sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Resposta a um post ali de baixo da colega lapiseira.

Dado que ninguém te chegou a responder a isto (e duvidando que queiras mesmo resposta mas só para explicar o ponto de vista do FMI [e o das agências de rating - essas coisas governadas por porcos capitalistas]):

1) Mantendo o plano de gastos a que costumamos chamar orçamento (se bem que no meu, cá de casa, paramos quando as despesas estão a 90% das receitas, enquanto que no nosso, cá do país, paramos quando as despesas estão a 108,3% das receitas e continuamos durante vários anos a fazer o mesmo), é necessário aumentar as receitas de alguma maneira.

2) As receitas podem aumentar de duas maneiras. Ou se aumentam os impostos ou se aumenta a base tributável (ou seja, os particulares geram mais receitas [esses porcos capitalistas teriam de ter lucros desmedidos, dos quais o estado iria buscar uma maior parte, e sustentariam os devaneios dos do costume]).

3) Aumentar os impostos é a maneira mais fácil. Dizem-se uns quantos sound bytes e a coisa passa porque a esquerda modernaça quando vai ao bairro e ao chiado ainda vê uns quantos a andarem de porshe e ferrari. Isso e porque ainda há aquela loja da louis vuitton na avenida da liberdade e mais umas coisas do género. Porcos Capitalistas.

4) Tentar aumentar as receitas é a maneira mais difícil. Normalmente acontece se estivermos em expansão ou se... Reduzirmos os custos. Como não podemos baixar os impostos e como, tendo em conta o ponto de vista do FMI, não convinha muito aumentá-los (só para não perdermos mais daquela coisa chamada competitividade, vá, não sejamos mauzinhos), a lógica adoptada é a de que se devem diminuir os custos.

4) Em termos de percentagem das receitas os salários são dos custos mais altos para os empresários portugueses.

5) FMI conclui gentilmente que se deviam baixar salários, esperando assim aumentar a nossa competitividade e resolver algum do problema do défice (ainda que não o da dívida pública).

Gostava só de dizer que não é preciso preocuparem-se. Eu, conhecendo os portugueses, enquanto não vir os da minha idade deixarem de ter 2 e 3 telemóveis e os pais destes deixarem de ter 2 e 3 carros, não me assusto. Ainda no outro dia a minha mãe me contava a história de uma família em grandes dificuldades: deixaram de ter 3 empregadas em casa para terem só uma 2 vezes por semana. O Senhor família continua a andar de Mercedes.

É Portugal pessoal. 'tá tudo bem man.

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