terça-feira, 23 de novembro de 2010

E enquanto Chefe de Estado o que fez para evitar esta situação?

Cavaco Silva garantiu hoje que se os seus alertas tivessem sido ouvidos, o país "não se encontraria na situação em que se encontra hoje." E referiu que fez vários alertas, também em privado, sobre asituação económica do país.

Na sua mensagem de Ano Novo, a 1 de Janeiro de 2010, Cavaco Silva considerou que o país caminhava para uma “situação explosiva”. Nessa altura, Cavaco Silva afirma que fez “a afirmação mais forte que alguma vez um Presidente da República pode fazer em público”: “Em privado pode fazê-las e fi-los muitas vezes, mas em público, dizer que se caminha para uma situação explosiva é talvez a afirmação mais forte que se pode fazer”, acrescentou.

Face à situação económica que o país atravessa, “hoje todos entendem o significado desses alertas que foram feitos”, garante Cavaco Silva. “Se tivessem sido escutados devidamente não há a mínima dúvida que Portugal não se encontraria na situação em que se encontra hoje”.


Se um é culpado por ter levado Portugal para a presente situação, o outro é culpado por, podendo fazer mais do que dar um simples recado, nada ter feito/fazer para evitá-la, ainda para mais quando tinha perfeita consciência das consequências da tal "situação explosiva". Enquanto Chefe de Estado exigia-se que a prioridade do Sr. Cavaco Silva fosse Portugal e não a sua reeleição. Acredito que Cavaco vá ser eleito à primeira volta com bastante facilidade e, provavelmente, a animosidade que sinto em relação ao Sr. Presidente da República está em completo desacordo com a opinião que lhe têm os restantes membros deste blog mas o balanço deste primeiro mandato de Cavaco Silva é manifestamente mau.

Cavaco falhou todos os objectivos a que se propôs quando se candidatou há cinco anos, como já referi aqui. Como Chefe de Estado exigia-se-lhe que fizesse mais, muito mais do que andar a dar recados, mesmo que isso, porventura, lhe custasse a reeleição. Afinal o Sr. Cavaco Silva foi eleito para Chefe de Estado de Portugal e não para moço de recados, embora eu admita que ele nunca terá a verdadeira percepção da responsabilidade que esse cargo exige. Quem perdeu fomos todos nós enquanto país. O tempo passa e é Portugal que continua a agonizar pois até o seu Chefe de Estado se demitiu das suas funções. E continua a agir como se não tivesse nenhuma responsabilidade para com o país! Cavaco, se fosse sério, tinha o mínimo de vergonha de cada vez que abre a boca, mas como referiu o Nuno Pombo, no 31 da Armada, essa ele não tem.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

TGV

Pedir uma petiçãozinha contra o TGV seria pedir muito? Acho que estão reunidas as condições para a coisa ser um sucesso... Na pior das hipóteses pedimos assinaturas a Timor Leste.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

terça-feira, 9 de novembro de 2010

O Sr. Ministro das Finanças disse que aos 7% o FMI entrava em Portugal...

...os mercados fizeram-lhe a vontade e acabaram de lhe dar os 7%. Podem vir, este "vem-não-vem" já começa a ser deprimente!

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

FMI, Fear of Mind Invasion... ou o Fundo Monetário Internacional, para alguns economistas

Será bom ou mau receber o FMI?
Não é fácil responder, nem existe uma solução técnica acabada.
Aliás, perante tão difícil decisão pátria, sugeria, como critério decisório, o lançamento de uma moeda ao ar. Um probabilidade de 0,5 de tomar a decisão correcta não seria má. Poderíamos até ter uma experiência estatística mais robusta, como o lançamento de mim moedas ao ar, para quem for tão supersticioso como alguns agentes políticos parecem ser. Repetiram mil vezes a experiência negocial aleatória para obterem o mesmo "outcome" esperado! Nem é preciso saber Estatística...
Voltando mais seriamente ao tema deste post, creio que existem vantagens e desvantagens nesta eventual solução.
A vantagem mais evidente é a de proteger a nossa economia da muita incerteza que lhe é lesiva. O pior que podemos fazer a qualquer agente económico é oferecer-lhe uma infinidade de cenários, um contexto em que não sabe com que contar. Assim, sobrevém a aversão ao risco de cada um, melhor é não decidir e adiar planos de consumo ou investimento que decidir mal. Reconhecem aqui o conceito de recessão? O Governo nem tanto.
Por outro lado, é possível que o FMI introduzisse algumas reformas estruturais. Atenção, não se trata de um governo de salvação nacional. Desiludamo-nos! O FMI busca soluções fáceis e rápidas, como tem sido visto em inúmeras partes do mundo. Não é crível que aí exista uma massa crítica de conhecimento sobre a economia portuguesa comparável àquela que (designadamente) foi revelada pelo Fundo aquando dos acordos de 77-78 - apesar da apetência que o Prof. António Borges terá por este "controlo externo" do país. (Veja-se aliás a esse propósito o interesse luso de alguns promissores economistas do tempo, como Krugman).
Que reformas estruturais seriam estas? Não espero que reformássem seriamente a Administração Pública, o Sector Empresarial do Estado ou até o sistema fiscal e a regulação da maioria dos mercados dos sector não transaccionáveis. Mas, pelo menos, é possível que o mercado de trabalho português fosse revolucionado, o que tem sido politicamente infactível. O fim da segmentação termo/sem termo / sem contrato, de uma segmentação geracional entre trabalhadores "agés" protegidos com ou sem merecimento e jovens mercantilizados poderia ser possível. Rumo a um regime laboral único, intermédio, mais justo e a um maior flexibilidade na alocação do emprego. A concentrar em sectores de potencial exportador...
Mas inquietam-nos os inconvenientes: nem todos os países intervencionados pelo FMI se saíram muito bem. Os exemplos de explosivos BRIC e países afins, encabeçado pela Argentina (lembram-se do "corralito", restrição ao uso do multibanco), que cresceram energicamente poucos anos após as intervenções são contrastados por outros casos em que o potencial de crescimento era menos evidente "a priori", com ou sem "boa governação".
Pois bem, o nosso caso poderá ser o de oportunidades de crescimento pouco evidentes. Pelo menos para já. Nada contra a nossa auto-estima, apenas a constatação de muito estudo (ou muito trabalho de casa) em atraso para o teste da próxima década. O que nos poderia comprometer com a intervenção do FMI? Medidas facilitistas: aumentar importos, cortar despesa social, vender activos que nos restam, cercear a provisão de bens públicos à economia e tudo mais. O que me pergunto mesmo é se não o fizemos já com este Orçamento de Estado? Se não perdemos já a oportunidade de fazer mais e melhor que o mal que faria o FMI - e que de certa maneira nós já replicámos e antecipámos, sem colher nenhum dos benefícios.
Gostaria que fizéssemos melhor e diferente, mas seremos disso capazes? E ainda que o fôssemos, estaríamos ainda a tempo?
Mais do que um "papão" o FMI é uma opção. Gostaria que a assumíssemos e que não nos deixássemos governar pela inevitabilidade de recorrer ao Fundo quando esteja iminente a nossa bancarrota!

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Pelo facebook


O que há de errado com esta imagem?

Se pensou: "Mas não é um cartaz do senhor que ainda ontem, na inauguração da sede nacional de candidatura, voltou a prometer que não iria colocar um único cartaz exterior nas ruas?" fique a saber que acertou.

Assim não Sr. Cavaco Silva, já nos basta o Pinto de Sousa.