Vive-se por essa blogosfera a dentro um intenso período de campanha eleitoral. De um lado e do outro da barricada os soldados vão aproveitando todo e qualquer assunto para dispararem contra os opositores. Da inversão do ónus da prova que terá supostamente posto as garras de Rui Rio de fora aos últimos devaneios do nosso primeiro-ministro sobe a comunicação social e a suposta "campanha negra" contra si, tudo serve de arma de arremesso, inclusivamente as palavras de Manuela Ferreira Leite – que me parecem perfeitamente normais – dizendo que só consideraria uma coligação com o PS se a mesma fosse de superior interesse para o país.
A verdade é que Portugal atravessa um dos mais desafiantes períodos da sua história. Portugal faz hoje parte de uma União Europeia alargada e com desafios bem diferentes daqueles que se colocaram quando nela entrámos. Como resposta à actual crise económica muita coisa irá mudar no seio da UE e algumas dessas possíveis mudanças de que começo a ouvir falar atingir-nos-ão em cheio.
Desde a possível normalização do IVA à escala europeia (que não terá consequências mais óbvias porque nunca chegámos a utilizar os impostos como forma de aumentar a nossa competitividade em relação à Europa mas nos retirará essa hipótese para o futuro) até à possível emissão de títulos de divida pública europeus (que no fim seriam apenas mais um incentivo para o estado e para a população portuguesa continuarem o seu endividamento excessivo) muito mais estará em jogo nas próximas eleições europeias do que mostrar um cartão amarelo a Sócrates. É pena que poucos portugueses se lembrem disso.
A verdade é que Portugal atravessa um dos mais desafiantes períodos da sua história. Portugal faz hoje parte de uma União Europeia alargada e com desafios bem diferentes daqueles que se colocaram quando nela entrámos. Como resposta à actual crise económica muita coisa irá mudar no seio da UE e algumas dessas possíveis mudanças de que começo a ouvir falar atingir-nos-ão em cheio.
Desde a possível normalização do IVA à escala europeia (que não terá consequências mais óbvias porque nunca chegámos a utilizar os impostos como forma de aumentar a nossa competitividade em relação à Europa mas nos retirará essa hipótese para o futuro) até à possível emissão de títulos de divida pública europeus (que no fim seriam apenas mais um incentivo para o estado e para a população portuguesa continuarem o seu endividamento excessivo) muito mais estará em jogo nas próximas eleições europeias do que mostrar um cartão amarelo a Sócrates. É pena que poucos portugueses se lembrem disso.
Mas aquilo que torna esta época em que vivemos num desafio histórico não é o desenvolvimento europeu nem a palavra que Portugal deveria ter nesse assunto. São sim os desafios internos. O desemprego, a contracção do PIB (Constâncio já vai nos 3,5%, o que quer dizer que a coisa não se deverá ficar por menos de 4,5%, sendo que o FMI aponta já para os 4,1%), a falta de competitividade da estrutura empresarial e as limitações às intervenções fáceis do governo (como, por exemplo, a desvalorização da moeda), fazem dos próximos anos um pesadelo para qualquer primeiro-ministro. Bem, talvez não todos.
A verdade é que nas campanhas eleitorais que se aproximam – europeias e legislativas – estes deveriam ser os assuntos discutidos. Não Sócrates, não os candidatos, não o futuro do PSD, mas o país. O que se fez de errado e as medidas que nos poderão pôr no caminho certo. Era importante que se discutisse isto agora e se fizesse o necessário nos próximos quatro anos. Já descobrimos o Brasil e o caminho marítimo para a Índia… Não custa nada descobrir como salvar Portugal. Custará, talvez, tomar as medidas impopulares… Mas o que é a assinatura de alguns papéis quando comparada com dois anos a navegar?
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