpa. Aliás, já desmentiu que a promulgação dependa de uma questão jurídica. Que poderá ser este veto senão um delay grosseiro? Diz o povo que quando nos tentamos tapar com um lençol curto, alguma coisa tem de ser destapada, a cabeça ou os pés.
Pois bem, a minha interpretação desta situação é de que está destapado o verdadeiro projecto de política externa que o partido Tory, um insólito retrocesso face às posições de Thatcher e Major. Instrumentalizar estados membros mais pequenos a despeito das suas regras constitucionais e da vontade democrática - bem ou mal expressada, com referendo ou com representação parlamentar! Nada mau.
Há quem veja nesta eleição uma oportunidade de refresh para o conservadorismo europeu, até em Portugal. Por mim, tenho que Sir Edmund Burke anda às voltas no túmulo com esta posição inaceitável, sem ética e imprudente, que poderá arruinar o que ainda resta do prestígio britânico na cena internacional. Querer impor efeitos retroactivos a uma eleição que vai decorrer para o ano é uma vergonha e uma atentado ao fluir natural da sociedade!
Muito mais me escandaliza que outros escandâlos que já varreram o Partido Conservador. É urgente uma demarcação da parte do mesmo partido face a este comportamento, independentemente da posição política muito legítima que possa ter face a Lisboa.
De outro modo, resta-nos confiar na boa escola da política portuguesa, para que muna Durão Barroso dos instrumentos intimidatórios necessários a empurrar a ratificação do Tratado de Lisboa. A bem ou a mal. O veto de gaveta é, antes de mais para quem o faz, uma vergonha, porque é um gesto anti-democrático.
Seria bom que aos promotores do Tratado se juntassem as vozes que dos "guardiões da democracia", surpreendentemente adormecidos por esta altura. Afinal, parece que quase todos os opositores do Tratado, à direita e à esquerda, alinham por este jogo sujo.
Assim vai a Europa.
sábado, 10 de outubro de 2009
Alguém me explique que eu ainda não percebi...

sexta-feira, 9 de outubro de 2009
Velhas lutas
Estudou em escolas públicas, apoiado por bolsas e benfeitores. Licenciou-se e doutorou-se em Física, tornando-se num dos mais conhecidos cientistas portugueses de sempre. Provou Einstein errado, casou com uma mulher linda e teve cinco filhos – a sua própria ínclita geração – Pedro, Sofia, André, Rita e Luís os seus nomes. Era uma estrela no firmamento, um comunicador nato de um prestígio intocável. Pediram-lhe que se envolvesse na política, que salvasse o país, mas ele não aceitou. Sabia dentro de si que o bem que podia fazer pela humanidade era maior do que aquele que podia fazer pelos seus concidadãos.
Dos filhos, Luís era o mais velho e mais brilhante. Estudara medicina e, influenciado pelo pai e pela sua timidez em lidar com pessoas, decidiu-se pela investigação. Participou na equipa que descobriu a cura para a sida e fez importantes descobertas ao nível genético para explicar doenças como o Cancro ou Parkinson. Não foi mais brilhante do que o pai, mas foi mais reconhecido, e assim se explica que tenha sido a primeira pessoa da família a receber um prémio Nobel.
Rita era a empresária da casa. Herdeira do pai na sua figura esbelta e atraente, assim como nas capacidades de comunicação, servindo-se disso para fazer carreira no mundo dos negócios. Convenceu o pai e o irmão a trabalharem em equipa e a convenceu os amigos destes a juntarem-se-lhes. Começou a criar aquilo que seria mais tarde conhecido como uma das maiores fortunas do nosso país. A imprensa preferia normalmente focar-se em outros membros, mas era Rita a alma do sucesso, dominando por completo os jogos de bastidores e protegendo a família de tudo aquilo que contra ela veio.
Pedro era o mais novo, o pateta alegre e mimado. Nasceu já sem preocupações de qualquer ordem, e por isso tratou de as arranjar ele. Concentrou-se naquilo que faltava ao resto da família, diversão e responsabilidade social. Era ele o cimento da casa, o factor que ligava a família e a impedia de desmoronar nas suas normais querelas internas, que os fazia sorrir mesmo nos momentos mais difíceis, que fazia o resto dos irmãos – com excepção do mais velho – ver para além do seu próprio umbigo e preocupar-se com os problemas dos pobres e do país.
Sofia e André eram gémeos, com uma cumplicidade sem igual. Luís costumava contar sobre uma vez em que os levara a uma festa de faculdade, tinha ele vinte e quatro anos e eles dezoito, e em que Sofia tinha convencido a miúda mais gira do seu ano de medicina de que Ricardo, um puto sete anos mais novo, era um romântico inveterado e um partido sem igual. Alguém tão meloso que enjoava. A rapariga fascinou-se, não acreditou, começou a falar com ele e o André tratou do resto. Em troca do trabalho de “wing-man”, André mimava a irmã e protegia-a de tudo, tendo inclusivamente espancado um ex-namorado desta que a traíra sem que ela alguma vez o descobrisse. O seu companheirismo levou-os a trabalhar para a família e era seu o exemplo que ilustrava o lema da empresa – um por todos, todos por um. Fazer um esforço colectivo para proporcionar o bem de um terceiro, estranho ou conhecido, amigo ou inimigo, cliente, mendigo, ou qualquer outra coisa.
Sei que vocês nunca conheceram o António. Nem os seus filhos, que nunca nasceram. Mas ele poderia estar por aí, algures, não fosse ter ficado pelo caminho. António foi um dos 22 875 abortos feitos em Portugal desde 2007 até Fevereiro de 2009.
Nunca teve a oportunidade de respirar, de crescer, de sorrir, de amar, de perder, de chorar. Os seus filhos nunca nascerão para tornar Portugal num sítio melhor para todos. A sua mulher nunca o conhecerá.
Não é acerca do que cada um de nós ganha. É sobre o que todos perdem.
Publicado também aqui.
quinta-feira, 8 de outubro de 2009
Esta Elisa Ferreira tem uma piada!

quarta-feira, 7 de outubro de 2009
Queria só dizer desde já
segunda-feira, 5 de outubro de 2009
Parabéns

5 de Outubro de 2009: Portugal "faz" 866 anos. Pelo país fora comemora-se o 99º aniversário do regime e esquece-se o país. Ao olhar para a falta de "republicanos de bom-humor" deste país volto a concordar com o Rodrigo Moita de Deus; mais do que uma cultura republicana, existe mesmo uma grande cultura anti-monárquica em Portugal. E o Agitador também tem razão quando diz que há uma grande falta de cultura democrática. Não se poder, sequer, referendar o regime é uma dessas evidências. É proibido pela Constituição.
quarta-feira, 30 de setembro de 2009
TGV - sinopse
Prognósticos
Acho que acertei em tudo, excepto na grande surpresa, o voto, a meu ver, de algum pavor, que 3/4% dos potenciais eleitores do PSD deram no CDS e um número mais curto (+-2%) deu no PS, se considerarmos razoavelmente credíveis as sondagens de quase toda a pré-campanha e os resultados das europeias.
Parabéns a Paulo Portas sobretudo e morte aos media e à maquilhagem política, valores que saem vencedores deste ciclo. É uma fatalidade, não chega a um político, simpatia pelas suas ideias e pelo seu carácter, é preciso agradar aos sectores de "apoio fulcral" (media e outros) e não apenas aos barões dos seu partido, sob pena de se parecer sempre sozinho, frágil e incapaz de erguer uma estrutura governativa ao seu nível e de arriscar um voto de pavor (consciente para os instruídos, inconsciente para os outros) no dia decisivo que transforme uma possível virória numa clara derrota, tout vite.
Dada a idade e as inimizades de MFL, foi mesmo uma restrição natural. Mas parabéns (que já lhe foram dados por mim pessoalmente, porque me cruzei uma vez com ela) por ter feito uma campanha sem tudo isso e por ter mostrado quão frágil é o eleitorado português e como, face a isto, se tem de ganhar eleições.
Desengane-se no entanto quem pensar que sem o carácter e as ideias que ela tinha e com aquilo que ela não tinha se faz do PSD ou de qualquer partido alguma coisa de jeito. Recado para PPC's e amigos: o que sai daí é do governo de Durão Barroso e do de Guterres para muito pior.
Com a idade e as inimizades
terça-feira, 29 de setembro de 2009
Sobre a declaração do PR
Ou é o que ele disse e tem de o dizer antes das eleições, ou não é nada daquilo. De qualquer modo, é estar agarrado ao lugar que sempre procurou e quis.
Nojo. Nojo porque a preocupação em ser-se presidente da república não pode estar acima dos interesses do país e dos seus cidadãos.
segunda-feira, 28 de setembro de 2009
domingo, 27 de setembro de 2009
Estamos a afogar as mágoas
Somos ressabiados...
Eleições
Prognósticos
Não arrisco mais neste prognóstico, mas acredito pouco, devido a exemplos passados (Autárquicas 2001 e 2005, Europeias 2009) em sondagens que dão subidas explosivas ao PS em vésperas do acto eleitoral. Curioso o facto de a empresa que mais procurou investir (existem custos, recordemos) em sondagens credíveis, com "n sufficiently large", a Eurosondagem, nada ter publicado na última semana e nunca ter atribuído uma probabilidade estatística de vitória inferior a 30% ao PSD.
(Faço um aparte ainda acerca da EuroSondagem. Num painel de discurssão na RTP2, o seu resposnsável máximo reconhecia há dias a enorme dificuldade que para si representava um custoso controlo interno dos funcionários da empresa, dadas as constantes pressões dos partidos. Pena ter faltado o Prime Time.)
Um outro prognóstico insusceptível de erro é que uma vitória do PSD provocará uma "sangria" imediata em alguns dos media cujos principais players só podem estar totalmente proscritos após a cobertura mediática enviesada a que temos assistido da campanha. Curisosas as diferenças entre a televisão e a rádio públicas, sendo que na primeira se situará provavelmente o inimigo nº1 do anti-poder (não sei se a questão é partidária), de que até os principais jornalistas da "televisão do poder" (nacional, local, económico...) se insistem em demarcar. Curiosa a antítese, não menos enviesada, que tem feito a TVI.
Mas, enfim, chega a altura de prognósticos mais arriscados. Não creio que a CDU bata os 7% como vem sendo apontado, aproximando-se do único resultado dessa ordem que já teve, o pior de sempre, em 2002. Não foi a mesma CDU que conquistou 10,7% dos votos nas Europeias, o que corresponde a... mais de 5% dos votos nas eleições hoje, com metade dos habituais eleitores em casa? E que venceu nos três distritos do Alentejo, com resultados regionais que hoje lhe poderiam dar um crescimento da sua bancada parlamentar? Ainda para mais, estes contam-se entre os distritos menos abstencionistas em eleições europeias.
E o Bloco? Não acredito, embora me satisfizesse bastante, que atinja os 18% e tenha um "efeito PRD" sobre a votação do PS. Poderá ter dois dígitos? Está talvez um pouco dependente dos valores finais da abstenção, da neblina que se faz sentir em muitas regiões do país e do "momento da verdade" que os eleitores ideologicamente mais à esquerda e que alguns descontentes viverão perante o boletim de voto.
A ver se o voto útil conseguido nas sondagens também aqui funciona. É possível que os estudos aqui estivessem correctos, dado o conteúdo dos debates e da campanha. Mas as intenções de voto útil nunca ganharam eleições. Parece, de todo o modo, o maior candidato ao 3º lugar do pódio, dado o perfil mais abstencionista do seu eleitorado nas eleições de Maio, que mitigará a sua descida dos 10,7% de partida.
Por fim, o centro-esquerda-direita. Como preferirem chamar-lhe. Tudo aquilo que está para lá da cortina pseudo-central do PS. Aqui o problema do "momento da verdade" é ainda mais premente. O CDS pode descer. Não quer dizer que desça. Mas pode. Desta vez as sondagens trouxeram-lhe "pressão alta".
E em 2005, certo que com o desgaste do Governo, não atingiu nem de perto os 12% que alguns davam como naturais (depois de uma óptima campanha) e quedou-se pelos 7,2. Muita gente hesitará antes de tocar a tal "música celestial" para os ouvidos de Sócrates. Tudo aquilo que Paulo Portas nunca quis interpretar, mas que os números fazem ecoar entre a plateia das outras forças políticas. Poderá resistir? Claro. O apelo ao voto útil foi silenciado pelos media e há alguma frustração entre o eleitorado português à direita, acumulada ao longo de décadas. Mas que os indecisos estão sobretudo aqui, estão. Recorde-se que a base de partida ronda os 8,5% e, que, assim sendo e com menos abstenção, a tendência é de descida, mesmo que ligeira.
O PSD é sem dúvida o partido mais imprevisível quanto ao seu resultado. Custa-me um pouco crer na tendência descida apontada face à base eleitoral de 31,7% dos votantes nas Europeias. Acredito mais numa subida ligeira, até por comparação aos 28,7% que alcançou Santana Lopes em 2005, de resto excedendo o "target" que lhe era então atribuído. Poderá beneficiar do voto útil vindo da direita e, quem sabe, de outros lugares.
Quanto ao proto-vencedor das eleições, recorde-se que parte com uma base de 13/14% dos votantes, correspondente aos 26,7% que teve nas Europeias. Tendo em conta que há 50% do eleitorado em disputa, mesmo que com ligeiras transferências de voto do BE (a confirmar), é fácil fazer as contas e descobrir um tecto por volta dos 37/38%. Será suficiente para a anunciada vitória. Depende do comportamento dos indecisos silenciosos e remotos (pouco estudados e pouco estudáveis, respondem pouco aos estudos, nunca foram filtrados e são muito poucos numa amostra de n menor que 1000 ) que, tendo-se abstido em Maio, vão optar entre dar uma vitória tagencial ao PS (por hipótese entre os 34 e os 38%) ou uma ainda mais tagencial ao PSD (que ninguém parece acreditar que descole dos 35%, na melhor das hipóteses).
Gostava por fim que o MEP elegesse um deputado, em condições normais. É possível e até pode roubar um deputado ao PS em Lisboa, mas há mais uma vez, o perigo de dispersar o voto ao centro e à direita e tocar mais uma melodia agradável ao ouvidos de Sócrates. Deveria o pragmatismo, revelado muitas vezes pela esquerda divergente, ter levado à formação de uma AD? Nunca o saberemos, a verdade (!) é que há muito de construído no resultado que o PSD de Ferreira Leite possa ter e que, sem este percurso, se poderia facilmente situar bem abaixo dos 30%. Mas as probabilidades de vitória nem seriam inferiores às do PSD; fariam isso sim, morrer a prazo os tradicionais partidos da direita.
Dito tudo isto, que as sondagens de "painel" fiáveis que os partidos encomendam e as outras, telefónicas ou presenciais, aleatórias mas nada críveis, que são publicadas sejam rebatidas pela única sondagem que interessa. E que quem quer que ganhe cumpra o seu programa que aqui está a ser sufragado. Sem receio de censuras. Afinal quem é censurado, se for inteligente, tem tudo para conseguir maiorias, como outrora o fez Cavaco Silva.
Assim vistas as coisas, talvez estas eleições sejam mesmo muito importantes. Que ninguém fique em casa!