sábado, 30 de maio de 2009

Pelo Direito ao TGV!

É este magnífico dito que adorna vários cartazes da Juventude Socialista, espalhados por toda a Lisboa. Infelizmente, não consegui encontrar nenhuma fotografia do dito cartaz que postula tamanhas barbaridades, mas qualquer condutor ou transeunte que passe pela Alameda da Cidade Universitária por estes dias será presenteado com uma afirmação cujo autor, se mantivesse um mínimo de honestidade intelectual, justificaria a sua criação com um passeio do gato pelo teclado do computador, para não dizer algo pior e não emitir juízos de valor sobre a sanidade mental do próprio autor.

O direito ao TGV, devem pensar os jotinhas neo-marxistas, é um direito essencial. Todos nós, os jovens, os velhos e todos os que estejam no meio, temos direito a um projecto megalómano que foi decidido antes sequer de se levar a cabo qualquer tipo de análise custo-benefício (tal como o aeroporto, já agora, mas as implicações económicas, sociais e políticas dos dois projectos são totalmente diferentes, e isso agora não interessa para nada). Análise essa cujo concurso para a sua elaboração tem início cerca de 1 ano depois do projecto ter já sido confirmado publicamente. Tendo tido algumas cadeiras de política económica aplicada na minha licenciatura, tudo isto me parece muito estranho: mas então as análises custo-benefício não deveriam ser elaboradas com o intento de aprovar ou rejeitar um determinado projecto público? Assim sendo, o caso particular do TGV (e do Aeroporto) podem ser utilizados como fundamentos empíricos para duas teorias, alternativas mas não incompatíveis:
  1. Aquilo que se aprende nas universidades não passam de tretas teóricas, que não interessam sequer ao Menino Jesus (com todo o respeito para com este último).
  2. Estes senhores (os que confirmaram politicamente o TGV) nunca estiveram na universidade, ou se lá estiveram, não aprenderam nada. Ou talvez nunca tenham trabalhado numa empresa, fora da função pública, onde, tal como as torres de marfim teóricas das universidades enunciam, projectos deverão ser unicamente aprovados se os benefícios sociais excederem os custos sociais. Mas, e agora paremos um momento para pensar, não é para isto que uma análise custo-benefício serve?
Hoje, dia 30 de Maio de 2009, existe uma análise custo-benefício sobre o TGV. Não é um documento público. Foi encomendada pela RAVE (Rede de Alta Velocidade, a entidade gestora do projecto do TGV) a dois economistas portugueses que, não obstante não residirem em Portugal, são bem conhecidos nos meios académicos e universitários como sendo especialistas em análise de projectos públicos. Note-se que, se deste ponto em diante eu puder começar a dizer coisas um pouco menos simpáticas, não estou a colocar a honestidade intelectual e integridade académica destes dois senhores que elaboraram o estudo. Os seus méritos são amplamente reconhecidos internacionalmente. Colocarei em causa, contudo, todos os valores e tramas que pautaram toda a elaboração desta análise, do princípio ao fim. Ora, comecemos a dissecar o bicho.
  1. Como foi já referido, o concurso para a realização da análise custo-benefício é lançado depois (e aqui não interessa se foi uma hora ou dez anos) da decisão política ter sido tomada. Conhecem algum país não-africano onde coisas destas aconteçam?
  2. O concurso passa para as mãos da RAVE. Ora, quem é a RAVE? É um punhado de tecnocratas, engenheiros e economistas cujas actuais posições, na RAVE, dependem da realização do projecto do TGV. Por outras palavras, se não há TGV, não há RAVE, e se não há RAVE não há reformas e regalias para ninguém. Alguém sente o cheiro a queimado?
  3. RAVE encomenda então o estudo aos dois eminentes economistas acima mencionados. Estudo é realizado e "publicado" (como disse acima, não é público). Se foi sujeito a revisões por parte da RAVE, não sei, mas sinceramente gostaria de saber. Isto pois, aludindo ao ponto 2), não faria sentido à RAVE publicar uma análise que se opusesse à realização do TGV.
  4. Tive oportunidade de ler a análise. É uma análise bastante completa, realizada com a metodologia apropriada. Falha apenas num punhado de pontos: são tidas em conta hipóteses que, tivesse-as eu considerado num trabalho de 1º ou 2º ano de licenciatura e teria reprovado à cadeira. E são hipóteses cruciais para a avaliação do projecto: a criação de cerca de 60 mil postos de trabalho (caídos de onde, martelar a linha do comboio?), retornos fiscais de 64 mil milhões de euros em receitas (que ainda não percebi de onde vêm), e lamirés afins.
Tudo isto considerado, penso que, de facto, os jovens portugueses dever-se-iam unir em torno da JS para defender um direito essencial: o direito a maus projectos públicos, realizados da forma menos transparente possível, que geram receitas fiscais saídas da cartola, assim como dezenas de milhares de postos de trabalho sem ninguém saber como. Projectos que resultam de "compromissos políticos", ao invés de análises sérias de impacto em termos económicos e sociais. Projectos que aumentam a já galopante dívida externa portuguesa, permitindo depois a cada cidadão pagar €100 para ir de comboio a Madrid (esperem, não posso já fazer isto de avião?). Pelo direito a estes projectos!

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Mas não se passa nada?


É assim, isto posso ser só eu que vejo as coisas com grande distância, mas acho que já sentia isto quando andava aí por esses quilómetros quadrados. A questão é: sou só eu que não acho normal o que se passa em Portugal?
Acusa-se gente sem provas, inocenta-se gente com provas, bastonários da ordem dos advogados que se portam como peixeiras do mercado do bulhão, o povo a assobiar e a dizer que isto tá tudo doido e que "qualquer dia...". Mas é só a mim que isto preocupa?
É que dói um bocado sair deste blog, olhar em volta e ver o resto dessa gente da minha idade a querer é pouca confusão, nada de altercações. Gente sem esperança, gente sem ideias, gente egoista que nem discutir o seu país quer. É que eu já não peço juízo, já não peço liberais, já não peço menos impostos. Eu já só peço interesse.
Minha gente: As instituições não se fazem sozinhas. Se os futuros mais altos quadros desse país aos 20 anos já perderam a esperança, o que é que estarão lá a fazer aos 40? Rapaziada, é hora.

É que juro que me irrita solenemente as pessoas que se demitem de se preocuparem sequer. O país está entregue a um gajo sob suspeita de ter comprado o curso, assinado projectos que não fez e de ter lesado o interesse público em troca de benefícios pessoais? Who cares?
Esta gente que me rodeia não é, concerteza.

P.S. Queria já agora deixar aqui umas palavrinhas sobre esta notícia: http://www.ionline.pt/conteudo/6593-manuel-pinho-considera-que-empresarios-estao-reagir-bem-crise.
Sr. Ministro, se os relatos que me chegam de Portugal em relação ás PME são verdadeiros, por favor, demita-se. É que isto já não é piada, é insulto.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Ainda lhe vamos dar razão?


No célebre discurso ao Estado da União no início de 2002, G. W. Bush definiu um conjunto de países que teriam programas nucleares secretos e que seriam uma ameaça à paz mundial. O “Eixo do Mal”, como ficaram conhecidos, era composto pelo Iraque, Irão e Coreia do Norte. Com este pretexto, os E.U.A. e alguns aliados invadiram o Iraque e o resultado é sobejamente conhecido. Não existiam armas de destruição massiva em solo iraquiano.

Contudo, no final de 2006, quase cinco anos depois do dito discurso, a Coreia do Norte realizou, com aparente sucesso, o seu primeiro ensaio nuclear. A ONU lá voltou a aprovar mais uma sanção e ficaram todos felizes. Na 2af e depois do seu primeiro ensaio não ter alcançado o sucesso esperado (segundo algumas fontes), a Coreia do Norte realizou o seu segundo ensaio nuclear, aparentemente com mais sucesso do que o primeiro. O mundo inteiro está outra vez preocupado e a ONU, muito provavelmente, lá irá aprovar mais uma sançãozita. Enquanto isto, o Irão também vai avançando com o seu programa de enriquecimento de urânio, apesar de jurarem a pés juntos que não é para o fabrico de armas nucleares. E a ONU lá volta a ameaçar com mais sanções. Já alguém se lembrou de dizer aos tipos da ONU que estes países e os seus respectivos ditadorzecos, se estão a “borrifar” para as sanções?

Quando o Hitler mandou o Tratado de Versalhes “às urtigas” e voltou a rearmar a Alemanha, invadindo depois alguns dos seus vizinhos, as potências europeias ficaram a assistir ao desenrolar dos acontecimentos impávidas e serenas. Ainda não havia ONU para aprovar sanções, por isso limitaram-se a assistir a tudo impávidas e serenas. Só acordaram quando o Hitler invadiu a Polónia, mas aí já era tarde demais.

Não gosto da guerra. Contudo, às vezes ela é necessária para evitar um mal maior. O mal maior da II Guerra Mundial poderia ter sido evitado, se na altura o mundo não tivesse ficado impávido e sereno a assistir ao desenrolar dos acontecimentos. Mas constato que não aprendemos com os erros. O mundo, apesar de preocupadíssimo, assiste impávido e sereno (eu sei que me estou a repetir) à ascensão a potências nucleares por parte destes dois regimes, autênticos arautos da democracia, liberdade e do respeito pela vida humana. Não gostaria de ver uma Coreia do Norte (e talvez ainda menos um Irão) com armas nucleares em sua posse. Todas as hipóteses, mesmo uma invasão, devem ser equacionadas para evitar um mal maior.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Tão bonitos os dois!


Amanhã o nosso “querido” Pinto de Sousa irá ser, de certeza, uma das estrelas dos noticiários televisivos, a par desse “grande político” que é o Presidente do Governo espanhol, José Luis Zapatero. Isto porque, numa iniciativa inédita, irão arrancar em conjunto as respectivas campanhas para as eleições europeias. Às 11h (Lisboa) o secretário-geral do PS irá discursar no arranque da campanha do PSOE em Valência, Espanha. Por sua vez, o secretário-geral daquele partido espanhol irá estar ao fim da tarde, em Coimbra, no arranque da campanha dos socialistas portugueses. A velha máxima “diz-me com quem andas, dir-te-ei quem és”, aplica-se na perfeição a estes dois.

É verdade…ainda não foi hoje que Portugal conseguiu ter um novo Provedor de Justiça. Mas isto já não é novidade. Se não se conseguir eleger um daqui a uma semana, a “novela” irá arrastar-se por mais uns meses, pois já só poderá ser decidida na próxima legislatura. É uma alegria!

quinta-feira, 21 de maio de 2009

O desemprego

Em Portugal há um bicho de sete cabeças que atormenta todo e qualquer governo... Não, não estou a falar do Alberto João... É o chamado desemprego. Mesmo que o desemprego esteja em níveis baixos há alarme, porque a população sofre, porque há desigualdades sociais, porque o governo prometeu amansar o bicho e não conseguiu e por aí em diante... Quando o desemprego começa a subir então... Bem, assumo que disparem todos os alarmes do largo do rato.
Para o desemprego não subir (ainda mais) em Portugal temos ajudado muito a industria automóvel alemã. Não sendo os nossos empregados competitivos (rácio produtividade/salário) é o governo que tem de os tornar competitivos. Todos os apoios que foram e são dados à auto-europa e a outras empresas como essa são subsidios dos contribuintes para a competitividade dessa meia dúzia de trabalhadores.
Repare-se que isto poderia ser alcançado de mil maneiras, a melhor das quais seria a liberalização do mercado de trabalho. Apesar das pausas para café, da molenguice e da azelhice, a competitividade de trabalhadores e empresas portuguesas é afectada sobretudo pela rigidez do dito cujo. Mas não, continuamos a preferir a intervenção estatal e o comodismo... No fim, quando já não for mesmo rentável produzir neste país, virá o povo que apoiou as doações queixar-se da saída destas empresas, depois de tudo quanto lhes foi oferecido. A culpa essa será inevitavelmente do capitalismo e desses porcos neo-liberais.
Isto tudo para dizer que, mais barato do que salvar mil vezes a auto-europa, a quimonda, a opel e sei lá eu mais o quê, era sermos competitivos. Era muito bonito que Portugal fosse a Suécia, e que os nossos trabalhadores fossem tão bem educadinhos e tão certinhos como os Suecos. Que pudéssemos deixar as coisas como estão porque a nossa produtividade é tanta que paga tudo.
Mas não somos. Alguém que ponha um cartaz no largo do rato a dizer isto. É que a Alemanha consegue sair sozinha da recessão. Já nós...

terça-feira, 19 de maio de 2009

Rescaldo do Nicola


Ambiente informal, uma meia hora de atraso em relação ao previsto (já é da praxe) e uma sala bem composta de bloggers que responderam ao convite para a “Blogotúlia”, lançado pelo cabeça-de-lista do PSD às Europeias, Paulo Rangel. O convite era para todos os bloggers interessados e O Sensitivo não o podia recusar. Éramos os mais novos da sala, é um facto, mas por esse mesmo motivo, talvez os mais interessados no futuro do nosso país e da UE.

“A Europa e o Interesse Nacional” era o tema da tertúlia e foi isso que se debateu no Nicola. Falou-se do alargamento, do federalismo, da situação económica e do modelo social europeu (não “modelo socialista europeu”, como referiu o próprio), do Tratado de Lisboa e do referendo prometido e não cumprido (falou-se muito do referendo não cumprido e da “falta de higiene democrática”), falou-se de Durão Barroso e Vital Moreia, do Banco Central Europeu, da Identidade Europeia e Portuguesa, do Casamento Homossexual, de umas forças armadas europeias, do relacionamento da UE com o resto do mundo e, por fim, da linguagem religiosa na política (ou da falta dela em Portugal). “Meu Deus!” Falou-se de tudo isto e ainda mais, em cerca de duas horas e meia! O debate foi elevadíssimo e rico (com uma boa contribuição dos bloggers também) e o Paulo Rangel procurou responder a todas as perguntas que lhe foram colocadas, algo que é raro em muitos políticos.

Assumiu-se à direita do PSD (só isso já o faz subir alguns pontinhos na minha consideração) e estando o PSD à esquerda do PPE, posicionou-se no centro deste partido europeu. Paulo Rangel defendeu que a UE se precipitou com o alargamento a leste. Na sua opinião, a UE deveria ter dado uma ajuda financeira muito maior a esses países, quando não eram membros, do que a que dá actualmente, só os admitindo no clube europeu quando tivessem atingido certos patamares. Defendeu que a prioridade do próximo alargamento da UE devem ser os Balcãs e não a Turquia. A Sérvia não deve ser mantida de parte e a Albânia e a Bósnia, por terem comunidades muçulmanas relevantes, poderão funcionar como precedentes a uma eventual entrada da Turquia. Quanto a esta última, defendeu que a partir do momento em que se iniciaram as negociações, estas devem prosseguir de boa fé. No entanto, ressalva que a Turquia está muito longe de cumprir os patamares exigidos, estando, neste momento, a recuar nalguns pontos em vez de avançar. Paulo Rangel defende parcerias reforçadas, sempre que possível, com a Turquia mas que a UE não pode ceder, em caso nenhum, em pontos fundamentais para o ingresso deste país na União. Quanto ao leste que fica agora a leste da União, Paulo Rangel defendeu que a Bielorrússia deve ser uma grande prioridade da UE e que se devem manter conversações longas e parcerias com a Ucrânia. Quanto às relações com a Rússia, Paulo Rangel lembrou João Paulo II que dizia que a Europa ia do Atlântico aos Urais. A cultura russa faz parte da cultura europeia e a UE deve tentar encontrar parcerias com este país.

Assumindo-se federalista (apoiante de uma federação e não de um estado federal), defendeu o Tratado de Lisboa como a fórmula que mais defende os pequenos e médios estados e é da opinião de que o conselho europeu deverá evoluir para um senado (com muito mais peso do que o parlamento). Apesar de não ter nenhuma objecção ou idolatria pelos referendos, acha que há casos em que os referendos são desaconselháveis, devido ao risco de manipulação. Contudo, defendeu que a adesão de Portugal à CEE deveria ter sido referendada (bem como a Constituição Portuguesa). Quanto ao facto do PSD ter prometido um referendo ao Tratado de Lisboa e depois ter voltado atrás na sua promessa, “desculpabilizou-o” pelo facto do líder que voltou atrás na promessa (Luís Filipe Menezes) não ser o mesmo que fez a promessa (Luís Marques Mendes). Já o PS, na sua óptica, não tem desculpa pelo facto do líder que fez a promessa e não a cumpriu ter sido o mesmo (José Sócrates). Mas independentemente do referendo, Paulo Rangel acha que “já existe uma constituição europeia que não é escrita”.

Paulo Rangel defendeu ainda que é necessário repensar o Banco Central Europeu e que é favorável a umas forças armadas europeias, que actuem em missões de paz, mas que nunca devem ser pensadas fora de um quadro atlântico. Apesar de não lhe fazer confusão o casamento homossexual, acha que para Portugal se deveria pensar noutra alternativa (talvez união civil?), tendo em conta que o país ainda é bastante conservador e que muitas pessoas serão contra uma igualdade na união entre pessoas do mesmo género e entre pessoas de géneros diferentes. O cabeça-de-lista do PSD às Europeias, ainda é da opinião de que Portugal não tem sido muito inteligente em aproveitar a mais valia que pode ser para a UE no relacionamento desta com a China (via Macau) e com a Índia (Goa) e nas relações da União com a América Latina (principalmente Brasil), África e Mediterrâneo. Por fim, referiu que é contra o facto de em Portugal e ao contrário da Europa (principalmente nos partidos do PPE), quase ser proibido usar termos religiosos no espaço público. O Estado deve “ser laico mas não laicizante”.

Antes da tertúlia comentei com outros membros d'O Sensitivo-Psiquiátrico que o Paulo Rangel não é o meu candidato. Não será nele que, em princípio, irei votar. Considero que este não é o melhor candidato do PSD para as europeias (que o partido precisa mesmo de ganhar se quer ter esperança de derrotar Sócrates em Setembro). Não tem grande carisma, mas verdade seja dita não é o único a “sofrer” desse mal. Contudo a iniciativa de ontem é de saudar. Mesmo não concordando em alguns aspectos, ontem saí do Nicola com melhor impressão do que entrei. Paulo Rangel pensa Portugal e pensa a Europa e não teve problemas nenhuns em partilhar connosco a sua visão. Ontem saí do Nicola a pensar que, talvez, o PSD volte a merecer o meu voto. E ontem também saí do Nicola com vontade de mais. A “Blogotúlia” de ontem funcionou (muito) melhor do que um debate televisivo ou uma entrevista num jornal. Pode ainda não trazer grandes resultados em termos mediáticos, mas esta é uma parte importante das campanhas do futuro. Houve uma maior aproximação às pessoas que querem discutir política, fossem eles os bloggers presentes na tertúlia, ou os que a acompanhavam através da emissão em directo de alguns dos blogs e que podiam comentar ou lançar perguntas a serem feitas ao nosso anfitrião. Espero que outros, dentro e fora do PSD, sigam este exemplo do Paulo Rangel.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

sábado, 16 de maio de 2009

"O Pinto de Sousa (afinal) é Cool"


"Mesmo na noite mais triste
Em tempo de servidão
Há sempre alguém que resiste
Há sempre alguém que diz não."

Pois, mas esse alguém não parece ser o Manuel Alegre.
Correndo o risco de me enganar, cheira-me a presidenciais...


terça-feira, 12 de maio de 2009

Alguém o ouviu?


Os cinco partidos políticos portugueses com representatividade no Parlamento Europeu prevêem gastar, durante esta campanha europeia, mais do dobro do que gastaram na campanha de 2004. Todos, sem excepção, irão aumentar os seus gastos. O PSD em 95%, o PS em 9%, o PCP em 185%, o BE em 301% e o CDS em 27%.

Não há muito tempo (mais concretamente no dia 25 de Abril) o Sr. Presidente da República disse, em plena Assembleia da República, na presença dos deputados de todos estes partidos, o seguinte: “Considero essencial que os próximos actos eleitorais tenham como horizonte Portugal inteiro. As campanhas devem decorrer com serenidade e elevação e os Portugueses esperam que, num tempo de dificuldades, os agentes políticos saibam dar o exemplo (…) que haja sobriedade nas despesas, que não se gaste o dinheiro dos contribuintes em acções de propaganda demasiado dispendiosas para o momento que atravessamos.”

Depois de serem conhecidos estes números e depois da recente aprovação (por unanimidade) da nova lei do financiamento partidário restam-me só duas perguntas. Primeira: Mas os partidos andam (todos) a gozar connosco? Segunda: (é a que dá título a este post).

domingo, 10 de maio de 2009

Lisboa - Portugal

Sou português, gosto de Portugal. Tenho algum asco à mentalidade vigente na maioria das cabeças portuguesas, mas amo a nossas histórias e as nossas tradições. Tenho brio e orgulho em dizer que sou português, em falar português, em conhecer quase de lés a lés o país.
Lisboa é a capital do meu país. É a capital da minha história, da minha cultura... A Lisboa que eu amo não é talvez a que se vê hoje em dia, mas sim a que vem cantada nas canções e nas tradições. A Lisboa que eu amo não é a Lisboa que se vê, mas sim a que imagino, baseado no que de melhor há em todo o resto do país.
Na minha Lisboa ideal haveria largadas no Santo António. Fados todas as noites, do Bairro Alto a Santos. Não existiriam edifícios a cair de putrefacção em pleno centro histórico. E tantas, tantas outras coisas.
Entre Santana e António Costa há claramente um que é boémio, que gosta da tradição, que ama a cidade.

Não gosto de Santana enquanto politico. Não gosto das suas ideias (ou falta delas). É demasiado estadista, mais um fã dos novos impulsos regulatórios dos nossos tempos. Mas gosto de Santana enquanto português, gosto da sua imagem de Portugal.

E gostava de ver essa imagem em Lisboa.

sábado, 9 de maio de 2009

Manuela Ferreira Leite

Não é modesto como únicas bandeiras?

Parecem-lhe poucas, mas são o fulcro da decisão. É a opção que tem de ser feita. Ou se orienta o país da forma como ele tem estado a ser orientado nos últimos anos - um modelo absolutamente esgotado! - ou se muda de modelo. Parece-lhe pouco mas é muito. O meu modelo é não apostar mais na despesa pública, o que inclui investimento e consumo público mas no sector privado: exportações e investimento privado, interno ou externo. É um modelo completamente diferente.


Já que falamos desse tempo: foi ministra da Educação, com Cavaco e das Finanças, com Durão. Peço um photomaton do que foi despachar com um e com outro.

Foram momentos muito diferentes. Um deles era de quase final de mandato, o outro, de início. No primeiro caso eu era um ministro entre muitos outros, no segundo, era número dois do governo. Como titular da Educação havia a perspectiva de que não era possível mudar grande coisa porque se estava no termo do mandato; nas Finanças, num momento muito difícil e tenso, enfrentei uma situação de grande responsabilidade. Mas há um ponto comum: tanto Cavaco Silva como Durão Barroso mostraram-me sempre uma total solidariedade.


Da entrevista de MFL ao i (que me parece um jornal bstante razoável, mas eu só o vejo na net), isto são os melhores pontos. O pior é este:

Dê-me duas, três razões que ditem uma preferência no voto no PSD liderado por si e não no PS de Sócrates?

Um: o facto de considerar que, tal como tenho insistido, há aqui uma política de verdade. Detesto política de fantasias. Dois: não faço promessas que nunca pensarei executar. Três: acredito que o projecto do PSD para o país é aquele que conduzirá ao seu crescimento e ao bom combate contra a crise. O PS já provou o contrário.

A Doutora MFL que me perdoe a minha humilde opinião, mas isto não são motivos para ninguém mudar o seu sentido de voto para o PSD. É preciso coisas concretas (como por exemplo transformas as criticas ao modelo educativo imposto por Sócrates numa proposta alternativa e razoável). Acho que é necessário apresentar propostas que, ainda que difíceis, convençam os portugueses de que são necessárias. Acho que é sobretudo necessário apresentar à população um sumário daquilo que se fará, com que objectivos. A tal transparência e política de verdade ou se traduz nisso ou serve apenas como bitaite para atirar em entrevistas e cartazes, sem qualquer expressividade nos resultados eleitorais.

Creio que MFL sabe o que pensa e o que quer para o país. Falta ter a coragem de o dizer. Acho que já passámos à muito aquela fase da doença em que não queremos assustar o doente. O doente já está assustado, agora se faz favor prescreviam eram os tratamentos de choque e deixavam-no escolher em consciência.

P.S.

Sobre o TGV, acho que qualquer leitura da situação deve ser acompanhada da leitura deste post.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Uma Questão de Papas



O nosso “querido” Manuel Pinho andava há muito tempo caladinho. Habituados, ao longo desta legislatura, a sermos brindados com algumas “pérolas” políticas por parte deste Ministro (bem, ele não era o único), a verdade é que nos últimos tempos ele andava mais contido, deixando as ditas “pérolas” a cargo do nosso, também (ainda mais) “querido”, Augusto Santos Silva.

Mas Manuel Pinho não se conteve. Em verdade, ele já tinha saudades! A polémica era entre o Paulo Rangel e o Basílio Horta. Mas ele já tinha mesmo saudades e resolveu fazer parte de uma polémica, à qual era completamente alheio. Será que faz estas coisas de propósito? Bem, eu confesso que não sei se o Paulo Rangel ainda tem de “comer muita papa Maizena”, mas parece-me que alguém a deveria ter comido antes de ter ido brincar “às Economias”. Ou, se preferir, Cérelac ou Nestum.

Mas, no meio de mais esta polémica, algo me desconcertou mesmo. Ontem a Comissão Europeia deu a conhecer que prevê uma recessão “prolongada” e “tempos difíceis” para Portugal. Um défice de 6,5%, uma contracção na Economia de 3,7% do PIB e um desemprego a caminho dos 10%. Como o ano ainda nem vai a meio, estes valores poderão ainda ser agravados. Mas será que alguém ligou a isto? Bem, olhando assim muito à pressa para os noticiários, lá se voltou a falar da Gripe A/Suína/Mexicana/H1N1 (para mim “gripe dos porcos”). Ontem, finalmente, confirmou-se o primeiro caso em Portugal (parece que estávamos mesmo desejosos). Também se voltou a falar do Bloco Central. Desde a semana passada que quase tudo o que é figura política deu a sua opinião a favor, ou contra, o mesmo. Opiniões essas que não interessam para nada, pois só na noite eleitoral, após ser conhecida a nova composição da Assembleia, se pensará nessa necessidade a sério e aí tudo o que foi dito no passado tenderá a ser esquecido. E por fim falou-se na Maizena e no caso BPN.

Não me juntei ainda ao alarmismo da "gripe dos porcos". O Bloco Central é só (eventualmente) para ser discutido em Outubro, não vale a pena discuti-lo agora. Apesar da "pérola" da Maizena, gosto mais de Cérelac. Restam o caso BPN que, confesso, até gostava de ver resolvido e era mais o quê?...pois a Economia.

sábado, 2 de maio de 2009

Eleições Europeias

Disse no meu último post os assuntos que gostava de ver discutidos na campanha eleitoral para as Eleições Europeias que decorrerão no próximo dia 7 de Junho em Portugal. Não, não espero que isso aconteça, não acredito em utopias.
No entanto, sobre as europeias, tenho ainda que dizer que é incrível. É incrível a votação de que se fala para o BE e o valor conjunto de BE+PCP. É incrível que Vital Moreira vá, nas primeiras sondagens, à frente de Paulo Rangel. É incrível que o PP só tenha 2%. Não sou dos que acha que por estar apenas 3% atrás o PSD tem uma grande hipótese de vitória (ainda mais depois do que aconteceu ontem), apesar de achar que Paulo Rangel tem todas as qualidades necessárias para a conseguir.
Sou, isso sim, dos que acha que somos um povo triste e sádico que gosta de ser aldrabado. Tenho a certeza que PSD e PP ganhariam muito mais nestas eleições se os seus líderes, ainda que mais idiotas ou menos carismáticos (se possível), fossem diferentes. Por isso é que somos um povo triste e sádico, é que apesar do estado em que estão as coisas a maioria dos meus conterrâneos acredita que os governos de Durão, Manuela, Paulo e Santana fizeram muito pior.
Não sei se me irrite se chore. Enfim, acho que vou é para a rua afixar cartazes pelo partido pirata sueco.