sábado, 25 de abril de 2009

Arranque




25 de Abril de 1974. Neste dia começava um novo ciclo da História de Portugal. Acabava, assim, uma época, ainda hoje, controversa para a sociedade portuguesa. Era o fim da guerra do ultramar e o início de uma paz, já com 35 anos. Porém era também o fim de um Império com 500 anos e o fim de um Portugal de outros tempos. Era o fim da censura, das perseguições políticas e da tortura. Era o início da liberdade e da democracia, tão ansiadas.

Porém, era uma revolta militar e não uma genuína revolução popular. Será que era mesmo aguardada pela maioria dos portugueses?

Hoje vivemos, inegavelmente, num país mais desenvolvido e completamente inserido no espaço europeu e, no entanto, continua (e cada vez mais) a faltar algo. Algo correu mal pelo caminho que o país fez nos últimos anos.

Há cerca de um ano, num concurso televisivo, o homem que muitos consideravam o causador de tantos males a Portugal, António de Oliveira Salazar, era considerado, pelos portugueses que participaram no concurso, como o maior português de sempre.

Definitivamente era o sinal de que algo tinha corrido mal no caminho da democracia. Houve sonhos e esperanças não concretizados. Houve sonhos e esperanças roubados.

Hoje em dia, a democracia parlamentar em que vivemos, tornou-se uma anedota para milhões de portugueses que desconfiam dos partidos, dos políticos e das instituições que Abril lhes deu. A desconfiança trouxe um cada vez maior afastamento, verificado na abstenção crescente de eleição para eleição. Hoje, e em plena recessão económica mundial, atingimos o ponto mais baixo da relação entre os portugueses e os seus representantes.

Passam hoje, exactamente, 35 anos desde que tudo mudou e 35 anos depois, nasce este blog. De quem não se quer resignar ao “estado a que isto chegou” e de quem
não se quer juntar ao grande partido da abstenção e do desinteresse pelo nosso Futuro e do nosso País.

O Sensitivo-Psiquiátrico

Sem comentários:

Enviar um comentário