sábado, 22 de janeiro de 2011

Misto de coisas bonitas.

Portugal´s Empire was the first,[8][9][10] and most long-lived Global Empire in the world.

Deus quer, o homem sonha, a obra nasce.
Deus quis que a terra fosse toda uma,
Que o mar unisse, já não separasse.
Sagrou-te, e foste desvendando a espuma,

E a orla branca foi de ilha em continente,
Clareou, correndo, até ao fim do mundo,
E viu-se a terra inteira, de repente,
Surgir, redonda, do azul profundo.

Quem te sagrou criou-te português,
Do mar e nós em ti nos deu sinal.
Cumpriu-se o Mar, e o Império se desfez.
Senhor, falta cumprir-se Portugal.

Fernando Pessoa

1 comentário:

  1. Sempre que leio este poema emociono-me verdadeiramente (não só pela genialidade textual indescritível como pela mensagem que transmite - ou não estivesse ele inserido nessa brilhante obra literária com o mesmo nome). É pena que os senhores que deviam dormir com ele debaixo da almofada o não façam. Talvez um pouco mais de consciência do valor da pátria não lhes fizesse mal. Nem a eles, nem a todos. O potencial de Portugal é enorme, a muitos níveis, e já Fernando Pessoa, como muitos outros Grandes Autores, reconheciam isso. O que falta para a classe política actual e que se vem a arrastar desde há tantos séculos fazer algo voluntário pelo país (e não por eles)?!

    Apelo ao voto, porque nesse acto, que mais do que um direito é um dever do cidadão (e muitas vezes o povo esquece-se que ser cidadão não se resume a direitos mas também a deveres), poderemos demonstrar a nossa indignação e mostrar a quem deve ver, o descontentamento com o rumo das coisas.
    "Falta cumprir-se Portugal" é certo, mas diz o ditado que a esperança é a última a morrer. Por isso, a primeira coisa que fiz hoje quando saí de casa foi, efectivamente, exercer o meu direito e dever de voto!

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