Andei um pouco mais distraído durante o fim-de-semana e dei agora com esta notícia (aviso, desde já, que este post é um "mix" de vários sites).
O presidente da Venezuela ameaçou hoje "tirar" as lojas dos comerciantes que especulem ou subam os preços na sequência do anúncio de maxidesvalorização do bolívar. "Assim como tirámos (os bancos) aos banqueiros, também podemos tirar (as lojas) aos especuladores porque são tão ladrões como os banqueiros. Temos que tirar-lhes o negócio e passá-lo aos trabalhadores, para que com os conselhos comunais (grupos de vizinhos), o reestruturemos e os convertamos em socialista", disse Hugo Chávez. "Vamos travar uma batalha contra a especulação. Chamo o povo, a Guarda Nacional (polícia militar), quero que a Guarda Nacional vá para as ruas com o povo lutar contra a especulação, tomar medidas", sublinhou.
Esta ameaça surge depois da decisão de sexta-feira do presidente Hugo Chávez de desvalorizar a moeda e estabelecer um câmbio dual de 4,3 bolívares por dólar mas com uma excepção de 2,6 bolívares por dólar para importações oficiais, alimentos, saúde e educação.
Entretanto as reacções não se fizeram esperar. Os venezuelanos correram para as lojas neste sábado, com medo dos aumentos de preços após a maxidesvalorização cambial anunciada na noite de sexta-feira pelo presidente Hugo Chávez. Segundo fontes locais, neste sábado duplicou o movimento normal de compradores em lojas de varejo de Caracas. Muitas pessoas vieram do interior do país a fim de garantir o abastecimento antes do possível aumento dos preços. Até a Igreja entrou no coro dos descontentes. O segundo vice-presidente da Conferência Episcopal Venezuelana, monsenhor Robert Lückert, disse que haverá uma "terrível inflação, que não afectará o presidente e seus amigos, que comem muito bem, mas o cidadão comum".
Aqui ao lado, em Espanha, a "sexta-feira vermelha" (como já é conhecida) também mereceu destaque. O anúncio de desvalorização imediata da moeda venezuelana, feito pelo presidente Hugo Chávez, afecta fortemente vários grupos espanhóis que operam naquele país, diz o jornal El País na edição deste domingo. Com o novo decreto, o presidente venezuelano corta, de uma só vez, «em 50% as receitas, os lucros, recursos próprios e dividendos conseguidos por algumas empresas espanholas» que, devido à burocracia, não foram repatriados nos últimos três anos. O golpe ascende a «vários milhares de milhões». A mais prejudicada de todas é a Telefónica, mas a lista de prejudicados inclui ainda o BBVA, a Mapfre e a Repsol, entre outras, diz o periódico espanhol.
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