terça-feira, 23 de novembro de 2010

E enquanto Chefe de Estado o que fez para evitar esta situação?

Cavaco Silva garantiu hoje que se os seus alertas tivessem sido ouvidos, o país "não se encontraria na situação em que se encontra hoje." E referiu que fez vários alertas, também em privado, sobre asituação económica do país.

Na sua mensagem de Ano Novo, a 1 de Janeiro de 2010, Cavaco Silva considerou que o país caminhava para uma “situação explosiva”. Nessa altura, Cavaco Silva afirma que fez “a afirmação mais forte que alguma vez um Presidente da República pode fazer em público”: “Em privado pode fazê-las e fi-los muitas vezes, mas em público, dizer que se caminha para uma situação explosiva é talvez a afirmação mais forte que se pode fazer”, acrescentou.

Face à situação económica que o país atravessa, “hoje todos entendem o significado desses alertas que foram feitos”, garante Cavaco Silva. “Se tivessem sido escutados devidamente não há a mínima dúvida que Portugal não se encontraria na situação em que se encontra hoje”.


Se um é culpado por ter levado Portugal para a presente situação, o outro é culpado por, podendo fazer mais do que dar um simples recado, nada ter feito/fazer para evitá-la, ainda para mais quando tinha perfeita consciência das consequências da tal "situação explosiva". Enquanto Chefe de Estado exigia-se que a prioridade do Sr. Cavaco Silva fosse Portugal e não a sua reeleição. Acredito que Cavaco vá ser eleito à primeira volta com bastante facilidade e, provavelmente, a animosidade que sinto em relação ao Sr. Presidente da República está em completo desacordo com a opinião que lhe têm os restantes membros deste blog mas o balanço deste primeiro mandato de Cavaco Silva é manifestamente mau.

Cavaco falhou todos os objectivos a que se propôs quando se candidatou há cinco anos, como já referi aqui. Como Chefe de Estado exigia-se-lhe que fizesse mais, muito mais do que andar a dar recados, mesmo que isso, porventura, lhe custasse a reeleição. Afinal o Sr. Cavaco Silva foi eleito para Chefe de Estado de Portugal e não para moço de recados, embora eu admita que ele nunca terá a verdadeira percepção da responsabilidade que esse cargo exige. Quem perdeu fomos todos nós enquanto país. O tempo passa e é Portugal que continua a agonizar pois até o seu Chefe de Estado se demitiu das suas funções. E continua a agir como se não tivesse nenhuma responsabilidade para com o país! Cavaco, se fosse sério, tinha o mínimo de vergonha de cada vez que abre a boca, mas como referiu o Nuno Pombo, no 31 da Armada, essa ele não tem.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

TGV

Pedir uma petiçãozinha contra o TGV seria pedir muito? Acho que estão reunidas as condições para a coisa ser um sucesso... Na pior das hipóteses pedimos assinaturas a Timor Leste.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

terça-feira, 9 de novembro de 2010

O Sr. Ministro das Finanças disse que aos 7% o FMI entrava em Portugal...

...os mercados fizeram-lhe a vontade e acabaram de lhe dar os 7%. Podem vir, este "vem-não-vem" já começa a ser deprimente!

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

FMI, Fear of Mind Invasion... ou o Fundo Monetário Internacional, para alguns economistas

Será bom ou mau receber o FMI?
Não é fácil responder, nem existe uma solução técnica acabada.
Aliás, perante tão difícil decisão pátria, sugeria, como critério decisório, o lançamento de uma moeda ao ar. Um probabilidade de 0,5 de tomar a decisão correcta não seria má. Poderíamos até ter uma experiência estatística mais robusta, como o lançamento de mim moedas ao ar, para quem for tão supersticioso como alguns agentes políticos parecem ser. Repetiram mil vezes a experiência negocial aleatória para obterem o mesmo "outcome" esperado! Nem é preciso saber Estatística...
Voltando mais seriamente ao tema deste post, creio que existem vantagens e desvantagens nesta eventual solução.
A vantagem mais evidente é a de proteger a nossa economia da muita incerteza que lhe é lesiva. O pior que podemos fazer a qualquer agente económico é oferecer-lhe uma infinidade de cenários, um contexto em que não sabe com que contar. Assim, sobrevém a aversão ao risco de cada um, melhor é não decidir e adiar planos de consumo ou investimento que decidir mal. Reconhecem aqui o conceito de recessão? O Governo nem tanto.
Por outro lado, é possível que o FMI introduzisse algumas reformas estruturais. Atenção, não se trata de um governo de salvação nacional. Desiludamo-nos! O FMI busca soluções fáceis e rápidas, como tem sido visto em inúmeras partes do mundo. Não é crível que aí exista uma massa crítica de conhecimento sobre a economia portuguesa comparável àquela que (designadamente) foi revelada pelo Fundo aquando dos acordos de 77-78 - apesar da apetência que o Prof. António Borges terá por este "controlo externo" do país. (Veja-se aliás a esse propósito o interesse luso de alguns promissores economistas do tempo, como Krugman).
Que reformas estruturais seriam estas? Não espero que reformássem seriamente a Administração Pública, o Sector Empresarial do Estado ou até o sistema fiscal e a regulação da maioria dos mercados dos sector não transaccionáveis. Mas, pelo menos, é possível que o mercado de trabalho português fosse revolucionado, o que tem sido politicamente infactível. O fim da segmentação termo/sem termo / sem contrato, de uma segmentação geracional entre trabalhadores "agés" protegidos com ou sem merecimento e jovens mercantilizados poderia ser possível. Rumo a um regime laboral único, intermédio, mais justo e a um maior flexibilidade na alocação do emprego. A concentrar em sectores de potencial exportador...
Mas inquietam-nos os inconvenientes: nem todos os países intervencionados pelo FMI se saíram muito bem. Os exemplos de explosivos BRIC e países afins, encabeçado pela Argentina (lembram-se do "corralito", restrição ao uso do multibanco), que cresceram energicamente poucos anos após as intervenções são contrastados por outros casos em que o potencial de crescimento era menos evidente "a priori", com ou sem "boa governação".
Pois bem, o nosso caso poderá ser o de oportunidades de crescimento pouco evidentes. Pelo menos para já. Nada contra a nossa auto-estima, apenas a constatação de muito estudo (ou muito trabalho de casa) em atraso para o teste da próxima década. O que nos poderia comprometer com a intervenção do FMI? Medidas facilitistas: aumentar importos, cortar despesa social, vender activos que nos restam, cercear a provisão de bens públicos à economia e tudo mais. O que me pergunto mesmo é se não o fizemos já com este Orçamento de Estado? Se não perdemos já a oportunidade de fazer mais e melhor que o mal que faria o FMI - e que de certa maneira nós já replicámos e antecipámos, sem colher nenhum dos benefícios.
Gostaria que fizéssemos melhor e diferente, mas seremos disso capazes? E ainda que o fôssemos, estaríamos ainda a tempo?
Mais do que um "papão" o FMI é uma opção. Gostaria que a assumíssemos e que não nos deixássemos governar pela inevitabilidade de recorrer ao Fundo quando esteja iminente a nossa bancarrota!

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Pelo facebook


O que há de errado com esta imagem?

Se pensou: "Mas não é um cartaz do senhor que ainda ontem, na inauguração da sede nacional de candidatura, voltou a prometer que não iria colocar um único cartaz exterior nas ruas?" fique a saber que acertou.

Assim não Sr. Cavaco Silva, já nos basta o Pinto de Sousa.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Tim-tim por tim-tim para todos perceberem! Grande Carlos Moedas!


A propósito deste post do JA, fica aqui mais uma entrevista que roçou o tendencioso e o patético. Carlos Moedas teve até direito a dedo em riste do José Rodrigues dos Santos e tudo! De resto, o elemento da equipa negocial do PSD deu uma grande entrevista e esta é outra daquelas coisinhas que os portugueses deveriam ver ou ter visto. Só para não haver dúvida nenhuma do que se passou nos últimos dias e de quem trabalhou, de facto, para um acordo ou não.

Nota: na discussão do OE o episódio das 4 horas de "seca" que o Dr. Eduardo Catroga levou de Teixeira dos Santos é o menos importante mas é bastante revelador dos inergúmeros que temos a governar o país. 4 horas porque o Dr. Eduardo Catroga acabou por se ir embora. Numa discussão tão séria e importante quanto esta não se trata o parceiro da negociação desta maneira. Depois o Teixeira dos Santos ainda quer que acreditemos que ele e o seu 1º Ministro estavam empenhados nesta negociação. Está bem.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

28/Outubro/1995


Faz hoje exactamente 15 anos que o senhor da primeira imagem tomou posse do seu primeiro governo e, nestes últimos 15 anos, mais de 12 foram da responsabilidade do partido da segunda imagem. Passados 15 anos Portugal está __________ (preencher como lhe aprouver).

Porreiro páh!

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Mas o cálice não concedia vida eterna?

Inspirada intervenção do nosso querido Prof. Nogueira Leite! Há que louvá-lo!

A culpa das negociações terem falhado é de Eduardo Catroga...

...mas Teixeira dos Santos já se está a desculpar há mais de meia hora.

Eduardo Catroga rompe com Teixeira dos Santos

Quem estiver a ouvir o Senhor Ministro das Finanças a discursar quase que duvida que este seja o mesmo homem que tem tomado conta das contas do país nos últimos 6 anos.

Injustiça, por Nuno Pombo

A nota que me ficou dos comentários de ontem ao anúncio da candidatura de Cavaco foi a de que ele era um homem sem imaginação e muito previsível. Discordo em absoluto desta leitura. Aliás, só quem andava distraído aquando do episódio das escutas o pode acusar, agora, de pouco imaginativo. Mas a ideia da previsibilidade é a que me rasteira. Quando ele chamou os jornalistas para fazer uma grave declaração ao país, o previsível é que ele, de facto, fizesse uma grave declaração. Mas não. Deu um chuto nas legítimas expectativas e pôs-se a falar de tricot ou de um qualquer anticiclone. Quando seria previsível que varresse o PM, por razões bem mais sérias do que as usadas pelo seu antecessor para correr com outro que tal, pressionou a oposição a entender-se com ele. Quando zurziu de alto a baixo diplomas absurdos que nos queriam impingir, dizendo deles o que Maomé não disse do toucinho, eis que, no mesmo passo e sem grandes problemas de consciência, promulgou-os à primeira. Quando seria mais do que razoável esperar vê-lo entrar ontem no CCB de gravata preta e ar pesado, eis que surgiu de azul celeste e sorriso confiante. Quando se esperaria ouvi-lo reconhecer as razões (muitas e boas) pelas quais não poderia recandidatar-se, explicou que o país sem ele não era. Quando se pensaria que ele, então, iria dizer-nos o que tinha de ser dito, atirou-nos, impressivo, cartazes e contabilidade de mercearia. Que injustiça. O Prof. Cavaco tem imensa imaginação e uma tremenda capacidade de nos surpreender. Tem isso tudo. Só não tem vergonha.

O discurso de Cavaco...

...teve qualquer coisa de déjà vu

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Cavaco avança para Belém!


Este anúncio, apesar de parecer que é apenas de ontem, tem exactamente 5 anos. 5 Anos volvidos é altura para perguntar o que mudou. 5 Anos volvidos é altura para perguntar o que fez Cavaco. 5 Anos volvidos é altura para perguntar o que fez Cavaco para "contribuir para a melhoria do clima de confiança, para o reforço da credibilidade e para vencer a situação muito difícil em que o nosso país se encontra" e ainda o que fez para "contribuir para que o país vença as dificuldades e regresse a uma caminho de mais progresso e justiça social." Cavaco dizia que se candidatava "para ajudar o país a vencer as dificuldades em que está mergulhado e construir um futuro melhor" e o mais engraçado é que nos dizia, sem se rir, que estava "firmemente convencido" de que era capaz de o fazer.

Sr. Presidente o que andou a fazer?

Falhou os objectivos todos a que se propôs!


Pequena nota: uma das maneiras de ver que o vídeo está algo desactualizado é pelo número de desempregados. Há 5 anos Cavaco falava em 400 mil, hoje teria que referir uns 600 mil.

Outra pequena nota: não sei por que não se consegue visualizar o vídeo mas fica aqui o link.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

domingo, 17 de outubro de 2010

Portugal, o OGE 2011 e o meu voto nas eleições presidenciais

Versão do Luís Filipe Coimbra do 31 da Armada:

"Eu, monárquico, democrata e historicamente pró-socialista, avesso a eleições presidenciais mas Cidadão Eleitor nº 8787 da Freguesia de São Mamede em Lisboa, declaro solenemente que só votarei no candidato que me garantir, caso venha a ser eleito, dissolver a Assembleia da República e convocar novas eleições legislativas no mais curto prazo constitucionalmente possível."


Minha versão:

Eu, monárquico, democrata e historicamente anti-socialista, avesso a eleições presidenciais mas Cidadão Eleitor nº 5245 da Freguesia de São Domingos de Benfica em Lisboa, declaro solenemente que só votarei no candidato que me garantir, caso venha a ser eleito, formar um governo de salvação nacional e de iniciativa presidencial, em que PS, PSD e CDS se entendam e estejam representados, no mais curto prazo constitucionalmente possível.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

domingo, 3 de outubro de 2010

O Sócrates foi mesmo à Judite!!

Quando escrevi este post, aqui mais em baixo, confesso que era mesmo uma graçola. Contudo soube hoje que o nosso 1º Ministro foi mesmo à Judite, não quinta-feira porque havia corrida de toiros na RTP, mas logo no dia seguinte, sexta-feira. Também já soube que hoje foi à Constança Cunha e Sá. Ainda não tive tempo para ver nenhuma das entrevistas mas assim que tiver 10min vou dar uma espreitadela nesta última....na da Judite não vale a pena, já todos sabemos como corre.

Alguém avise o Sr. 1º Ministro: está a ficar (demasiado) previsível.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Depois do anúncio de hoje ao país...


...o nosso 1º Ministro não vai amanhã à Judite, não?

Adenda: Hoje a RTP transmite a Corrida do Campo Pequeno, não há Grande Entrevista para ninguém. (óhh)

Intervalo da hibernação

Ah, quão bom seria se em Portugal se acreditasse nos portugueses com capacidades intelectuais relativamente boas e que andam há pelo menos 2 anos a pedir isto... Provavelmente já nem era preciso o Almeida Santos dizer que seria bom o FMI vir cá... Aliás, com jeitinho, se o partido do Almeida Santos ouvisse os outros não seria preciso virem relatórios ou pessoas de fora dizerem-nos o que fazer...

Há duvidas? Medina Carreira, João Salgueiro, Campos e Cunha, César das Neves e sei lá eu mais quem podem esclarecer-vos meus caros... Mas não oiçam só, façam mesmo o que eles disserem.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

"Sócrates e Teixeira dos Santos são incompetentes!"

Algures em Fevereiro deste ano, Sócrates disse que ia cortar na despesa e não aumentaria impostos. Ora, o que fez Sócrates desde essa declaração? Aumentou os impostos em Maio, e prepara-se para fazer um segundo aumento da carga fiscal. Cortar na despesa? Nem pensar. Isso deve ser "neoliberalismo". Por pura incompetência e por pura cobardia (cortar na despesa implica tocar em eleitores tradicionais do PS, e implica tocar nos boys do PS), o governo é incapaz de meter na ordem os ministérios, os institutos, as câmaras, as empresas públicas, etc. Quem é que paga este despesismo pornográfico dos boys e da função pública? Claro, o idiota do contribuinte. As idiotas das empresas já estão com a corda na garganta. As idiotas das pessoas que trabalham-mais-para-ganhar-mais, mas que nunca vêem a cor desse dinheiro extra, porque a máquina fiscal não deixa. "Para quê trabalhar mais?" é um desabafo que se ouve por aí.

João Cantiga Esteves (ISEG) tem razão, ou seja, um novo aumento de impostos significa apenas uma coisa: Sócrates e Teixeira dos Santos são incompetentes.
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Neoliberais: os novos fascistas

Os tiques esquerdistas deste santo país conseguem produzir este milagre da lógica: a despesa do estado aumentou 6%, mas só se discute a ousadia "neoliberal" do PSD. De facto, este regime (que vai do Largo do Rato às redacções) tem problemas com a realidade. Este regime e o seu "ar do tempo" não conseguem lidar com os factos. E os factos são estes: a despesa não pára de aumentar. E era suposto estarmos a combater a despesa. Mas, curiosamente, não se fala deste assunto. Apenas se fala das propostas ousadas do PSD. Porquê? Ora, porque são "neoliberais" ou "ultraliberais". É notável como esta língua-de-trapo ideológica consegue desviar a atenção da realidade.

Os jornalistas e analistas não olham para o facto (despesa incontrolável do Estado) e só olham para as propostas do PSD, que visam, lá está, atacar de frente essa despesa do Estado. Bem ou mal, Passos teve a coragem de apontar o dedo para a realidade. Mas, ná, isso é "neoliberal" ou "suicídio eleitoral". Moral da estória: o PSD devia estar quietinho, o PSD não devia dizer nada sobre a realidade, o PSD devia ficar à espera de que o poder lhe caísse nas mãos, para depois não ter a autoridade para mexer no statu quo através de medidas neo-ultra-liberais. Notável raciocínio. O facto de este raciocínio conduzir o país à falência e ao FMI não parece incomodar esta boa gente.

É certo e sabido: neste momento, quem aponta para a realidade (a insustentabilidade das despesas do Estado, desde a administração ao "social") é acusado de "neoliberal" , uma reactualização do "fascista" do PREC.

Uma pequena esperança cá por dentro

Tal como em Abril, também hoje Pedro Passos Coelho voltou a reunir-se com cerca de 20 economistas, um dia antes de ser recebido pelo Presidente da República a propósito do OE. Entre os presentes encontravam-se, por exemplo, João Salgueiro, Eduardo Catroga, Abel Mateus, Medina Carreira, Mira Amaral e João Duque. O presidente do PSD ainda tem quase tudo para provar e se chegar a 1º Ministro terá um trabalho difícil pela frente, mas em relação ao principal problema do país, não deixa de ser uma boa notícia saber que ele procura escutar e rodear-se dos melhores que temos por cá.

Uma boa notícia lá por fora


Os resultados das eleições para a Assembleia da Venezuela dão uma nova esperança aos opositores do melhor amigo do Zé Sócrates pelas Américas. Apesar de não terem conseguido maioria parlamentar, devido às alterações da lei eleitoral efectuadas por Hugo Chávez no ano passado, a oposição conseguiu maior número de votos do que os partidários do Presidente. Também em Caracas, capital do país, a oposição conseguiu vencer. Daqui a 2 anos há eleições presidenciais. Esperemos que o Chávez se cale definitivamente.

Com a verdade nos enganam!


O título pode parecer contraditório mas daqui a umas linhas fará todo o sentido. Há poucos dias, estava eu a navegar pelo facebook, quando me deparei com um post de um membro da JS que anunciava que a dívida de Portugal ao exterior tinha caído, no segundo trimestre do ano, cerca de 3.6 mil milhões de euros, uma quebra recorde de 1.9%! A dada altura até se falava em forte capacidade de recuperação. Para os mais distraídos isto será estupendo e, assim sendo, parece que o Zézito Sócrates até está a fazer um bom trabalho e não faz sentido nenhum o alarmismo todo que continua a haver em relação ao nosso país. Contudo continua a haver esse mesmo alarmismo, sendo sinal de que afinal as coisas não estão assim tão bem como à primeira vista aquele comentário pode fazer parecer. E se há coisa que Portugal não mostra, de todo, é uma forte capacidade de recuperação. Ora vamos lá ver o que ficou por dizer.

É verdade que a dívida externa recuou no segundo trimestre deste ano? Sim, é verdade, mas o que ficou por dizer é que esse recuo deu-se porque o Estado está a financiar-se menos no exterior e a aumentar o financiamento interno. Se formos olhar para a dívida pública total, essa, continua a aumentar descontroladamente! Aliás, o descontrolo é tanto que entre os países com os quais nos costumamos comparar, devido às respectivas situações (Espanha, Irlanda e Grécia), Portugal é o único que ainda não está a conseguir diminuir a sua despesa! Até a Grécia o está a conseguir fazer! Ainda no domingo que passou o Prof. Marcelo lembrou alguns números que denunciam esta perigosa situação. Em relação ao déficit de Janeiro a Agosto deste ano, comparado com igual período do ano passado, a Grécia baixou 32%, a Espanha 41%, a Irlanda 35% e Portugal aumentou 7,4%. Em relação à despesa total do Estado, a Espanha baixou 2,5%, a Grécia 10,9%, a Irlanda 19,3% e Portugal aumentou 2,7%!


E todos sabem que esta situação não se inverte porque o Governo não quer fazer o que é necessário. E até já todos sabem o que é preciso fazer só que isso não dá votos, nem popularidade. É mais fácil aumentar os impostos a todos do que começar a cortar nas despesas e, pelas notícias dos últimos dias, parece que o Governo continua a apostar, mais uma vez, no aumento do IVA. Por cá quando se começa a falar em cortar (e não em congelar) salários ou em cortar os 13º e 14º mês, cuidado que vêm aí os neoliberias! Já alguém reparou que de todos os chamados PIGS, Portugal é o único que ainda não cortou nos salários da função pública? Aqui ao lado, em Espanha, o grande amigo do Zé Sócrates também já cortou nos salários e não consta que ele seja um perigoso neoliberal. Na Irlanda os cortes chegam até aos 10% e mesmo 13% em alguns casos! Cá por terras lusas basta os polícias fazerem uma manifestação que são logo promovidos, como aconteceu recentemente! Com esta maneira de actuar, facilmente se percebe por que é que a despesa pública portuguesa continua a aumentar e não a diminuir, ao contrário do que já está a acontecer nos restantes países. Basicamente o Zé Sócrates não está a fazer absolutamente nada para corrigir a nossa situação e está, verdadeiramente, a marimbar-se para nós! (Ou como ele disse ainda a semana passada: Há muito tempo para falar da dívida!) Esta frase foi a cereja no topo do bolo! Só faltou dizer para não o maçarem com estas coisas! Ele faz de nós uns autênticos parvos e o pior é que há quem vá atrás!


E, por fim, chegamos à parte da forte capacidade de recuperação. Não consigo ver de que recuperação é que se poderia estar a falar. Da portuguesa não seria de certeza já que Portugal vai continuar a ser dos países europeus com crescimento económico mais anacrónico. Daqui a mais 3 ou 4 anos até vamos ver outro país do leste europeu a ultrapassar-nos! A República Checa, desta vez. E isto tira qualquer português do sério! A mim, pelo menos, tirou-me, quando vi aquele comentário altamente enganador.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

3 coisinhas engraçadas

Ontem ao folhear o i deparei-me com a notícia que os bloquistas estão indignados com a "perda de soberania" que Portugal (e os restantes países da UE) vai sofrer quando a Comissão Europeia passar a ter direito a visto prévio aos orçamentos nacionais.
1ª coisinha engraçada - Os bloquistas a falarem de soberania nacional. Qualquer dia estão a usar palavras como "Pátria" ou "Nação".
2ª coisinha engraçada - Eu concordo com os bloquistas!
3ª coisinha engraçada - Há uns anos era impensável escrever isto, mas venha de lá esse visto! Por mais que na teoria a ideia me custe, continuarmos a não ter ninguém a controlar o que os nossos governantes nos têm feito custa-me muito mais.

sábado, 18 de setembro de 2010

A luta tem de continuar: a comunicação social

Alguém viu a entrevista do Pedro Passos Coelho?

Sou insuspeito para dizer isto, porque não sou apoiante "genético" do senhor, por quem tenho, ainda assim, consideração. Parece-me que a qualquer líder do PSD (velha ou novo, lisboeta ou transmontano) se coloca um grande obstáculo mediático. E uma escolha premente: ir a casa do adversário, sofrer um ambiente "receptivo" ao estilo futebolístico ou recusar-se a ir, alinhando com Sócrates ao receber críticas de pouco espírito democrático. Recorde-se que o PM se recusa a ir à TVI.

Sendo insuspeito, digo-o sem receio: a entrevistadora de Pedro Passos Coelho é uma jornalista sem o nível profissional e a isenção técnica necessários a este tipo de trabalho. Em certos momentos da entrevista, roçou o tendencioso e o patético. Conduziu-a a uma discussão de uma hipotética perda de popularidade e à falta de oportunidade da revisão constitucional (que JS deveria saber, só se pode fazer com 2/3 de sete em sete anos). Mais grave ainda, incitou o entrevistado a segmentar (i.e. estigmatizar) a sociedade portuguesa por um nível de rendimento arbitrário, o que é pouco próprio de uma pessoa inteligente e bem-intencionada.

É claro que episódios estes podem acontecer ao contrário. O que merece uma reflexão cuidada é, sim, a cínica "equidistância" dos órgãos de Comunicação Social, que em terras latinas tardam em assumir "disclaimers", assim como dos profissionais comentadores políticos.

Ainda assim, acredito que seja possível fazer um jornalismo isento, além de um jornalismo assumidamente partidário para que possa haver lugar. Sem ser exaustivo, reporto-me àqueles que, quanto a mim, são dois exemplos desse jornalismo no nosso país: a Rádio Renascença e o Jornal Expresso. Lamento ainda que estes sejam dos poucos órgãos informativos que se evadem da ditadura da agência Lusa (cuja actuação mereceria outro Post).

Em função disto, lembrando o velho mote da esquerda, a luta tem de continuar por um Portugal democrático!

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Lá vai um post politicamente super incorrecto...


...eu que não tenho grande paciência para a hipocrisia europeia adorei a resposta que o Sarkozy deu à comissária luxemburguesa. De notar que o Luxemburgo reagiu com indignação à resposta do Presidente francês mas nada indica que vá aceitar a sua proposta. Por que será?

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Entre as férias

Sobre o Pinto de Sousa andar super ofendido a defender a Constituição e, nomeadamente, o SNS (o qual não ponho em causa) dos ataques ultra-mega-hiper-neo-liberais ler isto.

Sobre coisas que nos devem preocupar (que maçada) e não devem passar despercebidas ler isto.

sábado, 14 de agosto de 2010

O TGV

Pode parecer estranho, mas quis aproveitar a silly season para trazer um tema aborrecido.

Muito se tem dito e escrito sobre a racionalidade de construir uma rede de alta velocidade.

Pois bem, parece-me que a questão está mal colocada e tem enviesado (quase) todas as respostas.

Devemos perguntar-nos, isso sim, se queremos construir uma nova rede ferroviária.

Essa nova rede teria a bitola (i.e. distância entre carris) de todas as redes europeias modernas e da nova rede espanhola. Não é difícil perceber que, no longo prazo, a sobrevivência do transporte internacional de mercadorias por via ferroviária depende da construção desta rede. De outro modo, será preciso transbordar a carga não nos Pirinéus (como até agora sucedia), mas em Vilar Formoso, à medida deste "grande" mercado de exportação.

A que conduziria a ausência de transporte ferroviário credível? À sobrecarga da já sobrecarregada rede rodoviária, com as externalidades inerentes: custosa poluição, inquantificável perda de vidas humanas nas estradas, entre outras. Talvez mesmo até à saída de alguns dos grandes pólos de Investimento Directo Estrangeiro, Auto Europa à cabeça. É ainda preciso dizer que estamos muito aquém do nosso potencial de competitividade no transporte de mercadorias, desde há décadas, por este motivo; mas que só agora podemos debelar esse problema com a existência da nova rede espanhola.

Vistas as coisas desta forma, como o custo marginal da velocidade e dos comboios não tem uma grande expressão relativa e como as redes se constroem para 150 anos (caso da nossa), ninguém faria agora uma rede de baixa velocidade. Quanto a comprar os comboios, não se vê aí o ponto decisivo da factura da obra: o que importa é garantir que o Estado não vai subsidiar um negócio ruinoso de transporte de passageiros - essa exploração (privada!) que morra por si e que arranque quando for rentável, mesmo que seja só daqui a alguns anos.

No entanto, esta argumentação não é unívoca. Quais são as suas fragilidades?

Em primeiro lugar, parece-me essencial fazer o TGV, mas nada óbvio que tenha de ser feito agora. É pouco crível que a desvantagem competitiva de não ter TGV se faça agudamente sentir na captação de IDE nos próximos 10 ou até 20 anos. O momento financeiro parece desaconselhar o arranque do projecto; haverá que aproveitar a flexibilidade temporal que exista para optimizar o project finance e fixar um calendário que não continue a sofrer adiamentos.

Por outro lado, os contornos específicos do projecto devem orientar-se para o transporte de mercadorias e não, falaciosamente, para o transporte de passageiros (leia-se para o empolamento do desenvolvimento regional de certos apeadeiros, como o da Ota). O actual traçado da linha do Norte teve na sua primeira formulação o pecado capital de não prever o transporte de mercadorias entre Lisboa e Porto (!! deixando o país com uma rede bicéfala desligada), já que é muito caro assegurá-lo sobre pontes e viadutos na região Oeste. Mesmo assim, o seu custo excederá, segundo estudos publicados, no mínimo em 1000 M€ de um traçado que, ainda que atravessando o Tejo duas vezes, passasse por Santarém e pelo "deserto" da margem Sul.

Importa reflectir sobre estas e outras questões que possam existir com os argumentos correctos! Mal por mal, a abordagem política mais séria que vi deste assunto foi a do Programa Eleitoral do PSD, mesmo depois de algumas declarações imprecisas da Dª Manuela Ferreira Leite.




sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Maioria das empresas portuguesas é conivente com corrupção, by Lusa

Com alguma vergonha e muita vontade, ponho fim à minha longa ausência e regresso (de vez) à actividade.

Para já, deixo-vos um invulgar artigo (como é que a Lusa publicou isto? algum censor devia estar de férias), que deve deixar quase todos os portugueses de consciência pesada. A mim pelo menos deixa!

- Quantos de nós rejeitariam convites ou expatriações profissionais para Angola, com sacrifício pessoal (= perder o emprego, não ser promovido) -
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Maioria das empresas portuguesas é conivente com corrupção - Rafael Marques*** Serviço vídeo e áudio disponível em www.lusa.pt

***Simon Kamm, da Agência LusaLisboa, 04 ago (Lusa) - A atuação da maioria das empresas portuguesas que operam em Angola vai no sentido de garantir o status quo, "esse esquema de corrupção e libertinagem à volta dos bens públicos angolanos", denunciou o jornalista angolano e ativista cívico Rafael Marques.

Em entrevista à agência Lusa a propósito do seu relatório "Presidência da República: O Epicentro de Corrupção em Angola", disponível online a partir de hoje na página da Iniciativa Anti-Corrupção Maka Angola, Marques criticou que as empresas internacionais que operam no país "continuem a contribuir para que a corrupção seja a principal instituição de Governo".Segundo Marques, "quase todas as empresas portuguesas, para se estabelecerem no mercado angolano, arranjam sempre como sócio um ministro, a família presidencial ou um general, o que configura situações de tráfico de influências, de corrupção ativa de dirigentes e outros atos ilícitos".

Estes negócios "só beneficiam uns poucos que concentram as riquezas de Angola e que, para garantirem o seu poder, criam uma clientela internacional bastante volumosa e dispendiosa para garantir a legitimidade dos seus atos", frisou."Isto não contribui para o desenvolvimento, é uma forma anormal de reforçar o poder político e económico de uma elite predadora, em detrimento de todo um povo", denuncia no documento, ao qual a Lusa teve acesso.

Marques considera que a atuação das empresas portuguesas "não pode dar bons resultados" e que "é uma questão de mais 10 ou 20 anos", porque "não há um investimento a longo prazo, um investimento político", precisou.Para o jornalista, é preciso "uma mudança, também para o benefício" de Portugal. "Hoje pode roubar-se muito em Angola, pilhar o Estado angolano por mais uns anos.Mas este período de saque pode ter o mesmo efeito que os 500 anos de colonização", dos quais Portugal também "acabou por não usufruir".

A este ritmo, "é o grande risco que se corre", asseverou, lembrando que muitos investimentos portugueses em Angola estão reféns da "vontade política de quem está no poder num regime déspota"."Não se salvará a situação económica de Portugal passando por cima da miséria dos angolanos, atropelando a sua dignidade e fomentando a corrupção no país. É certamente um caminho que acabará num beco sem saída", vincou.

Marques lamentou que a visita de Cavaco Silva a Angola tenha sido apenas "uma visita de cobrança de dívidas", e que não se tenha abordado os "danos que a própria atuação das empresas portuguesas causa à estabilidade política e ao desenvolvimento de Angola, nem em que circunstâncias acontece".As dívidas "astronómicas" de que se fala precisam de mais explicações:

"É preciso descriminar essa dívida, a sua origem, e [explicar] como em tão pouco tempo Angola está outra vez endividada até ao pescoço.Teria sido um exercício bastante saudável se as próprias empresas portuguesas, de forma pública, declarassem quanto têm a cobrar", vincou.*** Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico ***Lusa/Fim

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Proposta

Alguém que crie um grupo no faceboook "Eu não quero mais investimento público" sff.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Os Ricos! Pior, os Milionários! Esses Grandes Papões Capitalistas Sem Escrúpulos que só vêem dinheiro à frente!



Nota: O Dr. Louçã, entre tantos outros, hoje não vai conseguir dormir. No seu mundo, isto é completamente inverosímil. Não faz sentido. Eles (os ricos) são os grandes inimigos da nossa sociedade. Pura e simplesmente não fazem coisas destas. Ou então até fazem e as pessoas ainda se começam a aperceber que o discurso do "pobre vs rico" de muita esquerda é pura demagogia barata. É daquelas tais coisas que se atiram para o ar para inviabilizar qualquer discussão séria.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

"Silly" Season


Enquanto me preparo para cumprir à risca a sugestão do nosso Presidente da República (o nacionalismo saloio fica-lhe tão bem) fica aqui um resumo do que se tem passado nos últimos tempos, para quem tem andado assim mais para o distraído:

- Para começar nada melhor do que o dito apelo do Cavaco. O apelo é muito bonito(?) se não for copiado pelos homólogos de alguns países como Espanha, Inglaterra ou Alemanha, por exemplo. Para um país que supostamente aposta no turismo e que perdeu 3,6 milhões(!) de dormidas estrangeiras nos últimos dois anos, o apelo do Sr. Cavaco Silva é, no mínimo, anedótico. A não ser que já tenhamos desistido por completo dos estrangeiros e restem só os portugueses que, infelizmente, têm menos poder de compra.

- Depois veio a história da golden share. Já escrevi aqui o que penso sobre o assunto. Tanta coisa e tantos interesses patrióticos (que bonito) e afinal a Vivo era mesmo dispensável. No meio desta história toda vimos muita direita a aplaudir de pé o que o Sr. Pinto de Sousa fez, o que não deixa de ser preocupante. Em Portugal, da esquerda à direita, gostamos mesmo todos é desta Porca Gorda que dá de mama a meio(?) país e pessoas que a querem ver a fazer uma grande dieta e a não se meter no que é privado, continuam a ser automaticamente rotulados de "porcos capitalistas ultra-liberais que só vêem o dinheiro à frente" (obrigado) e assim invalida-se qualquer discussão séria sobre o assunto. (De notar que, mais uma vez, esperemos que os homólogos, desta vez do Sr. Pinto de Sousa, não sigam o mesmo exemplo. Estas coisas só são muito bonitas enquanto os outros não começarem a fazer o mesmo.)

- A ministra da Cultura deu pulos de alegria quando o Director Geral das Artes se demitiu. Ele até podia ser muito mau - confesso que não sei - mas a ministra bem que podia ter guardado a sua "grande satisfação" para si. Já se sabe que vergonha é algo que não abunda muito pelos nossos políticos mas também se podia disfarçar um pouco mais (acho).

- Quanto às SCUT acho que o princípio do utilizador-pagador até é de fácil compreensão e justiça, mas a novela ainda vai ter prolongamento para depois do Verão. Mais incrível é saber que se as coisas forem feitas como os socialistas querem, metade do aumento de impostos do PEC II vai direitinho para as SCUT continuarem a ser sem custos para o utilizador. (Boa! Se calhar isto ainda dá uns votozitos nas próximas eleições!)

- A propósito da Revisão Constitucional fica aqui a graçola do Nuno Gouveia, do 31 da Armada. Mais uma alegria para depois do Verão. (a sério o PPC tem que estar a fazer alguma coisa bem)

- Outra alegria, das grandes, para depois das férias será o OE para o próximo ano. O debate do Estado da Nação foi engraçadito, vá, e vamos entrar no período em que seremos mesmo obrigados a continuar com o Sócrates, mesmo que "a coisa" dê para o torto.

- Andam para aí a dizer que afinal o Salazar terá sido o "melhor investidor sem ganhos" de Portugal e responsável pela "maior reserva de ouro da Europa". Será que já podemos devolver o devido nome à ponte sobre o Tejo?

- Pelo meio houve aí um bispo que pediu aos políticos católicos para doarem 20% dos seus rendimentos para um fundo social. A ideia até pode ser muito bonita mas eu até sou daqueles que acredita que temos tão maus agentes políticos porque os salários pura e simplesmente são baixos para atrair os bons. Um corte de 20% no salário não me parece um grande atractivo para ir para lá. (esta ideia, de repente, fez-me lembrar o pcp)

- Talvez ainda seja cedo para o nosso 1º Ministro rejubilar mas o processo Freeport terá chegado ao fim...bem já todos sabemos que estas coisas acontecem sempre por alma e graça do espírito santo. Pelo andar da carruagem, ele (o espírito santo) também deverá ser o culpado por muitas das violações que ocorreram na Casa Pia.

- Lá por fora o Chávez parece que está a ver se arranja uma guerrinha com a Colômbia. Esperam-se os próximos desenvolvimentos. O magano do homem até veio dizer que ameaça cortar a exportação de petróleo para os EUA. A ideia não deixa de ter a sua piada já que os EUA compram 65% do petróleo venezuelano e este representa apenas 15% do total de petróleo consumido pelos EUA.

- E, para finalizar, durante este fim-de-semana que passou, ficámos a saber que a Isabel Alçada quer acabar com os chumbos nas escolas portuguesas. Assim. Sem mais nada. Ela quer acabar e pronto, já está! Acabaram-se os chumbos! (ela combina mesmo bem com o Zézito Sócrates, o nosso 1º Ministro acertou em cheio na sua contratação)

E pronto, fico por aqui que isto já está outra vez para o longo. Quando acabar o Verão, o mundo político promete aquecer bastante, ainda para mais com as presidenciais à mistura! E o Parlamento vai andar animado e tudo! Vai ser uma alegria! Até Setembro.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Estado da Nação II

Paulo Portas relembrou que Portugal corre o risco de não ver o Orçamento de Estado para 2011 aprovado no Outono e a ser obrigado a continuar com este governo até meados do próximo ano.

Vivêssemos numa Monarquia e não houvesse Cavaco para ser reeleito e, hoje mesmo, o PSD resolvia esse problema. Não houvesse Cavaco para ser reeleito e, hoje mesmo, o PSD apresentava uma moção de censura - acto que estaria em consonância com a avaliação que o PSD faz do governo, do Estado da Nação e da capacidade que este governo tem para o melhorar.

Estado da Nação

O Paulo Portas acabou de discursar. Mais do que o "Paulinho das feiras" ele é, sem dúvida, um verdadeiro animal político. Perante um PSD que não deixará cair este governo enquanto o Cavaco não for reeleito, perante um PSD que só irá resolver esta situação daqui a mais de ano, Paulo Portas acabou de pedir no Parlamento que Sócrates abandone o seu cargo e que possibilite a formação de uma grande coligação PS-PSD-CDS.

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Golden Share para Totós


Imaginemos que eu tenho uma empresa, qualquer empresa, não interessa de quê. Imaginemos que detenho 99% das acções dessa mesma empresa, ou para não haver qualquer dúvida, 99% da empresa é minha. Imaginemos que o Estado, essa grande porca gigante que a tudo se impõe, detém os restantes 1% e que, por qualquer motivo, tem a tal Golden Share. Imaginemos que me fazem uma proposta irrecusável de compra da minha empresa, assim tipo quase o valor total da minha empresa mas por apenas parte dela, e eu quero vendê-la. Afinal ela é minha, tenho esse direito. Imaginemos que vem depois o Estado e, com o seu 1% de posse da empresa, utiliza a Golden Share e não me deixa vendê-la e, de repente, quem tem 1% da dita empresa manda mais do que quem tem 99% da mesma. Pois, acho que já deu para perceber.

Hoje 74% do capital (representado) da PT quis vender parte da sua empresa - a Vivo. E a Telefónica, que detém uns 10% da PT, nem foi autorizada a votar, senão esse valor seria superior, perto dos 80% talvez (como disse o outro engenheiro é só fazer as contas). E o Estado, que detém apenas 500 acções, valor irrisório no universo das 1400 milhões de acções da PT, chegou e disse: Não!

Eu, se fosse accionista da PT, não estava muito feliz hoje. E com razão.

Depois da vitória de ontem...

...hoje Espanha também ganhou a Portugal. Mas o "árbito" anulou o golo.

terça-feira, 29 de junho de 2010

Um mail que me mandaram:


Sócrates: Jesus, estou totalmente arrependido e gostaria de redimir meus pecados.
Jesus: Esta bem. Que tens feito?

Sócrates: Depois de estes meus anos de governo estou deixando o povo arruinado e na miséria...
Jesus: Dê graças ao Pai!

Sócrates: Traí o povo que me deu os seus votos!
Jesus: Dê graças ao Pai!

Sócrates: Economizei verbas da Saúde, da Educação, da Segurança, etc. etc., as quais foram encher os bolsos de alguns.
Jesus: Dê graças ao Pai!

Sócrates: Comprei carros topo de gama para a Assembleia, para os magistrados e tantos outros.
Jesus: Dê graças ao Pai!

Sócrates: Protegi as roubalheiras do Vara, do Godinho, do Rendeiro, do Jardim, do Oliveira Costa e tantos outros.
Jesus: Dê graças ao Pai!

Sócrates: Permiti que alarves como o Mexia, Pedro Soares, Zeinal, Coelho, e mais uma mão cheia deles fossem agraciados com chorudos prémios com verbas tiradas do bolso do contribuinte.
Jesus: Dê graças ao Pai!

Sócrates: Pus à cabeça dos Ministérios autênticos alarves que só fizeram burricadas na Educação, na Saúde, na Segurança, etc..
Jesus: Dê graças ao Pai!

Sócrates: Mancomunei-me com Presidente do Supremo Tribunal de Justiça, com o Procurador Geral da República e outros tantos biltres da sua igualha, para que dessem cobertura às minhas manigâncias.
Jesus: Dê graças ao Pai!

Sócrates: Meti-me naquela alhada dos exames feitos ao Domingo, nas casas lá na Parvónia, no Freeport, nas sucatas, no TGV, na nova ponte, e em outras tantas que não vale a pena enumerar...
Jesus: Dê graças ao Pai!

Sócrates: Dei apoio ao Hugo Chavez, o maior bandido da América Latina.
Jesus: Dê graças ao Pai!

Sócrates: Mas, Jesus, estou realmente arrependido e a única coisa que Vós tendes para me dizer é: "Dê graças ao Pai"?

Jesus: Sim, agradece ao Pai por eu estar aqui pregado na cruz, porque senão desceria dela para te encher de porrada, seu ignorante, analfabeto, deslumbrado, traidor, ladrão sem vergonha, mentiroso, golpista, corrupto, aproveitador.... Vai trabalhar, vagabundo!!!!!


Créditos: Cartoon de Pedro K. no jornal “Meia Hora” de 25/7/2008

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Hoje Portugal joga...


...é um bom dia para recebermos más notícias. E se Portugal ganhar ao Brasil até é um óptimo dia para despedir alguém. Da última vez que a selecção jogou soubemos que somos o 9º país mais pobre dos 27. Mas ganhámos 7-0 à Coreia do Norte e o resto é conversa.

Pelo facebook



Acabei de descobrir um grupo - não interessa qual - cuja descrição é a seguinte: "Para todos aqueles que anseiam por uma Sociedade Cristã austera e hierárquica profundamente sacral anti-liberal e anti-igualitária e desejam lutar para isso."



"Whatahell"?




segunda-feira, 21 de junho de 2010

Saramago


Está a estrear agora o Ensaio sobre a Cegueira na TVI. Recomendo a quem ainda não viu.

A minha homenagem ao Prémio Nobel da Literatura é esta.

Só esta.

Está feita.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

É nestas alturas que a religião me faz mais comichão



Lembro-me de quase no final do ano passado estar em casa de um amigo, com mais outros tantos, e de se ter começado a falar na origem da vida. Lembro-me de se estar a falar na evolução e de se ter começado a falar na bíblia e lembro-me de algo que me marcou profundamente nessa noite. Um dos intervenientes dessa discussão acabou por dizer que acreditava que nós descendiamos de Adão e Eva - os primeiros seres humanos criados por Deus. Assim, sem tirar nem pôr. Tal e qual como vem na bíblia. Era nisso que ele acreditava e muitas descobertas (que se podem provar e verificar) dos últimos séculos feitas por algumas das mentes mais brilhantes que já pisaram a Terra eram puras fantasias de loucos comparadas com o que vinha escrito na bíblia. Pode parecer a gozar mas ele levava a bíblia à letra. Aparentemente acreditar que o homem vem da terra e a mulher da costela do homem faz muito mais sentido do que acreditar que nós somos primos dos macacos (apesar de hoje em dia se saber que nós partilhamos quase 99% do nosso ADN com os chimpanzés).

Eu sei que nos EUA há movimentos religiosos mais para o fanáticos que tentam proibir a Teoria da Evolução de ser ensinada nos estabelecimentos de ensino. Já vi alguns documentários sobre isso mas estamos a falar dos EUA, damos sempre um desconto às populações semi-analfabetas do interior americano. Mas quase nunca se ouve falar da Europa. A Europa do séc. XXI não é assim. Essa noite marcou-me bastante, pois foi a primeira vez que ouvi alguém que conheço a dizer tal coisa da boca para fora. E se isso já era grave, mais grave ficou no segundo seguinte quando outra pessoa concordou. Contudo não fui o único a ficar indignado com o que ouvia e um dos que ficou mais indignado até é católico e dos praticantes. “Estamos no séc. XXI, não podes levar a bíblia à letra!”, dizia ele.

Estou a contar este pequeno episódio porque, bastante recentemente, outra pessoa me disse que começa a achar que o Darwin até tinha razão. Começa mas ainda não tem a certeza (acho). Começa mas até agora também levava a bíblia à letra e a bíblia fala da história do Adão e da Eva. A bíblia não fala em Evolução, não fala num planeta com 4,5 mil milhões de anos, não fala, sequer, nos dinossauros. A bíblia fala na tal história da areia e da costela e fala num planeta com alguns milhares de anos só. A bíblia é um livro de fé. Não é um livro de ciência ou razão. Aparentemente e em pleno século XXI há bem mais católicos do que os que eu pensava que se esquecem disso.

A evolução das espécies por selecção natural é um facto comprovado por sucessivos avanços e descobertas em diversas áreas da ciência e essas descobertas vão desde a anatomia e da paleontologia, até à embriologia ou até ao nível celular e molecular. Podia começar a explicar um a um, mas nunca mais saía daqui e o post já vai para o longo. Posso apenas afirmar que nem o próprio Charles Darwin tinha noção do quão estava certa a sua teoria, pois no século XIX havia coisas que ele pura e simplesmente ainda não podia explicar. Não acreditar nisto é como estar um dia de Sol e não acreditar que está Sol, só porque não. O Sol não vai desaparecer só porque nós dizemos que ele não está lá, apesar de todas as outras pessoas o conseguirem ver. E como diz o título do post, é nestas alturas que a religião me faz mais comichão.

O fanatismo existe e não é só entre os muçulmanos. O fanatismo existe e não se revela apenas no bombista que se suicida no meio de um autocarro. Uma professora disse-me recentemente que a diferença entre o cientista e o religioso é que o primeiro precisa de ver para acreditar e o segundo acredita para ver. Acho que esta lógica consegue explicar o que vai na mente dos católicos que levam à bíblia à letra, pois se eles acreditam para ver, também basta não acreditarem para não verem. Por mais que se explique que 1+2=3, de todas as maneiras possíveis e mesmo trocando a ordem do 1 do 2, basta não querer acreditar que então não vemos o 3, mesmo que seja um facto. É quase como se fossemos uns cavalos com palas nos olhos e isso também é uma forma de fanatismo. E pensar que isto ainda existe em pleno séc. XXI não pode deixar de assustar.

"Hoje, quase meio século depois da publicação da Encíclica (Humani generis, de Pio XII, que considerava o evolucionismo uma hipótese séria), novos conhecimentos dão-nos conta que a teoria da evolução não é apenas uma mera hipótese. De facto, é notável que esta teoria tem sido progressivamente aceite por investigadores, depois de uma série de descobertas em vários campos do conhecimento. A convergência, não procurada ou fabricada, dos resultados desse trabalho que foi conduzido independentemente é, em si mesmo, um argumento significativamente a favor desta teoria."

Papa João Paulo II, 1996

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Das duas... uma

A constituição parece, segundo a opinião de alguns ministros, desajustada da realidade.

Ora, sendo assim, das duas uma:

Ou bem que a ajustamos à realidade e a tornamos mais funcional e liberal;

Ou bem que não a queremos ajustar e cumprimos a que temos.

Agora, termos umas leis para um governo e umas pessoas, e outras para outros governos e pessoas, é que não.

sábado, 12 de junho de 2010

Os 10 Mandamentos (dos anti-semitas)


I. Nós, os 'tolerantes', achamos que todos os Estados devem agir como se estivessem rodeados pela Bélgica e Luxemburgo. Israel vive rodeado por inimigos que querem colocar os judeus na ponta do apocalipse, mas, mesmo assim, Telavive deve tratar o Hamas e o Hezbollah da mesma forma que a Suíça trata o Liechtenstein.

II. Nós, os donos da 'tolerância', decretámos que a guerra é um instrumento ilegal, logo, não podemos aceitar que um Estado tenha a distinta lata de vencer todas as guerras em que se vê envolvido. Um Estado que derrota os inimigos é o demónio em forma de soberania. Se Israel tivesse perdido as suas guerras, nós já teríamos peninha dos israelitas. Nós gostamos de coitadinhos.

III. Nós, os habitantes desse sofá preguiçoso protegido pelos americanos, também gostamos de malta com pouca pontaria. Com o intuito deliberado de matar civis inocentes, o Hamas dispara centenas de rockets contra território israelita. Mas isto não é grave, porque estes rockets nunca atingem os alvos. O que não podemos aceitar é o facto de Israel conseguir abater alvos militares nas contra-respostas. Nós não gostamos de gente com pontaria.

IV. Nós, os fazedores de OPA hostis à 'virtude', também censuramos o facto de o exército israelita não se esconder atrás de escudos humanos. A guerra tem de ser humanizada.

V. Nós, os agentes pedagógicos da Humanidade, não toleramos o orgulho patriota de Israel. Vivemos no primado da culpa ocidental, logo, não podemos dar uma nota moral positiva a um Estado ocidental (Israel) que não sente culpa pelo seu passado.

VI. Nós, os profetas da 'democracia' global e abstracta, não achamos piada à democracia concreta dos israelitas. Israel é a negação da utopia do mundo pós-Estado.

VII. Nós, os arautos da 'tolerância' multicultural, consideramos que Israel é a negação dos ventos da História. Na época em que os impérios ocidentais recuaram, os israelitas avançaram e ocuparam um espaço que pertence por direito aos muçulmanos bonzinhos.

VIII. Nós, os viúvos do marxismo e da social-democracia, não podemos tolerar que um Estado sem petróleo tenha sucesso económico numa região cheia de Estados que fracassaram apesar de possuírem reservas faraónicas do ouro negro. Israel prova que o sucesso económico é a consequência da cultura de um povo. E isso é inadmissível.

IX. (mandamento suspenso até à retirada de Obama): Israel é um compincha da América, logo, deve ser odiado. O tandem antiamericanismo/anti-semitismo é a base ideológica da nossa 'tolerância' europeia.

X. (mandamento secreto): o anti-semitismo faz parte do nosso livro de autoajuda: "quer sentir-se bem? Então, odeie Israel com toda a força. Vai ver que se sentirá virtuoso". O ódio anti-Israel é o fármaco que nos dá a sensação de superioridade moral.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Qual o nosso papel?


Depois destes três anos de curso, de muitas equações e ainda mais gráficos, uma pergunta permaneceu a ecoar na minha mente...

Qual o nosso papel, enquanto jovens, enquanto economistas, enquanto cidadãos?!
Sinto-me então lisonjeada por poder fazer parte de tão interventivo blogue, o sensitivo deveria ser um exemplo para muitos mais jovens se começarem a interessar pela política e começarem a ser mais activos. Temos uma voz activa.

quando me perguntarem, o que alguma vez fizeste para mudar eu posso dizer, juntamente com uma série de amigos, dei voz à inquietação de muitos jovens..

Caríssimos, estamos de parabéns.

A nós, não nos calam. E viva a liberdade de opinião.

Pelo facebook / Causas de sempre

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Coisas

Porque é que o presidente da república, o primeiro-ministro e até a bolsa de valores têm de prestar vassalagem à selecção de futebol e ninguém se insurge?

Porque é que (quase) toda a gente se insurge contra os feriados católicos?

Porque é que toda a gente que se insurge contra os feriados católicos não o faz também para o natal? E a páscoa? Já agora, se a lógica é não sermos obrigados a comemorar os feriados dos outros, eu se não se importarem gostava de riscar também uns da minha lista. Será que posso?

Porque é que (quase) ninguém fala mal do Obama nem bem de Israel?

Como é que há gente perfeita (Obama) se Deus não existe?

Como é que Deus existe e o Bush foi presidente?

Porque é que ninguém fala mal da América do Obama mas toda a gente falava mal da América do Bush?

Porque é que o Obama é perfeito e eu não?

Porque é que o Bush é mau e os palestinianos não?

Porque é que o Bush é pior que o Sócrates?

A pergunta anterior tinha rasteira. É que eu já sabia que vocês iam dizer que o Sócrates nunca declarou nenhuma guerra contra o Iraque. Então agora tenho de perguntar se o perigo de irmos à falência (e sabe-se lá o que é que pode acontecer a seguir, mas ide ver exemplos anteriores) -mas uma daquelas de que ninguém nos safa tão depressa que isto não vai ser como aquelas últimas vezes em que o fmi cá teve de férias, não pensem que me enganam - não compensa um bocadinho?

Coisas pah. Coisas que me afligem. De várias maneiras.

terça-feira, 8 de junho de 2010

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Diz que é "fixe" ser contra Israel


Dizem que sim, que é, por isso eu não sou fixe. Nunca o fui e não, que eu saiba, não tenho raízes judias na minha família. Nunca percebi o anti-semitismo que ainda graça por alguns sectores do mundo ocidental e acredito que muito do que os judeus viveram ao longo dos últimos séculos se deve apenas à inveja. A questão dos últimos dias é muito simples: existe um embargo à Faixa de Gaza e Israel avisou que não permitiria qualquer violação a esse embargo. Queriam que eles fizessem o quê? Para muitos europeus a resposta será: nada e que fossem para negociações! As negociações são muito bonitas mas sejamos honestos: Israel vive rodeado de vizinhos e movimentos terroristas que berram constantemente que o seu objectivo é riscá-los do mapa. Acham mesmo que alguma negociação com estes indivíduos é séria? Claro que os hipócritas do costume esquecem-se destes pormenores...

...a defesa do Estado de Israel não tem nada de anti-islâmico. Tem apenas com a defesa, em geral, da liberdade, democracia e respeito pela vida humana - conceitos de facto inexistentes em vários países do mundo, mas em 100% dos países islâmicos. Em Israel há liberdade, democracia e respeito pela vida humana. Aprendi, mesmo antes do 25 de Abril, que liberdade, democracia e respeito pela vida humana não se trocam por nenhum outro valor ou "causa".

A questão da Faixa de Gaza é ainda mais fácil de explicar, com estes números:

Nº de civis mortos em Israel por atentados bombistas (portanto, sem contar com rockets, buldozzers e naifas) por "activistas islâmicos" desde 1993: 785.

Nº de civis israelitas mortos por "activistas islâmicos" desde 2007 (ano do início do bloqueio israelo-egípcio à Faixa de Gaza): 3.

Dito isto, ponham-se lá aos gritos no Parlamento a pedir condenações do Estado de Israel, vós, senhores deputados e outros "activistas" de esquerda que nunca pronunciaram uma sílaba ou escreveram uma palavra em memória dos milhares de civis israelitas assassinados por inocentes "activistas" da mártir Faixa de Gaza.


Como lembrou Ehud Barak, ministro da Defesa israelita: “Temos de nos lembrar de que não estamos na América do Norte nem na Europa Ocidental, vivemos no Médio Oriente, num lugar onde não há misericórdia para o fraco e onde não há uma segunda oportunidade para quem não se defenda a si mesmo.”

segunda-feira, 31 de maio de 2010

As presidenciais

Já lá vão uns mesinhos, mas logo no início deste ano escrevi isto. Os acontecimentos dos últimos meses vieram a revelar-se quase tudo o que se esperava. Ontem o PS deu, quase por unanimidade, o seu aval ao “querido líder” José Sócrates para tornar oficial o apoio ao candidato poeta. Por outro lado, a demora nesse apoio revela o quanto essa mesma unanimidade é fraca. É mais do que óbvio que o Manuel Alegre não é mesmo desejado por muitos socialistas para ser Presidente da Republica mas também o PS tinha que dar o seu apoio ao Manuel Alegre porque sim. E porque sim é mesmo a melhor explicação a dar, mesmo que muitos não quisessem, isto já estava decidido há muito tempo e não dava para fazer “a coisa” de outra maneira. Alegre impôs-se ao PS como Sampaio o fez há 15 anos.

Temos então um candidato da esquerda com o apoio do PS, do BE e dos renovadores comunistas contra um candidato da direita com o apoio do PSD e do CDS. Pensar também que poderá surgir outro candidato da área da direita com o apoio dos católicos conservadores é uma ideia de delirantes como o Santana Lopes. E não deverá acontecer porque não (hoje estou numa de reduzir as justificações ao nível das de uma criança). Dúvidas houvesse, Bagão Félix já disse que não estava para isso. Tudo como havia previsto, portanto.

Tudo não. Em Janeiro não havia o factor Nobre. Não fazia parte da equação e é daquelas coisas inesperadas que vão tornando isto engraçado. Devido a Fernando Nobre, o PC está a aproveitar para fazer birra por ter sido marginalizado por Alegre e está numa de estragar a unanimidade da esquerda que se previa. Deverão mesmo avançar com um candidato próprio mas o tempo dirá se desistem antes do acto eleitoral, como Jerónimo fez a Sampaio há precisamente 15 anos, quando este se impôs.

E Nobre é, até ver, a pedra no sapato tanto de Cavaco, como de Alegre. Nobre é mesmo independente, mais do que Alegre era em 2005. Não tem apoio de nenhum partido, nunca pertenceu sequer a nenhum e no ano passado conseguiu ser mandatário do BE para as Europeias e do António Capucho (PSD) para a autarquia de Cascais. Está mais conotado com a esquerda mas também é simpatizante da causa monárquica. E Nobre consegue, assim, ser o candidato com um perfil mais semelhante a um Rei que se perfila para o próximo acto eleitoral. Basta começar a falar com algumas pessoas e vemos que vai buscar simpatizantes à direita e à esquerda. Nobre é bom para quem não quer Cavaco e também é bom para quem não quer Alegre. E só a título de curiosidade é o candidato com mais apoiantes no facebook. Poderá ser o vencedor das próximas eleições? Não acredito muito nisso, mas desde já uma previsão: se por acaso conseguir ser o segundo mais votado e conseguir ir a uma segunda volta, será quase de certeza vencedor. Pelo menos já conseguiu a proeza de tornar estas eleições mais interessantes e sempre a dignifica um pouco mais, ao ser alternativa à luta da esquerda vs. direita. Para um monárquico como eu, é impensável o mais alto representante da Nação estar refém dessa luta e do sistema partidário.

Ler e dar a ler

http://econfaculty.gmu.edu/wew/articles/10/MinimumWageCrueltyUpdate.htm

domingo, 30 de maio de 2010

Dos melhores posts sobre o histerismo e a palhaçada gerados pelo não veto

A direita conservadora portuguesa sempre gostou muito de Cavaco. Por sua vez, a direita portuguesa mais liberal nunca morreu de amores por ele. Agora parece que os conservadores (?) estão descontentes com o Presidente da República. Parece, mas não é bem assim. São meros amuos de circunstância. O engraçado em tudo isto é ver a direita mais liberal a ter de vir a terreiro defender Cavaco.

No meu caso, não pretendo defender ou atacar Cavaco, serve apenas para escrever o óbvio. Uma das coisas mais irritantes da política portuguesa é a constante procura pela pura perda de tempo. Neste caso, o que o PR fez foi remar contra a maré, ou seja, não perder tempo. Só não percebo o descontentamento da tal direita conservadora. Queriam que o Presidente fizesse o quê? Arrastar um processo que estava mais do que decidido?

Não me peçam para ser contra o casamento homossexual. Nem sou contra nem deixo de ser. Cada um escolhe o seu caminho e quem sou eu para criticar opções de vida. Da mesma forma que se amanhã um qualquer partido ou grupo vier defender a bigamia continuarei indiferente. Reconheço a todos o direito a escolher o seu caminho. Não imponho as minhas convicções a ninguém.

São inúmeras as razões para não apoiar Cavaco agora esta do casamento homossexual? Tenham juízo. Só falta ver a direita conservadora e democrata-cristã de braço dado com Fernando Nobre. Era de ir às lágrimas de tanto rir. Sobretudo imaginar uma arruada nos Aliados ou no Chiado e eles misturados com os soaristas e alguns bloquistas.


Sim, de facto, era engraçado. Fernando Moreira de Sá para o Albergue Espanhol.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Ouvi dizer no corredor...

... Que se passa qualquer coisa com o país. Tamos em risco de falência ou assim. A pergunta que eu quero fazer não é se alguém confirma, é quem é que tá a governar o país. É que tentaram-me convencer que era o Sócrates, mas eu não acredito que depois de ter havido pessoas a avisar sobre a possibilidade desta situação durante 8 anos ele ainda seja governo.

Não é pois não?