quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

"Se fizer o que tem de ser feito é para não ser reeleito."


Encontrei esta frase enquanto folheava a edição desta semana da Sábado, em jeito de balanço de década. Foi proferida pelo nosso 1º ministro em Fevereiro de 2005. O Pinto de Sousa foi reeleito há uns 3 meses. Pergunta: Terá sido porque não fez o que tinha de ser feito?

Como disse o Agitador, comprai pipocas que o circo vai começar! Bem cedo os portugueses sentirão saudades de 2009.

Apesar do meu pessimismo, um óptimo 2010 para todos!

domingo, 27 de dezembro de 2009

Justiça

Hoje em dia, quando nela se fala, é só na Justiça Social. A outra já não é interessa.

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Um País a Saque

Sócrates tem esperança na recuperação económica com base no investimento público. Com esperanças destas, também fico eu com esperança na bancarrota para 2010. Tudo isto não obstante os avisos do Ministro das Finanças, em relação ao eventual downgrade da dívida pública portuguesa (seria a segunda descida de rating em menos de dois anos, considerando que a última variação tinha sido há mais de dez anos, antes da adesão à União Económica e Monetária). Mas esta não é, certamente, fonte de grandes preocupações para o Ministro que é apontado como o mais provável sucessor de Vítor "Jabba the Hut" Constâncio, assim que este último mudar o seu pelouro para Frankfurt em Janeiro próximo. 2010 afigura-se como um ano engraçado: TGV Lisboa-Madrid já adjudicado, casamento homossexual em debate no parlamento (com a recente notícia de que, afinal, para muito desprazer dos socialistas, poderá mesmo haver referendo) e uma polémica disciplina de voto a ser imposta sobre a bancada parlamentar socialista caso a situação tenha de ser resolvida na AR. Comprai pipocas que o circo vai começar.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

18 de Dezembro de 2009

Só queria dizer desde já. Este país está a prazo. Não será muito grave se nos próximos 2 anos a mão estrangeira for pesadíssima e nos obrigar a fazer o que tem de ser feito, gravíssimo daqui a 10 anos se forem medidas pontuais.

Vão assegurando lugares lá fora...

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Adoro este Senhor

De facto, não podemos dizer que não fomos avisados. O Prof. João Salgueiro é um dos que mais nos tem alertado para as "tretas" que nos têm impingido.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Hoje acordei assim...

Pronto a contratar alguém para pesquisar cada palavrinha dita pelo Medina Carreira e publicar neste blog. Tipo compilação de melhores momentos. No final fazíamos um embrulho e oferecíamos ao ex-namorado da Fernanda Câncio.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Cheira-me aqui a fumo.

O que é estranho em Portugal não é que se arquivem tantos processos, nem que se iniciem tantos processos. O que é estranho é que haja um padrão de um certo tipo de processos que aparece e desaparece quando já pouca gente se lembra deles.

Onde há fumo, há fogo. Não consigo ver o fogo, mas deve ser por causa do fumo que me tapa os olhos de tão imensa quantidade...

domingo, 29 de novembro de 2009

Alegorando a situação que por aí se passa

Há uma imagem que não me sai da cabeça... Uma história até... É a daquele filho mimado que pede tudo, tudo aos pais, e os pais vão dando tudo, tudo. O filho vai crescendo mandrião, preguiçoso e folgado e os pais, fingindo não ver ou pondo a culpa no nosso deficitário sistema de educação, continuam a dar-lhe tudo, tudo, tudo. Um dia os pais deixam de o poder sustentar, precisam que ele o sustente a eles, e ele... Não é capaz.

Continuemos a injectar dinheiro nas economias criando liquidez como temos feito e não se venham depois queixar que o vizinho maldizente aqui presente não avisou.

Não, este post não é apenas para o Dubai...

Lá por fora


Os suíços acabaram de aprovar, em referendo, a proibição de construção dos minaretes nas mesquitas. O "Sim" obteve, surpreendentemente (?), cerca de 57,5% dos votos.

Venho actualizar este meu post quando já passou quase uma semana desde a consulta popular. Ao longo desta semana fomos brindados com reacções para todos os gostos sendo que a grande maioria foram, como era de esperar, de grande indignação e, verdade seja dita, de grande hipocrisia. Muitos dos que mais indignados ficaram com os resultados, ficariam, de certeza, coradíssimos de vergonha com o resultado se um referendo igual fosse feito nos seus respectivos países. A Suíça transformou-se num bode expiatório dos políticos que insistem em tapar os olhos e em fugir à questão e alguns chegaram mesmo ao ponto de criticar aquele país por fazer tanto uso das consultas populares. A democracia consegue ser mesmo uma chatice quando sai dos gabinetes.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

25 de Novembro sempre!...





...comunismo nunca mais!

Para assinalar a data, o 31 da Armada fez um apanhado de vídeos relativos ao período que vai do 25 de Abril de '74 ao 25 de Novembro de '75. Há lá coisinhas engraçadas. "Hoje é dia de recordar o PREC."

Porreiro páh


Ontem pela Faculdade:

(pessoa X) - Eu não fui votar...
(Eu) - Porquê? Gostas do Sócrates?!?
(pessoa X) - Não, não gosto. Mas não deu para ir.
(Eu) - Mas porquê?
(pessoa X) - Estava a dormir...

Pode parecer a gozar mas asseguro que é verídico. Sobre aquilo que o país precisa para ganhar juízo...também não sei.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Caso estranho

Não é bonito citar fontes totalmente seguras não identificadas.

Mas, a título pessoal, posson dizer-vos que tenho a certeza que, ou José António Saraiva se estava a desviar da verdade, ou então o acessor que lhe telefonou fez "bluff".

Caso estranho, não é?

E olhem que estou longe de ser um apoiante do outrora muito razoável Primeiro-Ministro José Sócrates.

sábado, 14 de novembro de 2009

Era giro que alguém me explicasse isto

Eu só gostava de saber o que é que é preciso para consciencializar um país de que tem que mudar a sua atitude. Eu sei que Portugal é um país esquisito, de gente preguiçosamente tranquila e astutamente reconciliadora em que, passe o tempo certo, e até o facto de "o-amigo-ter-sido-apanhado-na-cama-com-a-minha-esposa-por-mim-próprio" é sábiamente considerado como solucionável através de uma meia dúzia de minis bebidas a ver o Benfica.

O Exmo. Sr. primeiro-ministro é, ao que parece, apanhado em meia dúzia de escutas em posições menos confortáveis com aquilo que pode ser considerado como a mulher de um eleitor, que é a senhora "Honestidade e Integridade". Mas isto resolve-se. Por amor de deus, todos nós nos lembramos da trabalheira que foi destituir aquele gajo do PSD lá por aquelas embrulhadas em que ele se meteu a criticar a comunicação social e a dizer que batiam nele como num bebé numa incubadora. Isso não se faz a um engenheiro. É preciso é beber-se meia dúzia de minis. Como ainda não nacionalizámos a fábrica da cerveja a opção é por aumentar uns salários, construir umas estradas, umas linhas de comboio, um aeroporto, e 'tá feito...

Se o tipo volta a ser apanhado... Olha, já passou uma, também não é agora que nos vamos chatear não é? Aliás, oh amigo, se calhar da próxima o amigo avisa e evitamos esta maçada de suspender o acto e tal... Eu chego mais tarde, já ninguém se lembra e a coisa resolve-se sem chatearmos ninguém. Não se preocupe, eu deixo-lhe as minis no frigorífico, para estarem bem fresquinhas quando o amigo chegar.

A sério país. Do que precisas tu para ganhares juízo?

Adenda: Parece que o João Miranda se lembrou da mesma metáfora que eu...

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Em tempos de crise, voltemo-nos para a poesia

"Pergunto ao vento que passa
notícias do meu país
e o vento cala a desgraça
o vento nada me diz.
(...)
Levam sonhos deixam mágoas
ai rios do meu país
minha pátria à flor das águas
para onde vais? Ninguém diz.
(...)
Pergunto à gente que passa
por que vai de olhos no chão.
Silêncio -- é tudo o que tem
quem vive na servidão.
(...)
Vi minha pátria na margem
dos rios que vão pró mar
como quem ama a viagem
mas tem sempre de ficar.
"

Excertos da Trova do vento que passa, de Manuel Alegre. Negritos meus.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Foi há 20 anos


Foi há exactamente 20 anos que o muro de Berlim caiu. Foi há 20 anos que o longo pesadelo da Europa chegou finalmente ao fim. O tempo do terror, das perseguições, dos tanques, do comunismo, da guerra-fria estava a acabar. Começava uma época de esperança, Democracia e Liberdade para toda a Europa. E abriam-se também as portas para uma verdadeira União Europeia. Uma União que ainda se está a construir, mas que já vai muito para lá dos 12 países aquando da queda do muro. Foi há 20 anos...foi há apenas 20 anos! Aquela imagem ainda era apenas um sonho quando muitos de nós nascemos. Nunca é demais relembrar que o comunismo matou muito mais pessoas do que todos os regimes fascistas. Nunca é demais relembrar pois, não só matou mais, como muitas vezes parece que até é desculpável para alguns sectores da nossa sociedade. Nunca é demais relembrar quando ainda se têm que ler coisas como esta.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

SCP

Paulo Bento e Bettencourt não pensam no bem do país. Vamos passar as próximas duas semanas a discutir quem será o novo treinador do sporting em vez de nos debruçarmos sobre coisas realmente importantes...

Como o casamento homossexual por exemplo!

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Coisinhas engraçadas

Estou neste momento a dar uma olhadela num debate na TVI24. O Pacheco Pereira está de um lado da mesa ao lado do Bagão Félix. O José Miguel Júdice está do outro com o Carlos Carvalhas.

Ainda a propósito do PSD

"O que me preocupa no PSD não é o confronto político em si: é constatar que há um grupo de pessoas que age como se as regras do leal confronto democrático não lhes fossem aplicáveis. Excluem quem não lhes é afecto, mas estão muito preocupados com a unidade do partido. Não olham a meios – nem a media – para desqualificar os adversários, mas são os maiores defensores da disciplina partidária. Recrutam comentadores para insultar quem se lhes opõe, mas ofuscam-se com qualquer crítica que se lhes faça.

Ultimamente esse grupo tem estado no poder, mas não esqueçamos o que ele fez quando o poder lhe foi arredio. Derrubou Santana Lopes. Menorizou Marques Mendes. Entrou em guerra com Luís Filipe Menezes. Sem que a vontade expressa pelos militantes do Partido lhes merecesse o mínimo respeito. Na realidade, comportam-se como se o partido fossem eles, e usam o seu estatuto social e comunicacional para submeter o PSD a uma inaceitável chantagem: ou o Partido alinha com a sua estratégia, ou eles afundam o Partido.

Há quem receie a ruptura entre esse grupo, muito impropriamente apelidado de “elites”, e a massa do partido. Pessoalmente não desejo rupturas, mas também não as temo: da última vez que o PSD perdeu a paciência com as suas auto-proclamadas “elites”, em 1978, mais de metade do grupo parlamentar saiu em oposição a Francisco Sá Carneiro. No ano seguinte a AD foi vitoriosa. Uma lição a reter para quem acha que pode continuar a fazer o mal e a caramunha."

Da autoria de Vasco Campilho. Artigo completo aqui.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Coisas que não devem passar despercebidas II


Pergunto-me se em Portugal será sequer possível ver um dia um Primeiro-Ministro em funções ou um ex-Presidente da República a sentarem-se no banco para serem julgados, ou se o apenas filho de um também ex-Presidente da República poderá sequer ser condenado por algum crime cometido. Gostava que não parecesse que só o Isaltino é que teve "azar".

Também achei que devia responder ao post de baixo

Mas só com quotes, que isto de debitar ests dados já foi feito e eu tenho muito o que fazer para não me aproveitar desenvergonhadamente disso:

No final de 2008, o orçamento suplementar tapou com mil milhões as dívidas do Estado aos fornecedores. A própria conta corrente do Estado à indústria farmacêutica cresceu 7,4% face ao ano passado, pressionada também pelos benefícios concedidos à família em tempo de crise. Hoje, a Saúde custa nove mil milhões de euros e é - a par da Segurança Social - a maior dor de cabeça do Estado-providência. Também aqui, no programa, nada de substancialmente novo.

(...) Que TGV? Em que fases? Que aeroporto? Em que condições? Galp, TAP, ANA: são privatizações para avançar? E o BPN? Entra nestas contas? Qual é a solução do governo para uma operação que já custa 3,5 mil milhões? A dificuldade do Estado congregar receitas - extraordinárias ou fiscais - é paralela ao problema de controlo da despesa. No programa há considerações genéricas sobre a consolidação orçamental e a consciência de que os 5,9% de défice inscritos nas previsões são poeira no horizonte. Em 2010 o consumo pode subir. O desemprego e as prestações sociais também. Em 2010 a dívida pública, a receita fiscal, o ritmo das exportações são demasiado imponderáveis para que qualquer programa de governo se arrisque a traçar caminho com base nelas.


(...) O problema existe: menos 9% em receita fiscal - números do final do 3º trimestre - mostram que a renovada eficiência na cobrança esbarrou no paredão da crise. À procura de soluções, o governo nomeou um especialista em direito do ambiente - Sérgio Vasques, o novo secretário de Estado dos Assuntos Fiscais - num ano de transição para a chamada "economia verde". Pode ser que daí venha alguma novidade, mesmo que o problema seja mais estrutural que quaisquer benefícios ambientais.

E lembrar só que a dívida do país é o sítio por onde se começa a definir a dívida das empresas e que temos problemas imensos de competitividade, etc... Quase pedia a um economista para me fazer um post sobre isso. Mas devem estar todos ocupados... Alguém conhece algum especialista em direito do ambiente que me fizesse esse post?

Coisas que não devem passar despercebidas


“A agência de ratings internacional Moody's acaba de colocar a dívida portuguesa em alerta negativo.Numa nota publicada pela agência Reuters, a agência mudou a perspectiva do rating Aa2 da dívida da República Portuguesa de estável para negativa.Segundo a Moody's, esta alteração «reflecte não só os desafios económicos estruturais que o país enfrenta, e que têm sido exacerbados pela crise económica global, mas também a aparente falta de motivação dos responsáveis políticos para os combater».”

O resto da notícia aqui. Espero que os senhores da imagem comecem a fazer algo para que daqui a uns meses Portugal não veja o seu rating cortado.

sábado, 31 de outubro de 2009

O dia depois de amanhã


Este post era para ser um comentário ao post de baixo do Formiga mas já estava a ficar algo para o longo. Vamos então lá dissecar o “bicho” Marcelo e a aparente vaga de fundo.

Para começar Marcelo será (provavelmente) outro erro de casting se vier a ser líder do PSD. É melhor do que Manuela Ferreira Leite? Provavelmente sim. Vence Sócrates? Provavelmente não. O PSD ainda não percebeu que não voltará a vencer eleições enquanto for mais do mesmo. Enquanto continuar a apresentar as caras de sempre, as ideias de sempre. O PSD (ou os seus “barões”) ainda não percebeu que tem mesmo (mesmo) de mudar. Outra coisa que os “barões” do PSD ainda não perceberam é que enquanto estiverem mais empenhados em derrotar Passos Coelho a todo o custo do que em defrontar Sócrates, só ajudam o Passos Coelho e sim, quero dizer com isto que não me admirava muito se Passos Coelho derrotasse Marcelo Rebelo de Sousa em directas (a probabilidade de vitória do primeiro será tanto maior quanto mais desesperadas andarem as diferentes facções a encontrar alguém só com o único propósito de o derrotar).

Marcelo, Rangel, Ferreira Leite, Aguiar-Branco e mais uns quantos, qualquer um serve, qualquer um tem que avançar, para Passos Coelho não ganhar. É preferível que Sócrates ganhe mais uma eleição do que ter lá o Passos Coelho (para eles, para mim não). Sinceramente não percebo este medo todo pelo Passos Coelho. Ainda há uns 2 anos ninguém sabia quem ele era e, verdade seja dita, ele nem sequer teve ainda a oportunidade de mostrar o que vale, enquanto deputado, ministro ou presidente do partido (ao contrário de outros que a tiveram, só fizeram porcaria e já provaram que não são a solução para o PSD). Esta azáfama toda dos “barões” faz-me lembrar a que tiveram contra o Santana Lopes. Mas essa até a consigo perceber um pouco. O “menino-guerreiro” já lá tinha passado, eles não gostaram nem um pouco e havia que impedir que retornasse a todo o custo. Deu mau resultado, mas até consigo perceber. Agora com o Passos Coelho não consigo mesmo. Não o podem propriamente acusar de ter feito um mau trabalho. A única explicação que encontro é de que Passos Coelho é mesmo uma mudança e é isso que os assusta. Uma mudança irá implicar o fim do seu “reinado” pelo partido. É feio de se dizer mas é a verdade nua e crua. Estão mais preocupados com os seus pequenos e grandes tachos do que em derrotar os socialistas (aos quais vão entregando vitórias de mão beijada - incluo nestas vitórias as autárquicas).

Há poucos dias o Henrique Burnay, para o 31 da Armada, recordava a Marcelo Rebelo de Sousa uma grande lição de vida: “…além de não se voltar a um lugar onde se foi feliz, sobretudo não se costuma regressar a um lugar onde se foi infeliz.” Marcelo já se terá esquecido de como foi ou então pensará que desta vez será diferente, mas é mais provável que seja diferente para pior do que para melhor. Além do mais Marcelo devia decidir-se pelo que quer. Ou quer ser Presidente da República ou do PSD e concorrer para 1º Ministro. Ou quer mesmo e avança ou então retira-se e não anda aqui ora a dizer que sim, ora a dizer que não, a ver no que é que isto dá. Agora esta política de que "o que vier à rede é peixe" pode dar mau resultado. Mas isto é apenas a minha opinião e, no fundo, posso estar completamente enganado.

p.s. (De notar que reconhecer que o partido daqui a 5 anos estará nas mãos do Passos Coelho é reconhecer, desde já, que não há grande esperança que o Marcelo derrote o Sócrates. Para mim isso é motivo mais do que suficiente para se partir para outra.)

p.s.2 De notar que muitos dos que mais defenderam que Manuela devia cumprir o mandato até ao fim (completamente de acordo), são os que mais andam a mandar nomes de hipotéticos candidatos para o ar. Seria interessante que os interessados avançassem por si, mas mais uma vez querem ir buscar um nome da "velha guarda" para fazer o "trabalho sujo".

p.s.3 Depois de voltar a ouvir Marcelo fico com a sensação que ele quer mesmo voltar a ser presidente do PSD. Só não quer é ter que ir a votos contra alguém. A unanimidade do partido só se conseguirá pelas bases, em directas. E só será verdadeira se houver mais do que um candidato por onde se escolher. Aparentemente Marcelo não quer isso.

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

O dia de amanhã

Marcelo Rebelo de Sousa será provavelmente candidato à liderança do PSD (tendo em conta a vaga de fundo que se gera) contra Pedro Passos Coelho. Não tenho dúvida nenhuma de que Marcelo ganhará essa eleição. Dependendo de como as coisas se desenrolem a partir daí, ele poderá ou não ganhar as próximas legislativas contra Sócrates.
Se não ganhar Pedro Passos Coelho será o líder seguinte. Venha quem vier contra ele. E estará legitimado pelas bases para fazer o que bem entender, como bem entender. O PSD estará unido à volta dele, unicamente porque qualquer um que esteja contra terá já sido derrotado vezes sem conta. Bastará colá-lo a Marcelo, a Ferreira Leite, a Santana...
É nestas alturas que eu gostava que alguém me viesse garantir sobre o seu carácter idóneo e sobre as virtudes do seu projecto para o país. Hoje gostava que alguém me convencesse de que Pedro Passos Coelho é D. Sebastião, finalmente retornado.
Isto porque, daqui a 5 anos, ele vai ter o PSD na mão, para reconstruir a seu bel-prazer. E eu acho que já chega de socialismo neste país.

P.S. O facebook passará a significar alguma coisa para mim no dia em que se conseguir fazer uma petição gigante para que Portugal deixe de ser, constitucionalmente, um país a caminho do Socialismo.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Não tenho coragem de não vos pôr a ler isto.

Pelo que tenho ouvido, o benefício da dúvida de jornalistas e comentadores vai apenas para os novos ministros. Ninguém o diria há um mês e meio, mas afinal os ministros do anterior governo não são assim tão recomendáveis. Ana Jorge ‘é marketing’, Santos Silva excessivamente conflituoso. Luís Amado aprecia em demasia alguns malfeitores internacionais. Há um excesso de obras públicas planeadas por Mário Lino.

Com uma excepção: Teixeira dos Santos, que, dizem, por razões que escapam ao meu entendimento, é um bom ministro. Vamos devagarinho. É necessária, desde que Guterres escavacou as contas públicas, uma consolidação orçamental. A consolidação orçamental apenas se faz com redução da despesa pública (o próprio Teixeira dos Santos o reconhece). Teixeira dos Santos é o responsável por orçamentos que, em termos reais, aumentaram a despesa pública todos os anos. Conclusão: Teixeira dos Santos tem tornado mais difícil consolidar as contas públicas. (Vamos esquecer por agora o aumento dos impostos que conseguiu pôr o défice orçamental abaixo dos 3% e que tem consequências perniciosas a todos os níveis). Mas foi um bom ministro, dizem, e as expectativas são de que fará um bom trabalho. E dizem-no sem rir nem corar de embaraço.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Se calhar até há alguma asfixia democrática...


Portugal desceu do 16º para o 30º lugar no ranking mundial da liberdade de imprensa dos Repórteres Sem Fronteiras. Ide ver.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Coisas que me chateiam e coisas que me chateiam mesmo muito

A tvi teve a amabilidade de me disponibilizar isto. As boas noticias é que no meu distrito (Setúbal) há um sitio (Palmela) em que o PP ficou à frente do PSD. As más é que indo ver concelho a concelho conta-se pelos dedos de uma mão (uma mão com alguns dedos amputados) as câmaras em que a direita teve mais do que 20% dos votos. Não se preocupem, não, isto não quer dizer que o PS ganha em força em Setúbal.
É a CDU que ganha. O PCP. Na maioria dos casos com maioria absoluta. Há concelhos em que o PS+CDU = 80% dos votos. 80.

Estava eu deitado no chão a carpir mágoas quando me vêm dizer que há candidatos à liderança do PSD. O Coelho. E o Menezes. E talvez o Rangel. E o Marcel também já tinha dito talvez. E ainda há que considerar o Aguiar Branco e o Morais Sarmento e mais não sei quem.
Eu sabia que era isto que vinha aí. Sabia que toda a gente se preparava para tentar açambarcar o lugar de Ferreira Leite, sabia que ela era uma figura transitória, mas este país em geral (o meu distrito em particular fica sempre mais ou menos como está, nada a fazer) podia neste momento ter um governo decente se algum destes tão bons senhores (ok, justiça seja feita, alguns até se tinham candidatado - aliás, alguns até lá passaram e... ah, esperem... Perderam) se tivesse candidatado a tempo e horas.

A sério. Eu por mim a Ferreira Leite fica lá mais quatro anos. Só muda antes das eleições. E a regra devia ser que nenhum destes senhores, com excepção do Rangel (estava na lista da senhora) e do Passos Coelho (foi candidato derrotado), se poderia candidatar.

Com esta oposição aposto o meu dinheiro em como Sócrates fica lá mais quatro anos. Ou ganha a seguir com maioria absoluta. Outra vez.

Coisas que me chateiam. Coisas que me chateiam mesmo, mesmo, mesmo muito.

domingo, 11 de outubro de 2009

Veto de gaveta

Quem não se recorda da expressão que tão bem assentava ao Presidente Ramalho Eanes?

Pois é, temos agora uma generalização desse conceito para o n=27 da União Europeia. O Presidente Vaclav Klaus decidiu aplicá-lo ao Tratado de Lisboa, numa derradeira cruzada pelo prolongamento da vida defunta do "remendo de Nice", já várias vezes ressuscitado pelos erros e hesitações na construção de um novo tratado.

Seria bom que alguém lhe explicasse que de pouco valerá o seu país a amizade de circunstância com o provável futuro Prime Minister David Cameron (ainda não perdi a esperança de que perca as eleições). É que toda essa máquina de Bruxelas é controlada por franceses, alemães e mais alguns vizinhos e amigos. Além de que os ingleses mantêm uma longa tradição diplomática de não se imiscuir na defesa dos interesses particulares de quaisquer outros estados da UE, menos ainda dos mais pequenos.


E não poderá esconder-se eternamente atrás do recurso de fiscalização sucessiva de constitucionalidade que o primeiro ministro checo evoca, em jeito de desculpa. Aliás, já desmentiu que a promulgação dependa de uma questão jurídica. Que poderá ser este veto senão um delay grosseiro? Diz o povo que quando nos tentamos tapar com um lençol curto, alguma coisa tem de ser destapada, a cabeça ou os pés.

Pois bem, a minha interpretação desta situação é de que está destapado o verdadeiro projecto de política externa que o partido Tory, um insólito retrocesso face às posições de Thatcher e Major. Instrumentalizar estados membros mais pequenos a despeito das suas regras constitucionais e da vontade democrática - bem ou mal expressada, com referendo ou com representação parlamentar! Nada mau.

Há quem veja nesta eleição uma oportunidade de refresh para o conservadorismo europeu, até em Portugal. Por mim, tenho que Sir Edmund Burke anda às voltas no túmulo com esta posição inaceitável, sem ética e imprudente, que poderá arruinar o que ainda resta do prestígio britânico na cena internacional. Querer impor efeitos retroactivos a uma eleição que vai decorrer para o ano é uma vergonha e uma atentado ao fluir natural da sociedade!

Muito mais me escandaliza que outros escandâlos que já varreram o Partido Conservador. É urgente uma demarcação da parte do mesmo partido face a este comportamento, independentemente da posição política muito legítima que possa ter face a Lisboa.

De outro modo, resta-nos confiar na boa escola da política portuguesa, para que muna Durão Barroso dos instrumentos intimidatórios necessários a empurrar a ratificação do Tratado de Lisboa. A bem ou a mal. O veto de gaveta é, antes de mais para quem o faz, uma vergonha, porque é um gesto anti-democrático.

Seria bom que aos promotores do Tratado se juntassem as vozes que dos "guardiões da democracia", surpreendentemente adormecidos por esta altura. Afinal, parece que quase todos os opositores do Tratado, à direita e à esquerda, alinham por este jogo sujo.

Assim vai a Europa.

sábado, 10 de outubro de 2009

Alguém me explique que eu ainda não percebi...


Por que é que o Obama acabou de ganhar o Nobel da Paz? Foi pelo seu trabalho feito ou pelo que se pensa que ainda irá fazer? É que agora fiquei na dúvida...
E se pensarmos que o prazo para as nomeações terminou apenas 12 dias após o início do mandato do Sr. Obama, a história do Nobel da Paz 2009 fica ainda mais esquisita...
E o mais engraçado é que a pessoa que acabou de ser galardoada com o Nobel da Paz recusou-se a receber esse terrível terrorista separatista que é Sua Santidade o Dalai Lama, apenas há 3 dias atrás, apenas para não incomodar a China (faz lembrar alguém, assim de repente...o nosso Zézito Sócrates, é verdade). Ironia das ironias, esta atitude contrasta em absoluto com a do próprio congresso americano, com a de Angela Merkel, com a de Nicolas Sarkozy e com a de George W. Bush (sim, o Bush!).
Esta obamamania começa a ser doença... O próximo que se segue deve ser o Óscar...no mínimo.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Velhas lutas

António era um rapaz moreno de cabelo preto, alto e bonito, detentor de uma particularidade que chamava para si a atenção das raparigas: os seus penetrantes olhos verdes. Este de quem vos falo era um rapaz especial. António nascera órfão e do nada trilhou o seu caminho até ao reconhecimento de toda a sociedade portuguesa.

Estudou em escolas públicas, apoiado por bolsas e benfeitores. Licenciou-se e doutorou-se em Física, tornando-se num dos mais conhecidos cientistas portugueses de sempre. Provou Einstein errado, casou com uma mulher linda e teve cinco filhos – a sua própria ínclita geração – Pedro, Sofia, André, Rita e Luís os seus nomes. Era uma estrela no firmamento, um comunicador nato de um prestígio intocável. Pediram-lhe que se envolvesse na política, que salvasse o país, mas ele não aceitou. Sabia dentro de si que o bem que podia fazer pela humanidade era maior do que aquele que podia fazer pelos seus concidadãos.

Dos filhos, Luís era o mais velho e mais brilhante. Estudara medicina e, influenciado pelo pai e pela sua timidez em lidar com pessoas, decidiu-se pela investigação. Participou na equipa que descobriu a cura para a sida e fez importantes descobertas ao nível genético para explicar doenças como o Cancro ou Parkinson. Não foi mais brilhante do que o pai, mas foi mais reconhecido, e assim se explica que tenha sido a primeira pessoa da família a receber um prémio Nobel.

Rita era a empresária da casa. Herdeira do pai na sua figura esbelta e atraente, assim como nas capacidades de comunicação, servindo-se disso para fazer carreira no mundo dos negócios. Convenceu o pai e o irmão a trabalharem em equipa e a convenceu os amigos destes a juntarem-se-lhes. Começou a criar aquilo que seria mais tarde conhecido como uma das maiores fortunas do nosso país. A imprensa preferia normalmente focar-se em outros membros, mas era Rita a alma do sucesso, dominando por completo os jogos de bastidores e protegendo a família de tudo aquilo que contra ela veio.

Pedro era o mais novo, o pateta alegre e mimado. Nasceu já sem preocupações de qualquer ordem, e por isso tratou de as arranjar ele. Concentrou-se naquilo que faltava ao resto da família, diversão e responsabilidade social. Era ele o cimento da casa, o factor que ligava a família e a impedia de desmoronar nas suas normais querelas internas, que os fazia sorrir mesmo nos momentos mais difíceis, que fazia o resto dos irmãos – com excepção do mais velho – ver para além do seu próprio umbigo e preocupar-se com os problemas dos pobres e do país.

Sofia e André eram gémeos, com uma cumplicidade sem igual. Luís costumava contar sobre uma vez em que os levara a uma festa de faculdade, tinha ele vinte e quatro anos e eles dezoito, e em que Sofia tinha convencido a miúda mais gira do seu ano de medicina de que Ricardo, um puto sete anos mais novo, era um romântico inveterado e um partido sem igual. Alguém tão meloso que enjoava. A rapariga fascinou-se, não acreditou, começou a falar com ele e o André tratou do resto. Em troca do trabalho de “wing-man”, André mimava a irmã e protegia-a de tudo, tendo inclusivamente espancado um ex-namorado desta que a traíra sem que ela alguma vez o descobrisse. O seu companheirismo levou-os a trabalhar para a família e era seu o exemplo que ilustrava o lema da empresa – um por todos, todos por um. Fazer um esforço colectivo para proporcionar o bem de um terceiro, estranho ou conhecido, amigo ou inimigo, cliente, mendigo, ou qualquer outra coisa.

Sei que vocês nunca conheceram o António. Nem os seus filhos, que nunca nasceram. Mas ele poderia estar por aí, algures, não fosse ter ficado pelo caminho. António foi um dos 22 875 abortos feitos em Portugal desde 2007 até Fevereiro de 2009.

Nunca teve a oportunidade de respirar, de crescer, de sorrir, de amar, de perder, de chorar. Os seus filhos nunca nascerão para tornar Portugal num sítio melhor para todos. A sua mulher nunca o conhecerá.

Não é acerca do que cada um de nós ganha. É sobre o que todos perdem.

Publicado também aqui.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Esta Elisa Ferreira tem uma piada!


Ultimamente, por mais que o próprio até o desminta, a candidata do PS à câmara do Porto tem apregoado aos 7 ventos que Rui Rio só estará a 100% no Porto até Maio, altura em que a nossa Elisita prevê que este se irá candidatar à presidência do PSD. Ainda na segunda-feira Rui Rio desmentiu esta teoria da Elisita e já hoje ela se apressou a voltar a mandá-la para o ar.
Caríssima, quem ainda há 3 meses concorreu para um cargo e está agora a concorrer para outro é a senhora(?), não é o Dr. Rui Rio. Não vamos esquecer, nem misturar as coisas! E mesmo que queira concorrer à presidência do PSD (relembro que o próprio já o negou mais do que uma vez) não vejo mal nenhum nisso. Que eu saiba ninguém é exclusivamente presidente de um partido a tempo inteiro. Normalmente ou se é autarca, ou deputado ou até primeiro-ministro como o seu Zézito. Já ser deputado europeu e presidente de câmara ao mesmo tempo, como no seu caso, é mesmo impossível. Por isso a ver se não se misturam as coisas e se a senhora(?) começa a ser séria de vez que já é altura. A sua insistência nesta ideia faz-me lembrar uma frase não muito bonita: “nenhuma menina da noite (costuma-se utilizar outra palavra para bom entendedor) gosta de o ser sozinha”. É a única explicação que encontro para que continue a bater na mesma tecla.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Parabéns


5 de Outubro de 2009: Portugal "faz" 866 anos. Pelo país fora comemora-se o 99º aniversário do regime e esquece-se o país. Ao olhar para a falta de "republicanos de bom-humor" deste país volto a concordar com o Rodrigo Moita de Deus; mais do que uma cultura republicana, existe mesmo uma grande cultura anti-monárquica em Portugal. E o Agitador também tem razão quando diz que há uma grande falta de cultura democrática. Não se poder, sequer, referendar o regime é uma dessas evidências. É proibido pela Constituição.

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

TGV - sinopse

Para breve prometo uma discussão técnica e aprofundada da TGV e um regresso à política real - a única que realmente interessa, verdadeiramente.

Prognósticos

Bem, quem prognostica, depois tem de prestar contas.

Acho que acertei em tudo, excepto na grande surpresa, o voto, a meu ver, de algum pavor, que 3/4% dos potenciais eleitores do PSD deram no CDS e um número mais curto (+-2%) deu no PS, se considerarmos razoavelmente credíveis as sondagens de quase toda a pré-campanha e os resultados das europeias.

Parabéns a Paulo Portas sobretudo e morte aos media e à maquilhagem política, valores que saem vencedores deste ciclo. É uma fatalidade, não chega a um político, simpatia pelas suas ideias e pelo seu carácter, é preciso agradar aos sectores de "apoio fulcral" (media e outros) e não apenas aos barões dos seu partido, sob pena de se parecer sempre sozinho, frágil e incapaz de erguer uma estrutura governativa ao seu nível e de arriscar um voto de pavor (consciente para os instruídos, inconsciente para os outros) no dia decisivo que transforme uma possível virória numa clara derrota, tout vite.

Dada a idade e as inimizades de MFL, foi mesmo uma restrição natural. Mas parabéns (que já lhe foram dados por mim pessoalmente, porque me cruzei uma vez com ela) por ter feito uma campanha sem tudo isso e por ter mostrado quão frágil é o eleitorado português e como, face a isto, se tem de ganhar eleições.

Desengane-se no entanto quem pensar que sem o carácter e as ideias que ela tinha e com aquilo que ela não tinha se faz do PSD ou de qualquer partido alguma coisa de jeito. Recado para PPC's e amigos: o que sai daí é do governo de Durão Barroso e do de Guterres para muito pior.

Com a idade e as inimizades

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Sobre a declaração do PR

A política neste país mete-me nojo. Não é de agora. Mas mete-me nojo.
Ou é o que ele disse e tem de o dizer antes das eleições, ou não é nada daquilo. De qualquer modo, é estar agarrado ao lugar que sempre procurou e quis.
Nojo. Nojo porque a preocupação em ser-se presidente da república não pode estar acima dos interesses do país e dos seus cidadãos.

domingo, 27 de setembro de 2009

Estamos a afogar as mágoas

Deixámos de falar de politica e começámos a falar de economia.

Já decidimos

Vamos para a Madeira.

Somos ressabiados...

Estamos a discutir se o PSD tinha alguém capaz de ganhar isto...

Eleições

O Sensitivo em peso em casa do Australopithecus a especular para onde iremos emigrar nos próximos 4 anos.

Prognósticos

Começo com um prognóstico insusceptível de confirmação: estou certo de que algumas das sondagens realizadas estão grosseiramente erradas, sendo inexplicável que numa semana de campanha esgotada e pouco repercutida nos media se tenha assistido a tendências tão claras e estruturais como a forte descida da CDU no Alentejo e a subida sustentada do CDS a norte, que todas as sondagens (na sua pequena amostra!) procuraram retratar, e até em alguns casos, a transferência de votos, geograficamente generalizada, entre o PS e o PSD, que outras sondagens haviam defendido não conterem um número significativo de indecisos entre si.

Não arrisco mais neste prognóstico, mas acredito pouco, devido a exemplos passados (Autárquicas 2001 e 2005, Europeias 2009) em sondagens que dão subidas explosivas ao PS em vésperas do acto eleitoral. Curioso o facto de a empresa que mais procurou investir (existem custos, recordemos) em sondagens credíveis, com "n sufficiently large", a Eurosondagem, nada ter publicado na última semana e nunca ter atribuído uma probabilidade estatística de vitória inferior a 30% ao PSD.

(Faço um aparte ainda acerca da EuroSondagem. Num painel de discurssão na RTP2, o seu resposnsável máximo reconhecia há dias a enorme dificuldade que para si representava um custoso controlo interno dos funcionários da empresa, dadas as constantes pressões dos partidos. Pena ter faltado o Prime Time.)

Um outro prognóstico insusceptível de erro é que uma vitória do PSD provocará uma "sangria" imediata em alguns dos media cujos principais players só podem estar totalmente proscritos após a cobertura mediática enviesada a que temos assistido da campanha. Curisosas as diferenças entre a televisão e a rádio públicas, sendo que na primeira se situará provavelmente o inimigo nº1 do anti-poder (não sei se a questão é partidária), de que até os principais jornalistas da "televisão do poder" (nacional, local, económico...) se insistem em demarcar. Curiosa a antítese, não menos enviesada, que tem feito a TVI.

Mas, enfim, chega a altura de prognósticos mais arriscados. Não creio que a CDU bata os 7% como vem sendo apontado, aproximando-se do único resultado dessa ordem que já teve, o pior de sempre, em 2002. Não foi a mesma CDU que conquistou 10,7% dos votos nas Europeias, o que corresponde a... mais de 5% dos votos nas eleições hoje, com metade dos habituais eleitores em casa? E que venceu nos três distritos do Alentejo, com resultados regionais que hoje lhe poderiam dar um crescimento da sua bancada parlamentar? Ainda para mais, estes contam-se entre os distritos menos abstencionistas em eleições europeias.

E o Bloco? Não acredito, embora me satisfizesse bastante, que atinja os 18% e tenha um "efeito PRD" sobre a votação do PS. Poderá ter dois dígitos? Está talvez um pouco dependente dos valores finais da abstenção, da neblina que se faz sentir em muitas regiões do país e do "momento da verdade" que os eleitores ideologicamente mais à esquerda e que alguns descontentes viverão perante o boletim de voto.

A ver se o voto útil conseguido nas sondagens também aqui funciona. É possível que os estudos aqui estivessem correctos, dado o conteúdo dos debates e da campanha. Mas as intenções de voto útil nunca ganharam eleições. Parece, de todo o modo, o maior candidato ao 3º lugar do pódio, dado o perfil mais abstencionista do seu eleitorado nas eleições de Maio, que mitigará a sua descida dos 10,7% de partida.

Por fim, o centro-esquerda-direita. Como preferirem chamar-lhe. Tudo aquilo que está para lá da cortina pseudo-central do PS. Aqui o problema do "momento da verdade" é ainda mais premente. O CDS pode descer. Não quer dizer que desça. Mas pode. Desta vez as sondagens trouxeram-lhe "pressão alta".

E em 2005, certo que com o desgaste do Governo, não atingiu nem de perto os 12% que alguns davam como naturais (depois de uma óptima campanha) e quedou-se pelos 7,2. Muita gente hesitará antes de tocar a tal "música celestial" para os ouvidos de Sócrates. Tudo aquilo que Paulo Portas nunca quis interpretar, mas que os números fazem ecoar entre a plateia das outras forças políticas. Poderá resistir? Claro. O apelo ao voto útil foi silenciado pelos media e há alguma frustração entre o eleitorado português à direita, acumulada ao longo de décadas. Mas que os indecisos estão sobretudo aqui, estão. Recorde-se que a base de partida ronda os 8,5% e, que, assim sendo e com menos abstenção, a tendência é de descida, mesmo que ligeira.

O PSD é sem dúvida o partido mais imprevisível quanto ao seu resultado. Custa-me um pouco crer na tendência descida apontada face à base eleitoral de 31,7% dos votantes nas Europeias. Acredito mais numa subida ligeira, até por comparação aos 28,7% que alcançou Santana Lopes em 2005, de resto excedendo o "target" que lhe era então atribuído. Poderá beneficiar do voto útil vindo da direita e, quem sabe, de outros lugares.

Quanto ao proto-vencedor das eleições, recorde-se que parte com uma base de 13/14% dos votantes, correspondente aos 26,7% que teve nas Europeias. Tendo em conta que há 50% do eleitorado em disputa, mesmo que com ligeiras transferências de voto do BE (a confirmar), é fácil fazer as contas e descobrir um tecto por volta dos 37/38%. Será suficiente para a anunciada vitória. Depende do comportamento dos indecisos silenciosos e remotos (pouco estudados e pouco estudáveis, respondem pouco aos estudos, nunca foram filtrados e são muito poucos numa amostra de n menor que 1000 ) que, tendo-se abstido em Maio, vão optar entre dar uma vitória tagencial ao PS (por hipótese entre os 34 e os 38%) ou uma ainda mais tagencial ao PSD (que ninguém parece acreditar que descole dos 35%, na melhor das hipóteses).

Gostava por fim que o MEP elegesse um deputado, em condições normais. É possível e até pode roubar um deputado ao PS em Lisboa, mas há mais uma vez, o perigo de dispersar o voto ao centro e à direita e tocar mais uma melodia agradável ao ouvidos de Sócrates. Deveria o pragmatismo, revelado muitas vezes pela esquerda divergente, ter levado à formação de uma AD? Nunca o saberemos, a verdade (!) é que há muito de construído no resultado que o PSD de Ferreira Leite possa ter e que, sem este percurso, se poderia facilmente situar bem abaixo dos 30%. Mas as probabilidades de vitória nem seriam inferiores às do PSD; fariam isso sim, morrer a prazo os tradicionais partidos da direita.

Dito tudo isto, que as sondagens de "painel" fiáveis que os partidos encomendam e as outras, telefónicas ou presenciais, aleatórias mas nada críveis, que são publicadas sejam rebatidas pela única sondagem que interessa. E que quem quer que ganhe cumpra o seu programa que aqui está a ser sufragado. Sem receio de censuras. Afinal quem é censurado, se for inteligente, tem tudo para conseguir maiorias, como outrora o fez Cavaco Silva.

Assim vistas as coisas, talvez estas eleições sejam mesmo muito importantes. Que ninguém fique em casa!

sábado, 26 de setembro de 2009

EU VOTO E TU? FICAS EM CASA?


Porque mais do que um direito, é um dever! O Sensitivo aconselha: reflecte hoje e VOTA amanhã! (de preferência conscientemente, se não for pedir muito)

Amanhã primeiro jantar d'O Sensitivo para membros e amigos.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

O que aconteceria? Haja coragem!


E se todos os que se identificam mais com o CDS mas votam PSD por causa do “voto útil”, votassem por um dia em quem realmente acreditam? Por uma vez? O que aconteceria? E se houvesse coragem para, no momento do voto, mudar? O que aconteceria? E se afinal o verdadeiro voto útil fosse no CDS e andássemos todos agarrados a uma ideia com 35 anos que pode estar desactualizada? E se afinal o maior partido do centro-direita fosse o CDS e não o PSD? O que aconteceria? E mesmo que não fosse, mas aumentasse a representatividade no Parlamento Nacional? O que aconteceria? Quantos portugueses passariam a estar melhor representados?

É que eu conheço uma quantidade bastante considerável de pessoas nesta situação. Até posso admitir que terei, eventualmente, um grupo de amigos algo enviesado para a direita, mas mesmo assim estava aqui a pensar…haverão muitos mais pelo país fora? O que aconteceria? Haja coragem de votar em quem realmente se acredita! Haja coragem de votarmos nas nossas ideias e não nas dos outros! Pensem…o que aconteceria?

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Festa:

Festa a bordo do S. Jorge



Vem festejar de forma diferente a noite de 4 para 5 de Outubro de 1910, a bordo do cacilheiro de festas S. Jorge, onde centenas de pessoas se vão divertir pela noite fora ao som das músicas mais emblemáticas das últimas décadas.

O embarque será às 22h do dia 4 no Cais Fluvial de Belém, prolongando-se a festa até as 4h do dia 5.

Haverá diversas paragens no mesmo cais entre as 22h e as 4h, sendo que às 00h30m haverá um embarque no Cais do Terreiro do Paço.

A Festa Azul e Branca promete ser um verdadeiro sucesso.

Cada pulseira custa 20€ e dá direito a 2 bebidas brancas e cocktail de boas vindas.

Dress code: Casual chic

Reserva já o teu lugar na festa do ano.

Pulseiras à venda pelos telefones: 916869146 ou 213428115.

Para mais informações não hesites em contactar os ConjuradosXXI

www.conjuradosxxi.blogspot.com

domingo, 20 de setembro de 2009

Há mais tons para além dos avermelhados e alaranjados


Pois é. Parece mentira, eu sei! Vivemos num país cada vez mais enviesado à esquerda. Nas últimas eleições europeias a nossa extrema-esquerda teve das votações mais expressivas na Europa (enquanto, lá por fora, o peso destes partidos no Parlamento Europeu diminuiu). Temos tanta sorte ou azar, que o maior partido do centro-direita português está à esquerda do seu partido europeu (palavras do próprio Paulo Rangel). E queremos mudar? Aparentemente e para algumas pessoas, não! A solução é continuar tudo na mesma!

Ontem o Prof. Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que votar no CDS é “música celestial” e que “quem estiver farto (leia-se de Sócrates) tem que votar massivamente no PSD”. Meu caro, lamento imenso mas tenho que discordar destas suas afirmações. E, felizmente, não sou o único, caso contrário as sondagens andariam a dar valores na casa dos 60%-70% ao PSD, já que essa é, sensivelmente, a percentagem de votantes que não deverá escolher o PS.

Não compreendo. Todos afirmam que a nossa democracia é cada vez mais uma anedota. Que há “asfixia democrática”. Que não há regeneração da classe política. E a solução para o Professor (bem, se fosse só para ele já não era mau) é reduzir o país ao Bloco Central. É reduzir os partidos em que se “deve” votar ao PS e ao PSD. A solução é andar à volta do socialismo e da social-democracia. Mas será que já não chega? Andamos há 35 anos à volta desta política!

E não compreendo quando ouço o Professor a dizer isto. Tal como não compreendo quando vejo o Manuel Alegre a apelar ao voto numa pessoa e numa política, da qual discordou tanto nos últimos quatro anos e meio. Por que será? Mas os motivos agora não interessam para o caso e já estou a fugir ao que o Professor disse e à tal música celestial.

Pois bem, eu não vou votar no “centrão” e também recuso-me a votar na extrema-esquerda. Restam-me o CDS e os restantes “piquenos e médios partidos”. Confesso que adorava ver um novato MMS ou um também novato MEP a conseguir eleger um deputado, por que não? Mas dentro das possibilidades, votarei naquele que melhor conheço e que apresenta um programa eleitoral que me convence ser possível fazer melhor e diferente, o CDS.

Apesar de ter dado uma olhadela pelo programa eleitoral deste partido, sei que ninguém (eu incluído) anda mesmo a ler todos os programas eleitorais dos diferentes partidos. As pessoas votam pelo que os diferentes líderes defendem nas entrevistas e nos debates. Afinal é para os conhecermos e às suas ideias que existem esses mesmos debates e entrevistas. E no debate Manuela-Paulo, quem melhor convenceu o eleitorado de direita foi o líder do CDS.

“O CDS é claro onde o PSD é ambíguo, o CDS é diferente onde o PSD é parecido com o PS”. Paulo Portas proferiu esta frase logo no início do confronto e foi isto que se verificou ao longo do mesmo. A Manuela sabe muito bem o que não quer para o país. O Paulo Portas vai mais além disso. Ele pensou o país. Mesmo quem não concorde com as suas ideias, ao ouvi-lo reconhece que ele pensou a economia, as finanças, a educação, a saúde, a segurança ou a agricultura. Sabe o que não quer, mas também o que quer fazer e como o fazer. Onde é necessário aplicar dinheiro e onde se vai buscar esse mesmo dinheiro, sem endividar mais o país. E consegue explicar-nos isso. A Manuela Ferreira Leite não (vá, quanto muito “mal e porcamente”). Há um trabalho de casa feito pelo líder do CDS que nunca sequer deve ter passado pela cabeça da Manuela fazer. Ela só nos diz para não dispersarmos os votos e assim se cria no PSD a ideia de que quem está farto do Pinto de Sousa tem que votar naquele partido só porque sim. Porque o PSD é que é a alternativa (de sempre e para sempre talvez).

Professor Marcelo e Dra. Manuela, por mais que vos possa custar, quem vai votar CDS quer mesmo votar CDS! Se querem que eu (e os portugueses em geral) vote no PSD, façam por isso. Não andem é a dizer ao eleitorado do CDS que o seu voto não é útil, que é música celestial e que só se pode votar PSD. Dêem-me uma verdadeira mudança de pessoas e políticas e talvez já considere útil votar PSD. Não me dêem é um António Preto, um Pacheco Pereira ou mesmo um João de Deus Pinheiro que anda a bradar aos céus o bloco central, para continuarmos a levar com a trupe socialista em cima. Não podem querer que eu, assim, vote PSD nem que vote no PSD só porque sim, só porque este é que é o partido “do poder” e porque não há mais alternativas. Não posso aceitar isso e não posso aceitar que daqui a 100 anos se continue a discutir entre PS e PSD.

O meu voto é consciente e o meu voto útil é no CDS. Como dizia há uns tempos o Henrique Burnay para o 31 da Armada: é o voto mais seguro contra maiorias absolutas, blocos centrais e esquerdas modernaças”.

O aeroporto, as estradas, a ponte, o tgv

É daquilo que oiço falar quando falo de política na margem sul. É aquilo que preocupa as pessoas do "deserto", que sempre conheci como votando à direita e que se preparam para votar PS. "Porque com a Manela isso não avança, e nós precisamos que isso avance".

Aqui há uns dias alguém me dizia que não percebia como é que o TGV e o aeroporto ganhavam eleições... É simples: Cada empresário e empregado das áreas da construção, móveis e imobiliário que eu conheço prepara-se para votar PS.

É mesmo muito simples. E o país não há-de ir à falência "porque estamos na União Europeia".

Perguntem-me depois porque é que quero ir para fora...

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Don't Get Me Wrong

Mas li por aí que isto tinha de ser ouvido. Ou ouvi por aí que isto tinha de ser lido. Qualquer coisa do género...

http://jamais.blogs.sapo.pt/212335.html

terça-feira, 15 de setembro de 2009

ROYALTY IS THE BEST POLICY

A designer Lidjia Kolovrat inaugurou a semana passada, dia 9 de Setembro, a exposição – “Royalty is the Best Policy”, uma mostra que pretende questionar a relação actual dos portugueses com a liderança.

Será que os portugueses sentem falta da realeza?

“Há uma necessidade intrínseca de a ter presente. A sua herança perdura numa nostalgia que reflecte os valores nobres de tempos passados.” Lidjia Kolovrat

Em exibição até ao final deste mês no Museu do Design e da Moda (MUDE).

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Esmiuçar sufrágios

O Sócrates corre o risco de perder popularidade por ser demasiado sério. Se ele gozasse com isto, conseguia passar incólume pelo programa, assim, a falar a sério e a jogar à defesa, não sei...

O meu melhor amigo é o Zapatero. E o seu?
Ficamos igualmente a saber que a culpa de termos o Sócrates é do Berlusconi. E eu que até gostava do homem...

sábado, 12 de setembro de 2009

Debates

Estou de volta. Pessoal dos institutos: é agora que as sondagens começam a reflectir a minha influência e o Sócrates começa a perder as eleições. Não terá nada a ver com os bons desempenhos de Manuela e Paulo naquelas coisas diárias da televisão, não terá nada a ver com a demagogia da esquerda nem com o caso Manuela Guedes. Não vale a pena argumentarem que se anda mesmo a discutir os programas e que o CDS se deu ao trabalho de explicar mesmo onde é que vai buscar o dinheiro para uma ou outra medida mais populista.
Acreditar que isto influencia a população portuguesa é acreditar que temos juízo. Não são explicações plausíveis. Isto é simples: ou a direita ganha ou a direita perde estas eleições. Se a direita perde é porque é altamente incompetente. Se a direita ganha está a cumprir serviços mínimos.
Quanto a mim, o meu voto está decidido. Quero um governo que não conviva bem com o presidente da república e que pense naqueles em que ninguém pensa há muito, muito tempo. Naqueles que querem trabalhar e que querem condições de segurança, saúde e educação dos seus pares, para isso.
É à iniciativa privada que cabe o crescimento económico do país, não há nada que o governo possa fazer para a promover, só para a facilitar. Mas é à população deste país que cabe pensar nele, pensar em quem o deve governar, pensar o que é preciso alterar. Não basta estudar economia e gestão, chegar ao fim do curso e ir trabalhar. É preciso defender aquilo em que se acredita, tentar convencer indecisos e desinteressados. É preciso acreditar neste país.

E eu, ingénuo, crédulo, parvo, acredito. No futuro estão autorizados a humilhar-me por isso. É hábito. Entretanto voto PP. Quem quiser ser crédulo, ingénuo e parvo comigo é bem vindo.

Isto é o Backstage da Política Nacional...seu maroto!



Simplesmete delicioso!

domingo, 6 de setembro de 2009

Avante!


Eu bem tentei não ir ao avante mas o avante tinha que vir a mim. Estou neste momento a ouvir atentamente o discurso do Jerónimo de Sousa. Ainda ontem estava tão mansinho em frente ao Pinto de Sousa e agora ninguém o cala! Avante camarada! (medo)

De notar a pequena confusão que vai na cabeça do Jerónimo. Ele tanto fala em pcp como em cdu. Também não o censuro. Ao fim deste tempo todo ainda não percebi por que é que o pcp gosta de ir a eleições com "os verdes" atrás, como se de um apêndice se tratasse. Quanto do eleitorado da cdu será, de facto, "dos verdes"? Em relação ao discurso, estava a falar de "políticas de direita"...quem adivinha a solução do Jerónimo para resolver a crise?

p.s.(salvo seja): Agradeço ao Manuel e à Joana o telefonema e, há que referir, a excelente qualidade de som do discurso. A musiquinha no fim foi a cereja em cima do bolo!

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Coisas que os Portugueses deviam ver e ouvir

Não consegui encontrar o vídeo com a entrevista que o Prof. Medina Carreira deu ontem ao Mário Crespo na SIC Notícias, mas fica aqui a entrevista dada ao José Gomes Ferreira a meio de Agosto.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Nem mais


"O maior disparate é deduzir da crise a necessidade de mudar o sistema. Equivale a recomendar às vítimas de um desastre automóvel que andem de burro." João César das Neves.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Sem Palavras

Os anseios de Carolina Patrocínio, mandatária para a juventude pelo Partido Socialista.

Insólitos


No regresso a Portugal e no catch-up com o que aconteceu na semana em que estive fora, deparo-me com um evento que, dados acontecimentos recentes, tem fundamentos curiosos, senão paradoxais: Sócrates: insulto degrada democracia e é arma dos fracos. Curioso porquê? Qualquer cibernauta que se encontre minimamente atento ao que se vai passando na blogosfera terá, certamente, tido conhecimento do Caso Galamba (poderia, jocosamente, atribuir outro nome a este incidente, mas não o farei por óbvias questões de boa educação). Por mais baixa que esteja a ser a contínua troca de galhardetes entre as vozes não-oficiais do regime (SIMplex) e do contra-regime (Jamais) na blogosfera, pouco de novo estarei a dizer ao reiterar as vozes de censura ao comentário pouco educado de João Galamba. No entanto, torna-se insólita a defesa do Engº Pinto de Sousa contra os supostos insultos do Presidente da Região Autónoma da Madeira, quando conta com tais elementos por entre as suas fileiras. Mas este não é o único insólito. Outros destaques:

- As "pazes" que o Governo tenta fazer com os professores. Aparentemente, a um mês das eleições, desfaz-se tudo o que foi feito em 4 anos de legislatura. É o cheirinho a votos, vá lá. E a garantia derradeira (mesmo depois da oficial) de que não teremos de suportar a socióloga do ISCTE caso o PS forme Governo.
- O desespero de Sócrates, com a sua quase certa incapacidade em angariar uma maioria absoluta. Depois de ter antagonizado todo o espectro político com representação parlamentar, começa a vir ao de cima a faceta de um homem (?) que só sabe governar sozinho, e que terá um caminho duro pela frente caso vença as eleições com maioria relativa (que é, sejamos francos, o cenário mais provável).


And now for something completely different, um pequeno comentário ao caso da bandeira sobre o qual ainda não me pronunciei. Encontro-me junto daqueles que não sendo monárquicos (muito longe disso), acharam hilariante a atitude do 31 da Armada. Por muito que o alvo único e directo (não acredito nisto, fique patente) tivesse sido o centenário da república, não restam dúvidas de que muito fizeram os responsáveis pela causa da oposição na guerra pela câmara de Lisboa - a ineficiência, latência e desinteresse que levaram a que a bandeira se mantivesse hasteada até depois da hora de almoço; a falta de segurança e vigilância na baixa lisboeta que permitiram a 4 homens transportar um escadote desde a Avenida de Liberdade até à Praça do Município, e estendê-lo contra a sede da Câmara; a falta de comunicação e coordenação entre a presidência e a vice-presidência; tudo o mais que, tristemente, tornou este episódio numa autêntica humilhação para os órgãos municipais da capital portuguesa.
O acontecimento teve um impacto mediático maior do que se esperava - ainda bem. Prova disso é que, passadas semanas, ainda se escreve sobre o assunto, como atesta o artigo parcialmente transcrito no post anterior. Em relação a esse mesmo artigo, permitam-me discordar de um pequeno (?) ponto: Portugal não tem cultura anti-monárquica, não tem cultura republicana - tem, acima de tudo, uma falta gritante de cultura democrática. Depois de uma ditadura anárquica de 1910 a 1926, ditadura militar de 1926 a 1933, ditadura constitucional de 1933 a 1974 e ditadura provisória de 1974 a 1975, ainda hoje vivemos numa ditadura de costumes. Com uma classe política totalmente distanciada da sociedade civil - sociedade essa que é totalmente desinteressada e alheada da governação do país. Nos Estados Unidos da América, país notável pelo melhor e pelo pior, o acesso ao Capitólio, aos corredores por onde passam Senadores e Congressistas é totalmente livre a qualquer cidadão norte-americano. O Capitólio é um edifício do Estado, do povo americano, e este encontra-se em pleno direito de acesso não apenas à estrutura, mas a quem a frequenta. Em Portugal, continuam corredores fechados, candidatos em listas de distritos pelos quais provavelmente passaram apenas em campanha, mobilidade gritante entre cargos públicos e em grandes grupos empresariais - enfim, uma promiscuidade assustadora entre os três grandes poderes assim como foram listados por Montesquieu, mas tudo isto sem a plebe à mistura, obviamente, quais infra-humanos quais quê, só comem merda (ai que já estou a entrar no contraditório, tinha começado tão bem a censurar o Galamba), porque é que hão de se vir intrometer naquilo, naquela arte em que são mestres os nossos governantes?

sábado, 22 de agosto de 2009

Ainda o rescaldo das recentes trocas de bandeiras


"Em Portugal não há republicanismo. Nem sistema republicano. Nem doutrina republicana. O que existe é uma longa tradição anti-monárquica. A vantagem de um sistema republicano, dizem eles, é evitar as desvantagens de um sistema monárquico.
E por isso mesmo não se consegue discutir a questão do regime. Os argumentos não giram em torno da bondade das propostas. Os argumentos giram em torno dos palácios dos marqueses das herdades dos duques e das fortunas dos condes. Discutimos a vida dos outros, os seus privilégios e a sua vida. A sua qualidade de vida.
Cento e sessenta anos depois da publicação do manifesto comunista discutimos a questão monárquica como se fosse o derradeiro episódio da eterna luta de classes. Discutimos sempre a aristocracia. Luta de classes. À antiga marxista. O que não deixa de ser irónico.
Cem anos depois, os únicos que têm palácios, herdades e fortunas são os Comendadores da República. E aqueles que mais brincam com os anéis de brasão herdam orgulhosamente medalhinhas republicanas. Mais recentemente até se instituiu o hábito de herdar círculos eleitorais."

Rodrigo Moita de Deus para o i. Artigo completo aqui.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Barrosices: parte II

Mais que diferenças ideológicas, de sensibilidade, cultura ou pensamento, as hesitações em torno da reeleição de Durão Barroso para um segundo mandato na presidência da CE revelam uma gritante falta de cultura democrática da parte de algumas famílias políticas do PE.
Depois de revelado o apoio do Conselho à reeleição, a vitória clara do PPE nas eleições de Junho não pode senão ser interpretada como um voto de confiança na liderança da CE - ou não tenha sido o partido do Presidente (e o que o apoia) o mais votado.
Torna-se assim impossível compreender que, na impossibilidade (política, não matemática) da constituição de uma maioria parlamentar que excluísse o PPE, se possam colocar objecções à formação do novo executivo. É dever dos partidos respeitar o resultado eleitoral, viabilizando a eleição do candidato do partido mais votado (o único conhecido à partida, devido às idiossincrasias do sistema europeu). Terá certamente o novo executivo de se viabilizar conquistando apoios a pulso, negociando caso a caso cada política.
Porém, o voto de confiança inicial é incontornável de acordo com a boa prática, não devendo ser submetido a cedências programáticas - que seriam próprias de uma coligação (ou de um acordo de incidência parlamentar permanente). Se do partido liberal já o esperaríamos, ainda mais (se aqueles forem colocados no grupo dos radicais/extremistas/oposicionistas se o aguardaria do PSE, partido que se exige responsável.
Uma última nota de elogio à posição veiculada durante a campanha por Vital Moreira, então criticada. Por todos estes motivos ela se justifica; espera-se assim, de acordo com o bom senso democrático, a reeleição do Presidente já no próximo dia 15 de Setembro, antes do desgastante referendo irlandês.

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No melhor e no pior, Vital Moreira incorreu, na sequência da sua entrevista ao jornal "Público", em declarações no limiar do ridículo, ao sugerir publicamente que, a existir, a predisposição para promover coligações deve ser sábia e precavidamente ocultada. Numa altura em que tanto se fala de verdade em política, dá que pensar.

Watergate à portuguesa

Pela primeira vez desde que há memória na democracia portuguesa, membros da Casa Civil da Presidência (neste caso acessores de Cavaco Silva) especulam, a título oficial e, diga-se a propósito, fundadamente, sobre um controlo ilegítimo, quiçá uma escuta telefónica, da parte de S.Bento, sem que haja qualquer demarcação do presidente.
O caso é democraticamente grave, tanto mais que as eleições estão à porta e as queixas são motivadas por críticas políticas do partido do governo (também sem demarcação pela liderança), as quais fazem uso político de matéria aparentemente da esfera privada dos visados, aliás nem sequer identificados, lançando uma suspeição inaceitável sobre toda a Casa Civil.
Porque não terá este caso consequências concordantes com as suas indisfarçáveis semelhanças com o célebre Watergate? É certo que não há qualquer prova da obtenção ilícita de informação, da clássica espionagem. No entanto, por um raciocínio semelhante ao evocado pelo enriquecimento ilícito, é de supor que as informações confidenciais sobre os encontros e os diálogos dos membros da Casa Civil teve proveniência distinta da da geração espontânea. Pouco importa se a espionagem é de índole técnica ou o resultado de uma "infiltração" política, para efeitos de moral política.
Importa sim questionar: a quem incumbe, num caso destes, o ónus da prova?

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

30,1%

Preparem-se para que este número abra os telejornais logo à noite. Saído de fresco dos dados de emprego do INE - variação homóloga para Julho dos inscritos em centros de emprego. Só me ocorre uma coisa:

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Por umas horas a bandeira voltou a ser azul e branca!



Hoje os Paços do Concelho da capital acordaram com a bandeira monárquica hasteada. Esta pequena provocação à nossa "querida" república (das bananas?) foi levada a cabo pelo 31 da Armada. Quem quiser pode visionar essa arriscada e infame operação aqui. Só é pena a bandeira já ter sido retirada...hoje e há 99 anos.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

"Renovação de velharias"


Nas últimas eleições para a presidência do PSD, Manuela Ferreira Leite, Pedro Passos Coelho e Pedro Santana Lopes obtiveram, sensivelmente, um terço dos votos cada. Defendendo uma verdadeira mudança para Portugal e, como tal, para este partido, não escondi que torcia por Pedro Passos Coelho. Gostava que o Futuro do país não estivesse numa cara com quase 70 anos e que a escolha de Setembro não fosse entre quem lá está e quem já lá esteve - é certo que Manuela Ferreira Leite nunca foi nº 1. (De notar que, exceptuando os meses de governo Santana, nos últimos 18 anos Manuela Ferreira Leite e José Sócrates estiveram presentes nos diferentes governos nacionais, facto que não se irá alterar com esta eleição.)

Ao fim de mais de um ano, Manuela Ferreira Leite não é ainda o rosto da mudança. O PSD não descola nas sondagens e apesar de terem ficado contentíssimos com a vitória nas Europeias, esqueceram-se, ou quiseram esquecer, que esta se deveu ao péssimo resultado do PS e não ao estrondoso resultado do PSD. O PSD até pode vir a ganhar em Setembro mas, até agora, nada prevê que mesmo que o consiga, seja por uma grande margem. Tal facto ganha maior relevância tendo em conta o desgaste de quatro anos e meio deste governo e as peripécias de Sócrates e companhia limitada.

Por amor de Deus! Alguém diga aos "barões" do PSD que o governo do país tem de ser merecido e conquistado, não podem ficar simplesmente à espera que o PS caia com o desgaste! É que assim arriscam-se a que não caia tão cedo e Portugal merecia uma verdadeira alternativa! Já o disse no passado e volto a dizer, o PSD, como maior partido da oposição, tinha obrigação de dar esperança aos portugueses num futuro melhor e diferente. Assim, cresce o afastamento, o desinteresse, a abstenção e o voto na extrema-esquerda.

Ontem, por fim, confirmou-se que Pedro Passos Coelho não estava incluído nas listas para a Assembleia Nacional. Dois terços dos votos dos militantes do PSD estão em risco de serem silenciados. A eleição para a Câmara de Lisboa é dificílima e as hipóteses não abonam muito a favor de Santana Lopes. Se perder, Santana fica “arrumado” a um canto, sem qualquer cargo político relevante. Quanto a Passos Coelho e aos seus apoiantes mais próximos (Miguel Relvas é o maior exemplo), também é notório que os querem “arrumar” a um canto, longe da vida política nacional.

É verdade que não sou o maior entusiasta de Santana mas a maneira com que a Manuela Ferreira Leite “calou” cerca de dois terços dos votos dos militantes do PSD, faz-me lembrar o Paulo Portas e a atitude exactamente oposta que este teve, ao convidar o Ribeiro e Castro (que não representa tantos militantes quanto Passo Coelho) para a lista de deputados do CDS. É que muitos dos laranjinhas tentam justificar o afastamento de Passos Coelho com a necessidade de Manuela Ferreira Leite ter um grupo parlamentar coeso. OK. Compreendo. Mas o engraçado é que Paulo Portas, que tem um grupo parlamentar muito mais pequeno, não se preocupou em convidar aquele que é o seu maior opositor interno.

Por fim a Manuela conseguiu uma lista à sua imagem. Uma (falsa) unanimidade digna do nosso "querido" Pinto de Sousa. Da prometida renovação, vieram muitos nomes do passado (Pacheco Pereira?!?). Dos valores do Instituo Sá Carneiro, também tudo metido a um canto. E é melhor nem entrar nos nomes mais polémicos. "Uma renovação de velharias" disse alguém. "Um cavaquismo sem Cavaco". Ontem os discursos críticos de Passos Coelho e Morais Sarmento no Conselho Nacional do PSD foram bastante aplaudidos. Se Manuela Ferreira Leite ganhar as legislativas, estará de parabéns com esta sua táctica, mas se perder, vai ter um partido inteiro contra si (tirando a bancada parlamentar).

Quanto a mim fico à espera da tal renovação anunciada. Fico à espera de uma verdadeira mudança. Mas, por agora, terá que ficar em stand-by.