Como disse o Agitador, comprai pipocas que o circo vai começar! Bem cedo os portugueses sentirão saudades de 2009.
Apesar do meu pessimismo, um óptimo 2010 para todos!
"Sensitivo-Psiquiatrices Agudas e Graves do Mundo Político"
De facto, não podemos dizer que não fomos avisados. O Prof. João Salgueiro é um dos que mais nos tem alertado para as "tretas" que nos têm impingido.
Este post era para ser um comentário ao post de baixo do Formiga mas já estava a ficar algo para o longo. Vamos então lá dissecar o “bicho” Marcelo e a aparente vaga de fundo.
Para começar Marcelo será (provavelmente) outro erro de casting se vier a ser líder do PSD. É melhor do que Manuela Ferreira Leite? Provavelmente sim. Vence Sócrates? Provavelmente não. O PSD ainda não percebeu que não voltará a vencer eleições enquanto for mais do mesmo. Enquanto continuar a apresentar as caras de sempre, as ideias de sempre. O PSD (ou os seus “barões”) ainda não percebeu que tem mesmo (mesmo) de mudar. Outra coisa que os “barões” do PSD ainda não perceberam é que enquanto estiverem mais empenhados em derrotar Passos Coelho a todo o custo do que em defrontar Sócrates, só ajudam o Passos Coelho e sim, quero dizer com isto que não me admirava muito se Passos Coelho derrotasse Marcelo Rebelo de Sousa em directas (a probabilidade de vitória do primeiro será tanto maior quanto mais desesperadas andarem as diferentes facções a encontrar alguém só com o único propósito de o derrotar).
Marcelo, Rangel, Ferreira Leite, Aguiar-Branco e mais uns quantos, qualquer um serve, qualquer um tem que avançar, para Passos Coelho não ganhar. É preferível que Sócrates ganhe mais uma eleição do que ter lá o Passos Coelho (para eles, para mim não). Sinceramente não percebo este medo todo pelo Passos Coelho. Ainda há uns 2 anos ninguém sabia quem ele era e, verdade seja dita, ele nem sequer teve ainda a oportunidade de mostrar o que vale, enquanto deputado, ministro ou presidente do partido (ao contrário de outros que a tiveram, só fizeram porcaria e já provaram que não são a solução para o PSD). Esta azáfama toda dos “barões” faz-me lembrar a que tiveram contra o Santana Lopes. Mas essa até a consigo perceber um pouco. O “menino-guerreiro” já lá tinha passado, eles não gostaram nem um pouco e havia que impedir que retornasse a todo o custo. Deu mau resultado, mas até consigo perceber. Agora com o Passos Coelho não consigo mesmo. Não o podem propriamente acusar de ter feito um mau trabalho. A única explicação que encontro é de que Passos Coelho é mesmo uma mudança e é isso que os assusta. Uma mudança irá implicar o fim do seu “reinado” pelo partido. É feio de se dizer mas é a verdade nua e crua. Estão mais preocupados com os seus pequenos e grandes tachos do que em derrotar os socialistas (aos quais vão entregando vitórias de mão beijada - incluo nestas vitórias as autárquicas).
Há poucos dias o Henrique Burnay, para o 31 da Armada, recordava a Marcelo Rebelo de Sousa uma grande lição de vida: “…além de não se voltar a um lugar onde se foi feliz, sobretudo não se costuma regressar a um lugar onde se foi infeliz.” Marcelo já se terá esquecido de como foi ou então pensará que desta vez será diferente, mas é mais provável que seja diferente para pior do que para melhor. Além do mais Marcelo devia decidir-se pelo que quer. Ou quer ser Presidente da República ou do PSD e concorrer para 1º Ministro. Ou quer mesmo e avança ou então retira-se e não anda aqui ora a dizer que sim, ora a dizer que não, a ver no que é que isto dá. Agora esta política de que "o que vier à rede é peixe" pode dar mau resultado. Mas isto é apenas a minha opinião e, no fundo, posso estar completamente enganado.
p.s. (De notar que reconhecer que o partido daqui a 5 anos estará nas mãos do Passos Coelho é reconhecer, desde já, que não há grande esperança que o Marcelo derrote o Sócrates. Para mim isso é motivo mais do que suficiente para se partir para outra.)
p.s.2 De notar que muitos dos que mais defenderam que Manuela devia cumprir o mandato até ao fim (completamente de acordo), são os que mais andam a mandar nomes de hipotéticos candidatos para o ar. Seria interessante que os interessados avançassem por si, mas mais uma vez querem ir buscar um nome da "velha guarda" para fazer o "trabalho sujo".
p.s.3 Depois de voltar a ouvir Marcelo fico com a sensação que ele quer mesmo voltar a ser presidente do PSD. Só não quer é ter que ir a votos contra alguém. A unanimidade do partido só se conseguirá pelas bases, em directas. E só será verdadeira se houver mais do que um candidato por onde se escolher. Aparentemente Marcelo não quer isso.
E se todos os que se identificam mais com o CDS mas votam PSD por causa do “voto útil”, votassem por um dia em quem realmente acreditam? Por uma vez? O que aconteceria? E se houvesse coragem para, no momento do voto, mudar? O que aconteceria? E se afinal o verdadeiro voto útil fosse no CDS e andássemos todos agarrados a uma ideia com 35 anos que pode estar desactualizada? E se afinal o maior partido do centro-direita fosse o CDS e não o PSD? O que aconteceria? E mesmo que não fosse, mas aumentasse a representatividade no Parlamento Nacional? O que aconteceria? Quantos portugueses passariam a estar melhor representados?
É que eu conheço uma quantidade bastante considerável de pessoas nesta situação. Até posso admitir que terei, eventualmente, um grupo de amigos algo enviesado para a direita, mas mesmo assim estava aqui a pensar…haverão muitos mais pelo país fora? O que aconteceria? Haja coragem de votar em quem realmente se acredita! Haja coragem de votarmos nas nossas ideias e não nas dos outros! Pensem…o que aconteceria?
Pois é. Parece mentira, eu sei! Vivemos num país cada vez mais enviesado à esquerda. Nas últimas eleições europeias a nossa extrema-esquerda teve das votações mais expressivas na Europa (enquanto, lá por fora, o peso destes partidos no Parlamento Europeu diminuiu). Temos tanta sorte ou azar, que o maior partido do centro-direita português está à esquerda do seu partido europeu (palavras do próprio Paulo Rangel). E queremos mudar? Aparentemente e para algumas pessoas, não! A solução é continuar tudo na mesma!
Ontem o Prof. Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que votar no CDS é “música celestial” e que “quem estiver farto (leia-se de Sócrates) tem que votar massivamente no PSD”. Meu caro, lamento imenso mas tenho que discordar destas suas afirmações. E, felizmente, não sou o único, caso contrário as sondagens andariam a dar valores na casa dos 60%-70% ao PSD, já que essa é, sensivelmente, a percentagem de votantes que não deverá escolher o PS.
Não compreendo. Todos afirmam que a nossa democracia é cada vez mais uma anedota. Que há “asfixia democrática”. Que não há regeneração da classe política. E a solução para o Professor (bem, se fosse só para ele já não era mau) é reduzir o país ao Bloco Central. É reduzir os partidos em que se “deve” votar ao PS e ao PSD. A solução é andar à volta do socialismo e da social-democracia. Mas será que já não chega? Andamos há 35 anos à volta desta política!
E não compreendo quando ouço o Professor a dizer isto. Tal como não compreendo quando vejo o Manuel Alegre a apelar ao voto numa pessoa e numa política, da qual discordou tanto nos últimos quatro anos e meio. Por que será? Mas os motivos agora não interessam para o caso e já estou a fugir ao que o Professor disse e à tal música celestial.
Pois bem, eu não vou votar no “centrão” e também recuso-me a votar na extrema-esquerda. Restam-me o CDS e os restantes “piquenos e médios partidos”. Confesso que adorava ver um novato MMS ou um também novato MEP a conseguir eleger um deputado, por que não? Mas dentro das possibilidades, votarei naquele que melhor conheço e que apresenta um programa eleitoral que me convence ser possível fazer melhor e diferente, o CDS.
Apesar de ter dado uma olhadela pelo programa eleitoral deste partido, sei que ninguém (eu incluído) anda mesmo a ler todos os programas eleitorais dos diferentes partidos. As pessoas votam pelo que os diferentes líderes defendem nas entrevistas e nos debates. Afinal é para os conhecermos e às suas ideias que existem esses mesmos debates e entrevistas. E no debate Manuela-Paulo, quem melhor convenceu o eleitorado de direita foi o líder do CDS.
“O CDS é claro onde o PSD é ambíguo, o CDS é diferente onde o PSD é parecido com o PS”. Paulo Portas proferiu esta frase logo no início do confronto e foi isto que se verificou ao longo do mesmo. A Manuela sabe muito bem o que não quer para o país. O Paulo Portas vai mais além disso. Ele pensou o país. Mesmo quem não concorde com as suas ideias, ao ouvi-lo reconhece que ele pensou a economia, as finanças, a educação, a saúde, a segurança ou a agricultura. Sabe o que não quer, mas também o que quer fazer e como o fazer. Onde é necessário aplicar dinheiro e onde se vai buscar esse mesmo dinheiro, sem endividar mais o país. E consegue explicar-nos isso. A Manuela Ferreira Leite não (vá, quanto muito “mal e porcamente”). Há um trabalho de casa feito pelo líder do CDS que nunca sequer deve ter passado pela cabeça da Manuela fazer. Ela só nos diz para não dispersarmos os votos e assim se cria no PSD a ideia de que quem está farto do Pinto de Sousa tem que votar naquele partido só porque sim. Porque o PSD é que é a alternativa (de sempre e para sempre talvez).
Professor Marcelo e Dra. Manuela, por mais que vos possa custar, quem vai votar CDS quer mesmo votar CDS! Se querem que eu (e os portugueses em geral) vote no PSD, façam por isso. Não andem é a dizer ao eleitorado do CDS que o seu voto não é útil, que é música celestial e que só se pode votar PSD. Dêem-me uma verdadeira mudança de pessoas e políticas e talvez já considere útil votar PSD. Não me dêem é um António Preto, um Pacheco Pereira ou mesmo um João de Deus Pinheiro que anda a bradar aos céus o bloco central, para continuarmos a levar com a trupe socialista em cima. Não podem querer que eu, assim, vote PSD nem que vote no PSD só porque sim, só porque este é que é o partido “do poder” e porque não há mais alternativas. Não posso aceitar isso e não posso aceitar que daqui a 100 anos se continue a discutir entre PS e PSD.
O meu voto é consciente e o meu voto útil é no CDS. Como dizia há uns tempos o Henrique Burnay para o 31 da Armada: “é o voto mais seguro contra maiorias absolutas, blocos centrais e esquerdas modernaças”.
A designer Lidjia Kolovrat inaugurou a semana passada, dia 9 de Setembro, a exposição – “Royalty is the Best Policy”, uma mostra que pretende questionar a relação actual dos portugueses com a liderança.
Será que os portugueses sentem falta da realeza?
“Há uma necessidade intrínseca de a ter presente. A sua herança perdura numa nostalgia que reflecte os valores nobres de tempos passados.” Lidjia Kolovrat
Em exibição até ao final deste mês no Museu do Design e da Moda (MUDE).
Simplesmete delicioso!