quarta-feira, 27 de maio de 2009

Ainda lhe vamos dar razão?


No célebre discurso ao Estado da União no início de 2002, G. W. Bush definiu um conjunto de países que teriam programas nucleares secretos e que seriam uma ameaça à paz mundial. O “Eixo do Mal”, como ficaram conhecidos, era composto pelo Iraque, Irão e Coreia do Norte. Com este pretexto, os E.U.A. e alguns aliados invadiram o Iraque e o resultado é sobejamente conhecido. Não existiam armas de destruição massiva em solo iraquiano.

Contudo, no final de 2006, quase cinco anos depois do dito discurso, a Coreia do Norte realizou, com aparente sucesso, o seu primeiro ensaio nuclear. A ONU lá voltou a aprovar mais uma sanção e ficaram todos felizes. Na 2af e depois do seu primeiro ensaio não ter alcançado o sucesso esperado (segundo algumas fontes), a Coreia do Norte realizou o seu segundo ensaio nuclear, aparentemente com mais sucesso do que o primeiro. O mundo inteiro está outra vez preocupado e a ONU, muito provavelmente, lá irá aprovar mais uma sançãozita. Enquanto isto, o Irão também vai avançando com o seu programa de enriquecimento de urânio, apesar de jurarem a pés juntos que não é para o fabrico de armas nucleares. E a ONU lá volta a ameaçar com mais sanções. Já alguém se lembrou de dizer aos tipos da ONU que estes países e os seus respectivos ditadorzecos, se estão a “borrifar” para as sanções?

Quando o Hitler mandou o Tratado de Versalhes “às urtigas” e voltou a rearmar a Alemanha, invadindo depois alguns dos seus vizinhos, as potências europeias ficaram a assistir ao desenrolar dos acontecimentos impávidas e serenas. Ainda não havia ONU para aprovar sanções, por isso limitaram-se a assistir a tudo impávidas e serenas. Só acordaram quando o Hitler invadiu a Polónia, mas aí já era tarde demais.

Não gosto da guerra. Contudo, às vezes ela é necessária para evitar um mal maior. O mal maior da II Guerra Mundial poderia ter sido evitado, se na altura o mundo não tivesse ficado impávido e sereno a assistir ao desenrolar dos acontecimentos. Mas constato que não aprendemos com os erros. O mundo, apesar de preocupadíssimo, assiste impávido e sereno (eu sei que me estou a repetir) à ascensão a potências nucleares por parte destes dois regimes, autênticos arautos da democracia, liberdade e do respeito pela vida humana. Não gostaria de ver uma Coreia do Norte (e talvez ainda menos um Irão) com armas nucleares em sua posse. Todas as hipóteses, mesmo uma invasão, devem ser equacionadas para evitar um mal maior.

Sem comentários:

Enviar um comentário