quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

E o Sr. Ministro?

Director-geral e adjunto da Administração Interna demitem-se. Agora imaginemos, como fez notar o Pedro Magalhães do Margens de Erro, que tinha acontecido isto:

Cavaco: 50,1%

Cavaco: 49,9%

Cavaco: menos de 50;
Alegre: 19,8%
Nobre: 19,7%

E o que é que o Sr. Ministro faz? Lava as mãos e seca-as no avental.

Olhem umas pessoas não conseguiram votar, que maçada, não se pode querer tudo também... Devem pensar que isto é uma democracia, só pode...

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

É possível a abstenção subir um bocadinho mais?



É, basta darem isto aos portugueses daqui a 5 anos, como muitos comentadores políticos já andam por aí a prever. Vai ser o cúmulo da decadência política se PS e PSD realmente optarem por premiar como seus candidatos ao mais alto cargo da Nação justamente aqueles que "bazaram" a meio do mandato (já nem discuto as respectivas actuações). Acho que já é notório que os portugueses começam-se a cansar que gozem com eles e nem disfarcem.

"Em República podemos escolher o Chefe de Estado" V

Cavaco Silva foi eleito por 23% de todos os eleitores portugueses, a percentagem mais baixa de sempre para um Presidente da República. Devem existir mais apoiantes e simpatizantes da causa monárquica em Portugal do que apoiantes do actual Chefe de Estado.

"Em República podemos escolher o Chefe de Estado" IV

Os votos brancos e nulos somados à abstenção perfazem 56,4% de portugueses que, por um motivo ou outro, não votaram em ninguém para Chefe de Estado.

(os votos brancos e nulos, somados, representaram 6,2% do total de votos, a maior percentagem de sempre em eleições exclusivamente nacionais - este valor só foi superado pelo das últimas Europeias)

domingo, 23 de janeiro de 2011

"Em República podemos escolher o Chefe de Estado" III

Em Portugal a abstenção tem vindo a aumentar gradualmente, batendo todos os recordes nas eleições Europeias. Mas se descontarmos essas (Bruxelas está lá longe para a maioria dos portugueses), nas eleições que dizem respeito só a Portugal a abstenção ainda não superou os 50%. Não superou em nenhuma autárquica. Não superou em nenhuma legislativa. Não superou em nenhuma presidencial. Mentira. Já é a segunda presidencial que supera os 50%.

"Em República podemos escolher o Chefe de Estado" II

É a segunda vez, nas últimas três eleições presidenciais, que a abstenção supera os 50%.

"Em República podemos escolher o Chefe de Estado"

Taxa de abstenção: 53,5%.

A maior de sempre em eleições presidenciais.

O Simplex deu nisto


A trapalhada de hoje com as mudanças de números de eleitor (por que é que mudaram?) dos novos cartões do cidadão está em consonância com o que o Sócrates deu ao país nos últimos 6 anos.

sábado, 22 de janeiro de 2011

Misto de coisas bonitas.

Portugal´s Empire was the first,[8][9][10] and most long-lived Global Empire in the world.

Deus quer, o homem sonha, a obra nasce.
Deus quis que a terra fosse toda uma,
Que o mar unisse, já não separasse.
Sagrou-te, e foste desvendando a espuma,

E a orla branca foi de ilha em continente,
Clareou, correndo, até ao fim do mundo,
E viu-se a terra inteira, de repente,
Surgir, redonda, do azul profundo.

Quem te sagrou criou-te português,
Do mar e nós em ti nos deu sinal.
Cumpriu-se o Mar, e o Império se desfez.
Senhor, falta cumprir-se Portugal.

Fernando Pessoa

Hoje é dia de reflexão...

...não se pode apelar ao voto.

Está bem. Não apelemos.

Em ninguém.

O eleitorado de direita está completamente órfão

Já não falo da sua actuação ao longo do primeiro mandato, nem das decisões que fizeram mais comichão aos mais conservadores. Falo só da campanha que agora termina. Depois desta no sábado passado, Cavaco brindou-nos com mais uma mesmo em jeito para o dia de reflexão. Concordo em absoluto com o Jorge Costa do Cachimbo de Magritte: Cavaco no seu pior. Cheira-me que no domingo muitas pessoas irão fazer como os comunistas em 1986: tapar a cara na hora de assinalar a cruzinha.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Para todos os que vão votar Cavaco só porque acham que é desta que ele corre com o Sócrates...

...aqui têm a resposta, sem margem para dúvidas. Ele, que não gosta muito de comentar o que os restantes candidatos dizem, abriu desta vez uma excepção, quase em fim de campanha, para tranquilizar os portugueses de que, por ele, estaremos condenados a continuar com o Sr. Pinto de Sousa. Tudo a bem da estabilidade política, claro. O facto desta "estabilidade" ser mais prejudicial do que benéfica para o país é irrelevante. Tinha ficado muito mais tranquilo se, desta vez, o Sr. Cavaco Silva também tivesse optado por não comentar o assunto.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

O que é nacional é bom



O Chef Nuno Mendes e o seu Viajante, aberto o ano passado em Londres, acabaram de receber uma estrela Michelin. Parabéns!

Procura-se

Político sério, sem experiência e com ideias liberais que faça uma campanha como a descrita pelo Eng. Belmiro de Azevedo.

Oferece-se país em ruínas e população incapaz de perceber o que lhe está para acontecer.

Boas hipóteses de progressão na carreira no entanto, pelo menos a fiar no passado.

sábado, 15 de janeiro de 2011

Com amor e carinho para todos os liberais

O candidato presidencial defendeu hoje, à margem de uma acção de campanha em Penafiel, que os cortes salariais impostos aos funcionários públicos deveriam ser também alargados aos funcionários do sector privado com elevados rendimentos. Ontem, num jantar-comício em Arcos de Valdevez, (...) considerou que os funcionários públicos foram «duramente atingidos nesta crise, talvez, nalguns casos, com alguma injustiça, porque outros, com muitos maiores rendimentos, não foram chamados a dar o seu contributo». «A eles não lhes foram pedidos contributos como foram pedidos aos funcionários públicos», reforçou referindo-se aos cortes salariais. Mas, na altura, não esclareceu a quem se estava a referir. Questionado sobre de quem estava a falar, o candidato presidencial (...) defendeu que era óbvio que falava de todo o sector privado. «Não foram pedidos sacrifícios a outras pessoas com rendimentos muito maiores», apontou.

E de qual candidato estamos a falar? Do Alegre ou do Francisco Lopes respondem todos! Ou ainda do Nobre poderão responder alguns. Não, nada disso! Foi mesmo aquele que dizem ser o candidato da direita.

O próximo monstro

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

A Divina República


Ai as presidências! Andam engraçadas e deprimentes e de um nível que condiz com o estado do país. Pensar que um daqueles homenzinhos vai ser ou continuar a ser o Chefe de Estado de Portugal não deixa de ser triste. Pensar que todos insultam todos e que não há respeito nenhum nem pelo actual nem pelos candidatos ao cargo não deixa de ser…normal para dizer a verdade. E prova do respeito que tal figura inspira na generalidade da classe política e da sociedade portuguesa. Lá vou eu criticar esta tão honrosa figura e desmascarar o que se quer verdadeiramente dela.

Bem quem vota Cavaco acha que é desta que ele corre com o Sócrates. E é só por isso que votam nele. Ponto. Tal como muitos votaram nele há 5 anos por acharem que ele ia fazer o que disse que não fazia e que não fez mesmo. Mas era isso que se dizia em surdina há 5 anos e é isso que continuo a ouvir 5 anos depois. Ainda é com esse argumento que alguns tentam “comprar” o meu voto. Por mim acho que mais depressa cai o governo no Parlamento do que com o Cavaco. Já antes partilhei aqui o que o Cavaco deveria ter feito há muito tempo se tivesse mesmo sentido de Estado. Este arrastar de situação até ser reeleito só fez mal o país (para o qual ele se está verdadeiramente a marimbar, senão tinha feito o que tinha mesmo de ser feito). Mas parece que durante 5 anos o Sr. Cavaco Silva andou algo distraído, enviou um ou outro recado para o ar que nem sempre fizeram sentido e que nunca tiveram consequência prática nenhuma e agora, de repente, até já diz que se for reeleito não se inibirá de usar os poderes que a Constituição lhe permite (há coisas fantásticas). De repente lembrou-se que afinal o Presidente da República pode fazer mais do comunicações ao país a anunciar que não vai acontecer nada.

Quanto aos socialistas, esses não sabem muito bem para onde se virarem. Do Cavaco têm medo da tal demissão que não veio mas pode agora vir, do Alegre têm medo que seja demasiado socialista e que só dê dores de cabeça no futuro. Pelo meio já se ouviram alguns elogios a Defensor de Moura e alguns partiram para o Nobre mas não adianta grande coisa. A campanha do Alegre anda alegre entre o PS e o Bloco e com insultos e bancos falidos à mistura “a coisa” anda um mimo. É verdade amei o ar especialmente inteligente do Nabeiro quando ontem lhe perguntaram porque apoiava Alegre: “toda a gente sabe que sou socialista, ahahah”. Boa Rui! No dia em que uma tubérculo for candidato pelo PS tem o teu apoio! Se for PS está tudo bem! Ou porreiro páh!

O Nobre, que era uma esperança para muitos independentes e descontentes com os actuais protagonistas da “coisa”, não tem grande jeito para a “coisa” e a continuar assim nem sei se uma votação honrosa consegue ter. Aquela história da galinha foi surreal! É que não ganha nenhum voto por aí mas se ele fica feliz por correr atrás de galinhas tudo bem. Não deixo contudo de lhe admirar o facto de ser o único candidato que vai buscar apoios verdadeiramente à esquerda e à direita. Quanto aos restantes, esses não interessam para nada e em boa verdade já só o Cavaco interessará neste momento.

Quanto ao semi-presidencialismo está provado que é uma treta. Ainda recentemente o António Barreto deu voz ao seu descontentamento com esta “coisa”. Na teoria todos dizem que querem ser quais Reis - de todos os portugueses, independentes, supra e apartidários e moderadores da vida pública – mas na prática todos gostavam de ir para lá governar (alguns nem escondem) e mesmo a generalidade das pessoas que ainda se vão dar ao trabalho de ir votar também querem que eles vão para lá mexer em alguma coisa, cada uma para a sua “equipa”. Outra coisa que amei: os discursos e debates dos candidatos a Presidente da República. Esta coisa dos insultos e de quem é mais honesto ou bonzinho deve ser porque não há mesmo grande coisa de mais interessante para dizer, sem correr o risco de se estar a apresentar um programa de governo. Mais valia isto virar, de facto, um regime presidencialista e sempre era uma palhaçada a menos.

Quanto a mim continuo a querer que o Chefe de Estado seja mesmo de todos os portugueses (ou de um número bastante alargado), verdadeiramente independente, moderador da vida pública e absolutamente apartidário e suprapartidário. Continuo a querer um Chefe de Estado que não se meta nestas politiquices de BPN’s, galinhas e afins. Continuo a querer um Chefe de Estado que seja, de facto, respeitado pela classe política e pela generalidade do seu povo, sem ser arremesso político e que não seja parte activa do degradante espectáculo político a que assistimos no nosso país. Continuo a ser monárquico.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

O que é nacional é bom...e é para ser publicitado!



Não, o título do post não se refere (só) ao Mourinho, apesar de ele também estar de parabéns. Mesmo eu que mal ligo a futebol não consigo ficar indiferente ao seu percurso nos últimos 10 anos. Não há dúvida que ele deixa um país inteiro orgulhoso, ainda para mais quando faz questão de falar em português por ser um "orgulhoso português". Mas o título refere-se a outra notícia que poderá ter passado mais despercebida devido ao prémio de Mourinho: o New York Times elegeu Guimarães como um dos destinos a visitar em 2011. Guimarães é apresentada como uma das cidades mais jovens da Europa e "um dos pontos culturais emergentes da Península Ibérica". Portugal não é só Lisboa (ou o Algarve) e já que estamos por terras do Norte, fica também a publicidade para a transformação que a Baixa do Porto sofreu nesta última década. Eu de certeza que estarei em breve por aquelas bandas.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Lisboa vai ganhar um mamarracho!









Para os que não frequentam muito esta zona de Lisboa, ou para os que não são mesmo de cá, estas fotografias não serão muito familiares mas trata-se da zona no Largo do Rato, bastante conhecida por ser onde se encontra a sede nacional do PS (2ª fotografia) e por ser um importante centro nevrálgico da cidade, por onde se pode ir para o Marquês, para as Amoreiras, para a Estrela e Campo de Ourique, para São Bento e para o Príncipe Real. Contudo, mesmo para os menos familiarizados com estas zonas, há algo que saltará imediatamente à vista: aquele edifício da primeira fotografia não faz lá muito sentido ao pé dos outros. Ninguém, nunca na vida, iria aprovar a construção daquele mamarracho nesta zona nobre da cidade... Ninguém tirando os deputados da Assembleia Municipal de Lisboa, claro.

Seja na Assembleia Municipal ou na Assembleia Nacional, os políticos portugueses já provaram que são capazes de empreitadas que escapam à compreensão do mais comum dos mortais e, se dúvidas houvesse, fica mais esta decisão e oferta para a cidade de Lisboa. A história completa já tem uns aninhos e aqui pode ser encontrado um breve resumo de tudo o que resultou neste desfecho. Nestas coisas a opinião dos populares nunca vale de muito e já será tarde para travar este projecto mas está a circular uma petição para Salvar o Largo do Rato. Apesar de não se comparar à entrada ou não entrada do FMI, estas pequenas coisas também são fruto das grandes coisas que vão mal neste país, governado por inúmeros mamarrachos. Obrigado páh!

Mais grave do que a falta de açúcar nos supermercados...


...estou definitivamente a leste do paraíso quando o Jemand me diz que o Dias Loureiro está "refugiado" em Cabo Verde e eu não fazia ideia nenhuma.

domingo, 2 de janeiro de 2011

Feliz 2011!



Para 2011 O Sensitivo é modesto: apenas deseja que daqui a exactamente um ano o querido líder e os socialistas já não governem Portugal. Que possamos todos voltar a abrir a garrafa de Champagne em breve.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

E enquanto Chefe de Estado o que fez para evitar esta situação?

Cavaco Silva garantiu hoje que se os seus alertas tivessem sido ouvidos, o país "não se encontraria na situação em que se encontra hoje." E referiu que fez vários alertas, também em privado, sobre asituação económica do país.

Na sua mensagem de Ano Novo, a 1 de Janeiro de 2010, Cavaco Silva considerou que o país caminhava para uma “situação explosiva”. Nessa altura, Cavaco Silva afirma que fez “a afirmação mais forte que alguma vez um Presidente da República pode fazer em público”: “Em privado pode fazê-las e fi-los muitas vezes, mas em público, dizer que se caminha para uma situação explosiva é talvez a afirmação mais forte que se pode fazer”, acrescentou.

Face à situação económica que o país atravessa, “hoje todos entendem o significado desses alertas que foram feitos”, garante Cavaco Silva. “Se tivessem sido escutados devidamente não há a mínima dúvida que Portugal não se encontraria na situação em que se encontra hoje”.


Se um é culpado por ter levado Portugal para a presente situação, o outro é culpado por, podendo fazer mais do que dar um simples recado, nada ter feito/fazer para evitá-la, ainda para mais quando tinha perfeita consciência das consequências da tal "situação explosiva". Enquanto Chefe de Estado exigia-se que a prioridade do Sr. Cavaco Silva fosse Portugal e não a sua reeleição. Acredito que Cavaco vá ser eleito à primeira volta com bastante facilidade e, provavelmente, a animosidade que sinto em relação ao Sr. Presidente da República está em completo desacordo com a opinião que lhe têm os restantes membros deste blog mas o balanço deste primeiro mandato de Cavaco Silva é manifestamente mau.

Cavaco falhou todos os objectivos a que se propôs quando se candidatou há cinco anos, como já referi aqui. Como Chefe de Estado exigia-se-lhe que fizesse mais, muito mais do que andar a dar recados, mesmo que isso, porventura, lhe custasse a reeleição. Afinal o Sr. Cavaco Silva foi eleito para Chefe de Estado de Portugal e não para moço de recados, embora eu admita que ele nunca terá a verdadeira percepção da responsabilidade que esse cargo exige. Quem perdeu fomos todos nós enquanto país. O tempo passa e é Portugal que continua a agonizar pois até o seu Chefe de Estado se demitiu das suas funções. E continua a agir como se não tivesse nenhuma responsabilidade para com o país! Cavaco, se fosse sério, tinha o mínimo de vergonha de cada vez que abre a boca, mas como referiu o Nuno Pombo, no 31 da Armada, essa ele não tem.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

TGV

Pedir uma petiçãozinha contra o TGV seria pedir muito? Acho que estão reunidas as condições para a coisa ser um sucesso... Na pior das hipóteses pedimos assinaturas a Timor Leste.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Pelo facebook

O governo acaba de aderir à iniciativa e também mudou a fotografia de perfil!

terça-feira, 9 de novembro de 2010

O Sr. Ministro das Finanças disse que aos 7% o FMI entrava em Portugal...

...os mercados fizeram-lhe a vontade e acabaram de lhe dar os 7%. Podem vir, este "vem-não-vem" já começa a ser deprimente!

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

FMI, Fear of Mind Invasion... ou o Fundo Monetário Internacional, para alguns economistas

Será bom ou mau receber o FMI?
Não é fácil responder, nem existe uma solução técnica acabada.
Aliás, perante tão difícil decisão pátria, sugeria, como critério decisório, o lançamento de uma moeda ao ar. Um probabilidade de 0,5 de tomar a decisão correcta não seria má. Poderíamos até ter uma experiência estatística mais robusta, como o lançamento de mim moedas ao ar, para quem for tão supersticioso como alguns agentes políticos parecem ser. Repetiram mil vezes a experiência negocial aleatória para obterem o mesmo "outcome" esperado! Nem é preciso saber Estatística...
Voltando mais seriamente ao tema deste post, creio que existem vantagens e desvantagens nesta eventual solução.
A vantagem mais evidente é a de proteger a nossa economia da muita incerteza que lhe é lesiva. O pior que podemos fazer a qualquer agente económico é oferecer-lhe uma infinidade de cenários, um contexto em que não sabe com que contar. Assim, sobrevém a aversão ao risco de cada um, melhor é não decidir e adiar planos de consumo ou investimento que decidir mal. Reconhecem aqui o conceito de recessão? O Governo nem tanto.
Por outro lado, é possível que o FMI introduzisse algumas reformas estruturais. Atenção, não se trata de um governo de salvação nacional. Desiludamo-nos! O FMI busca soluções fáceis e rápidas, como tem sido visto em inúmeras partes do mundo. Não é crível que aí exista uma massa crítica de conhecimento sobre a economia portuguesa comparável àquela que (designadamente) foi revelada pelo Fundo aquando dos acordos de 77-78 - apesar da apetência que o Prof. António Borges terá por este "controlo externo" do país. (Veja-se aliás a esse propósito o interesse luso de alguns promissores economistas do tempo, como Krugman).
Que reformas estruturais seriam estas? Não espero que reformássem seriamente a Administração Pública, o Sector Empresarial do Estado ou até o sistema fiscal e a regulação da maioria dos mercados dos sector não transaccionáveis. Mas, pelo menos, é possível que o mercado de trabalho português fosse revolucionado, o que tem sido politicamente infactível. O fim da segmentação termo/sem termo / sem contrato, de uma segmentação geracional entre trabalhadores "agés" protegidos com ou sem merecimento e jovens mercantilizados poderia ser possível. Rumo a um regime laboral único, intermédio, mais justo e a um maior flexibilidade na alocação do emprego. A concentrar em sectores de potencial exportador...
Mas inquietam-nos os inconvenientes: nem todos os países intervencionados pelo FMI se saíram muito bem. Os exemplos de explosivos BRIC e países afins, encabeçado pela Argentina (lembram-se do "corralito", restrição ao uso do multibanco), que cresceram energicamente poucos anos após as intervenções são contrastados por outros casos em que o potencial de crescimento era menos evidente "a priori", com ou sem "boa governação".
Pois bem, o nosso caso poderá ser o de oportunidades de crescimento pouco evidentes. Pelo menos para já. Nada contra a nossa auto-estima, apenas a constatação de muito estudo (ou muito trabalho de casa) em atraso para o teste da próxima década. O que nos poderia comprometer com a intervenção do FMI? Medidas facilitistas: aumentar importos, cortar despesa social, vender activos que nos restam, cercear a provisão de bens públicos à economia e tudo mais. O que me pergunto mesmo é se não o fizemos já com este Orçamento de Estado? Se não perdemos já a oportunidade de fazer mais e melhor que o mal que faria o FMI - e que de certa maneira nós já replicámos e antecipámos, sem colher nenhum dos benefícios.
Gostaria que fizéssemos melhor e diferente, mas seremos disso capazes? E ainda que o fôssemos, estaríamos ainda a tempo?
Mais do que um "papão" o FMI é uma opção. Gostaria que a assumíssemos e que não nos deixássemos governar pela inevitabilidade de recorrer ao Fundo quando esteja iminente a nossa bancarrota!

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Pelo facebook


O que há de errado com esta imagem?

Se pensou: "Mas não é um cartaz do senhor que ainda ontem, na inauguração da sede nacional de candidatura, voltou a prometer que não iria colocar um único cartaz exterior nas ruas?" fique a saber que acertou.

Assim não Sr. Cavaco Silva, já nos basta o Pinto de Sousa.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Tim-tim por tim-tim para todos perceberem! Grande Carlos Moedas!


A propósito deste post do JA, fica aqui mais uma entrevista que roçou o tendencioso e o patético. Carlos Moedas teve até direito a dedo em riste do José Rodrigues dos Santos e tudo! De resto, o elemento da equipa negocial do PSD deu uma grande entrevista e esta é outra daquelas coisinhas que os portugueses deveriam ver ou ter visto. Só para não haver dúvida nenhuma do que se passou nos últimos dias e de quem trabalhou, de facto, para um acordo ou não.

Nota: na discussão do OE o episódio das 4 horas de "seca" que o Dr. Eduardo Catroga levou de Teixeira dos Santos é o menos importante mas é bastante revelador dos inergúmeros que temos a governar o país. 4 horas porque o Dr. Eduardo Catroga acabou por se ir embora. Numa discussão tão séria e importante quanto esta não se trata o parceiro da negociação desta maneira. Depois o Teixeira dos Santos ainda quer que acreditemos que ele e o seu 1º Ministro estavam empenhados nesta negociação. Está bem.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

28/Outubro/1995


Faz hoje exactamente 15 anos que o senhor da primeira imagem tomou posse do seu primeiro governo e, nestes últimos 15 anos, mais de 12 foram da responsabilidade do partido da segunda imagem. Passados 15 anos Portugal está __________ (preencher como lhe aprouver).

Porreiro páh!

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Mas o cálice não concedia vida eterna?

Inspirada intervenção do nosso querido Prof. Nogueira Leite! Há que louvá-lo!

A culpa das negociações terem falhado é de Eduardo Catroga...

...mas Teixeira dos Santos já se está a desculpar há mais de meia hora.

Eduardo Catroga rompe com Teixeira dos Santos

Quem estiver a ouvir o Senhor Ministro das Finanças a discursar quase que duvida que este seja o mesmo homem que tem tomado conta das contas do país nos últimos 6 anos.

Injustiça, por Nuno Pombo

A nota que me ficou dos comentários de ontem ao anúncio da candidatura de Cavaco foi a de que ele era um homem sem imaginação e muito previsível. Discordo em absoluto desta leitura. Aliás, só quem andava distraído aquando do episódio das escutas o pode acusar, agora, de pouco imaginativo. Mas a ideia da previsibilidade é a que me rasteira. Quando ele chamou os jornalistas para fazer uma grave declaração ao país, o previsível é que ele, de facto, fizesse uma grave declaração. Mas não. Deu um chuto nas legítimas expectativas e pôs-se a falar de tricot ou de um qualquer anticiclone. Quando seria previsível que varresse o PM, por razões bem mais sérias do que as usadas pelo seu antecessor para correr com outro que tal, pressionou a oposição a entender-se com ele. Quando zurziu de alto a baixo diplomas absurdos que nos queriam impingir, dizendo deles o que Maomé não disse do toucinho, eis que, no mesmo passo e sem grandes problemas de consciência, promulgou-os à primeira. Quando seria mais do que razoável esperar vê-lo entrar ontem no CCB de gravata preta e ar pesado, eis que surgiu de azul celeste e sorriso confiante. Quando se esperaria ouvi-lo reconhecer as razões (muitas e boas) pelas quais não poderia recandidatar-se, explicou que o país sem ele não era. Quando se pensaria que ele, então, iria dizer-nos o que tinha de ser dito, atirou-nos, impressivo, cartazes e contabilidade de mercearia. Que injustiça. O Prof. Cavaco tem imensa imaginação e uma tremenda capacidade de nos surpreender. Tem isso tudo. Só não tem vergonha.

O discurso de Cavaco...

...teve qualquer coisa de déjà vu